Premiê espanhol imita slogan de Trump e fala em ‘retomar controle’ das redes sociais

Pedro Sánchez afirmou que plataformas precisam ser responsabilizadas se os algoritmos ‘envenenarem a sociedade’. Fala ocorreu durante o Fórum Econômico Mundial. Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez REUTERS/Violeta Santos Moura O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, cobrou nesta quarta-feira (22) que as plataformas sejam responsabilizadas pelos conteúdos publicados nas redes sociais caso os algoritmos “envenenem a sociedade”. Em seu discurso, o premiê falou em “retomar o controle” das redes e fez uma adaptação do slogan “Tornar a América Grande de Novo” (“Make America Great Again”, em inglês), utilizado por Donald Trump desde sua primeira campanha à presidência dos Estados Unidos, em 2016. "O proprietário de um pequeno restaurante é responsável se sua comida envenena os clientes; os magnatas das redes sociais devem ser responsabilizados se seus algoritmos envenenarem nossa sociedade", disse Sánchez, segundo a agência Reuters. "Vamos retomar o controle. Vamos tornar as redes sociais grandes novamente", acrescentou, imitando o slogan de Trump. Sánchez acrescentou que, embora as redes tenham como benefício a conexão entre as pessoas, elas possuem "enormes desvantagens escondidas nas entranhas dos algoritmos, como invasores ocultos em um cavalo de Troia". O premiê espanhol também disse que irá sugerir, em uma reunião do Conselho da União Europeia, o fim do anonimato nas redes sociais, vinculando dados dos usuários a uma carteira de identidade comum da UE e tornando os algoritmos mais transparentes. A fala de Sánchez ocorreu durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. No mesmo evento, na terça-feira (21), o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez uma crítica ao gesto polêmico do bilionário Elon Musk durante um comício da posse de Trump. Questionado sobre o gesto, que foi apontado nas redes sociais como uma suposta saudação nazista, Scholz disse que a liberdade de expressão não pode ser usada para apoiar posições de extrema direita. "Nós temos liberdade de expressão na Europa e na Alemanha. Todos podem dizer o que quiserem, mesmo que sejam bilionários. O que não aceitamos é se for para apoiar posições de extrema direita", disse o chanceler. Musk respondeu à crítica em seu perfil no X, a rede social que comprou em 2022. “Que vergonha, Oaf Schitz”, postou o bilionário, errando a grafia do nome de Scholz. Além do chanceler alemão, Musk também foi criticado por uma integrante do governo espanhol de Pedro Sánchez. A ministra do Trabalho e segunda-vice-premiê espanhola, Yolanda Diaz, anunciou que deixaria o X após a fala do bilionário. “Não apenas com seus gestos, mas com os discursos absolutamente complicados que ele está fazendo”, afirmou Diaz à emissora estatal TVE. “Não farei parte de uma rede social baseada no uso de algoritmos que incentivam ideias xenófobas, contra os direitos humanos e incentivam a extrema direita no mundo.” O governo espanhol disse na terça-feira que a decisão de Diaz foi pessoal e que os ministros são livres para utilizar as redes sociais que quiserem.

Jan 22, 2025 - 17:30
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Premiê espanhol imita slogan de Trump e fala em ‘retomar controle’ das redes sociais

Pedro Sánchez afirmou que plataformas precisam ser responsabilizadas se os algoritmos ‘envenenarem a sociedade’. Fala ocorreu durante o Fórum Econômico Mundial. Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez REUTERS/Violeta Santos Moura O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, cobrou nesta quarta-feira (22) que as plataformas sejam responsabilizadas pelos conteúdos publicados nas redes sociais caso os algoritmos “envenenem a sociedade”. Em seu discurso, o premiê falou em “retomar o controle” das redes e fez uma adaptação do slogan “Tornar a América Grande de Novo” (“Make America Great Again”, em inglês), utilizado por Donald Trump desde sua primeira campanha à presidência dos Estados Unidos, em 2016. "O proprietário de um pequeno restaurante é responsável se sua comida envenena os clientes; os magnatas das redes sociais devem ser responsabilizados se seus algoritmos envenenarem nossa sociedade", disse Sánchez, segundo a agência Reuters. "Vamos retomar o controle. Vamos tornar as redes sociais grandes novamente", acrescentou, imitando o slogan de Trump. Sánchez acrescentou que, embora as redes tenham como benefício a conexão entre as pessoas, elas possuem "enormes desvantagens escondidas nas entranhas dos algoritmos, como invasores ocultos em um cavalo de Troia". O premiê espanhol também disse que irá sugerir, em uma reunião do Conselho da União Europeia, o fim do anonimato nas redes sociais, vinculando dados dos usuários a uma carteira de identidade comum da UE e tornando os algoritmos mais transparentes. A fala de Sánchez ocorreu durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. No mesmo evento, na terça-feira (21), o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez uma crítica ao gesto polêmico do bilionário Elon Musk durante um comício da posse de Trump. Questionado sobre o gesto, que foi apontado nas redes sociais como uma suposta saudação nazista, Scholz disse que a liberdade de expressão não pode ser usada para apoiar posições de extrema direita. "Nós temos liberdade de expressão na Europa e na Alemanha. Todos podem dizer o que quiserem, mesmo que sejam bilionários. O que não aceitamos é se for para apoiar posições de extrema direita", disse o chanceler. Musk respondeu à crítica em seu perfil no X, a rede social que comprou em 2022. “Que vergonha, Oaf Schitz”, postou o bilionário, errando a grafia do nome de Scholz. Além do chanceler alemão, Musk também foi criticado por uma integrante do governo espanhol de Pedro Sánchez. A ministra do Trabalho e segunda-vice-premiê espanhola, Yolanda Diaz, anunciou que deixaria o X após a fala do bilionário. “Não apenas com seus gestos, mas com os discursos absolutamente complicados que ele está fazendo”, afirmou Diaz à emissora estatal TVE. “Não farei parte de uma rede social baseada no uso de algoritmos que incentivam ideias xenófobas, contra os direitos humanos e incentivam a extrema direita no mundo.” O governo espanhol disse na terça-feira que a decisão de Diaz foi pessoal e que os ministros são livres para utilizar as redes sociais que quiserem.