Com alta nos preços, lojistas esperam vendas nos últimos dias do ano

Carne subiu mais de 15%, assim como as frutas. Público aproveita promoções pós natal, especialmente em roupas. Clientes saem as compras nos últimos dias do ano Reprodução O comércio está na contagem regressiva para a virada do ano. No intervalo entre Natal e Ano Novo, as listas de compras se renovam. A dona Sueli vai preparar um clássico da ceia de réveillon: o salpicão. Anotou os ingredientes para não se esquecer de nada. Azar de quem torceu para ela deixar pra trás a uva passa. “No meu tem, tem que ter, nem todo mundo gosta, mas eu particularmente eu acho que faz falta. Dá uma diferenciada”, conta a babá Sueli Aguiar. Para algumas pessoas, tradição não tem preço. A carne de porco, por exemplo, subiu mais de 17% nos últimos 12 meses, bem acima do índice geral de inflação, 4,87%. Mas não é sempre que a Silvana compra pernil, que resolve o almoço do dia primeiro. “Vou descongelar, depois temperar e ainda sobra pro dia seguinte”, ela explica. Na família do Roger e da Tainara, serão 10 pessoas para dividir o churrasco e a conta da carne, que ficou, em média, 15% mais cara no último ano. “Até achar uma que seja um pedaço bom e um valor bom... Achou, achou. Até que enfim. Vai dar certo, vai dar certo o churrasco!”, explica o rapaz. E a alta não foi só dos pratos principais. As frutas aumentaram mais de 15%. Para conseguir oferecer descontos, a rede de supermercados negociou com os fornecedores. Apostou nos corredores cheios até o último dia de 2024. Para quem trabalha no varejo, a verdade é que ainda tem muito ano pela frente. Esse mercado, por exemplo, vai funcionar todos os dias até a noite da véspera do Ano Novo. Sempre tem gente que deixa para comprar na última hora. Seja porque não teve tempo, porque se esqueceu de algum ingrediente importante ou simplesmente porque faz questão de tudo o mais fresquinho que der. “Os três ultimos dias do ano são uma virada de chave. A turma vem pegar hortifruti normalmente é no último dia, ter uma fruta fresca, apresentação na mesa tal”, conta Reginaldo Silva, gerente regional de operações de uma rede de supermercados. A receita de Ano novo da dona Rosângela é especial. “Posso te ensinar uma simpatia? Pego uma nota de 2 reais, põe debaixo da sandália, do seu tênis. Não falta dinheiro para você o ano inteiro. É verdade. Faça”, revela a aposentada. De simpatia também vive o comércio. Tem muita gente que começa a tal "vida nova" pela roupa. Amarela. “Dinheiro não falta com certeza. Lentilha, grão de bico, e amarelo essa é a receita”, diz a analista financeira Cláudia Sorroche. Mas o branco não sai de moda. “Eu prefiro o branco mesmo que é paz que é o mais importante. Eu quero que dentro de mim esteja em paz”, conta Elizangela Barbosa, atendente. A filha da Alessandra, que mora em outra cidade, pediu ajuda pra escolher a roupa da virada. “Ela gosta de cor escura, gosta de vinho, preto. Ela não tem esse negócio não para Ano Novo. O importante é a roupa ser bonita”, conta a diarista Alessandra Cavalcanti. Os lojistas dizem que conservam outra tradição do período: as promoções pós-natal. A gente fez nesse final de ano. Você pode ver até pela entrada da loja, muitos preços promocionais, de oferta que o cliente ja espera isso. Muita coisa voltada pro branco e amarelo. Nós já temos preços acessíveis durante o ano e ainda mais nessa reta final do ano, após o dia 26, a gente potencializa isso”, conta o lojista. A Conceição explica que vermelho - na etiqueta - traz economia. “Desconto é bom. Metade do preço”, afirma a dona de casa Conceição Santos. A dona Marcela passa longe dos vermelhos, mas por outra razão. “Vermelho é paixão. Mas não gosto de vermelho não. Não está querendo encrenca, não?”, ri a dona de casa Marcela da Silva Freitas.

Dez 28, 2024 - 21:30
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Com alta nos preços, lojistas esperam vendas nos últimos dias do ano

Carne subiu mais de 15%, assim como as frutas. Público aproveita promoções pós natal, especialmente em roupas. Clientes saem as compras nos últimos dias do ano Reprodução O comércio está na contagem regressiva para a virada do ano. No intervalo entre Natal e Ano Novo, as listas de compras se renovam. A dona Sueli vai preparar um clássico da ceia de réveillon: o salpicão. Anotou os ingredientes para não se esquecer de nada. Azar de quem torceu para ela deixar pra trás a uva passa. “No meu tem, tem que ter, nem todo mundo gosta, mas eu particularmente eu acho que faz falta. Dá uma diferenciada”, conta a babá Sueli Aguiar. Para algumas pessoas, tradição não tem preço. A carne de porco, por exemplo, subiu mais de 17% nos últimos 12 meses, bem acima do índice geral de inflação, 4,87%. Mas não é sempre que a Silvana compra pernil, que resolve o almoço do dia primeiro. “Vou descongelar, depois temperar e ainda sobra pro dia seguinte”, ela explica. Na família do Roger e da Tainara, serão 10 pessoas para dividir o churrasco e a conta da carne, que ficou, em média, 15% mais cara no último ano. “Até achar uma que seja um pedaço bom e um valor bom... Achou, achou. Até que enfim. Vai dar certo, vai dar certo o churrasco!”, explica o rapaz. E a alta não foi só dos pratos principais. As frutas aumentaram mais de 15%. Para conseguir oferecer descontos, a rede de supermercados negociou com os fornecedores. Apostou nos corredores cheios até o último dia de 2024. Para quem trabalha no varejo, a verdade é que ainda tem muito ano pela frente. Esse mercado, por exemplo, vai funcionar todos os dias até a noite da véspera do Ano Novo. Sempre tem gente que deixa para comprar na última hora. Seja porque não teve tempo, porque se esqueceu de algum ingrediente importante ou simplesmente porque faz questão de tudo o mais fresquinho que der. “Os três ultimos dias do ano são uma virada de chave. A turma vem pegar hortifruti normalmente é no último dia, ter uma fruta fresca, apresentação na mesa tal”, conta Reginaldo Silva, gerente regional de operações de uma rede de supermercados. A receita de Ano novo da dona Rosângela é especial. “Posso te ensinar uma simpatia? Pego uma nota de 2 reais, põe debaixo da sandália, do seu tênis. Não falta dinheiro para você o ano inteiro. É verdade. Faça”, revela a aposentada. De simpatia também vive o comércio. Tem muita gente que começa a tal "vida nova" pela roupa. Amarela. “Dinheiro não falta com certeza. Lentilha, grão de bico, e amarelo essa é a receita”, diz a analista financeira Cláudia Sorroche. Mas o branco não sai de moda. “Eu prefiro o branco mesmo que é paz que é o mais importante. Eu quero que dentro de mim esteja em paz”, conta Elizangela Barbosa, atendente. A filha da Alessandra, que mora em outra cidade, pediu ajuda pra escolher a roupa da virada. “Ela gosta de cor escura, gosta de vinho, preto. Ela não tem esse negócio não para Ano Novo. O importante é a roupa ser bonita”, conta a diarista Alessandra Cavalcanti. Os lojistas dizem que conservam outra tradição do período: as promoções pós-natal. A gente fez nesse final de ano. Você pode ver até pela entrada da loja, muitos preços promocionais, de oferta que o cliente ja espera isso. Muita coisa voltada pro branco e amarelo. Nós já temos preços acessíveis durante o ano e ainda mais nessa reta final do ano, após o dia 26, a gente potencializa isso”, conta o lojista. A Conceição explica que vermelho - na etiqueta - traz economia. “Desconto é bom. Metade do preço”, afirma a dona de casa Conceição Santos. A dona Marcela passa longe dos vermelhos, mas por outra razão. “Vermelho é paixão. Mas não gosto de vermelho não. Não está querendo encrenca, não?”, ri a dona de casa Marcela da Silva Freitas.