'Como Treinar o Seu Dragão' é o live-action fiel e encantador que a história merece; g1 já viu

Com elenco charmoso e dragões fofos como os do desenho, adaptação que estreia nesta quinta (12) deve agradar fãs pelo cuidado com a trama. Assista ao trailer de 'Como Treinar o seu Dragão' Para fãs de animações, o anúncio de um live-action tem sido mais uma preocupação que uma alegria. E não parecia ser diferente com “Como Treinar o Seu Dragão”, adaptação que chega a alguns cinemas brasileiros neste sábado (7) e estreia oficialmente na quinta (12). Primeiro: precisava de uma versão com atores de “Como Treinar o Seu Dragão”? O filme original da Dreamworks, primeiro de uma bem-sucedida franquia de animação, saiu há somente 15 anos -- ao contrário de filmes como “A Pequena Sereia”, “Cinderela” e outras histórias que já atravessam gerações. Além disso, a franquia não ficou só no original. O primeiro longa ganhou duas sequências, especiais de Natal, brinquedos em parques temáticos... Teoricamente, não houve tempo para que a história fosse esquecida, e precisasse ser renovada para ser apresentada aos novinhos. Precisar, não precisava. Mas deu certo mesmo assim. Com a missão de readaptar o universo cinematográfico que ele mesmo inaugurou em 2010 (baseado na série de livros de Cressida Crowell, mas com histórias bem diferentes), o diretor Dean Deblois soube cuidar bem da sua criação. O cineasta entendeu o que valia a pena preservar na obra original, o que poderia ser melhorado e onde cabia mergulhar um pouco mais -- provando que, apesar do formato parecer saturado, um novo live-action ainda pode ser bem-vindo. Mason Thames e Nico Parker em 'Como Treinar seu Dragão' Divulgação Adaptação que faz sentido “Como Treinar o Seu Dragão” não mexe em time que está ganhando, nem no macro da trama, nem no detalhe de algumas piadas, que aparecem exatamente iguais às do original. Em vez de arriscar novas fórmulas para contar a trama de Soluço, Astrid e Banguela, o filme se demora em garantir que o espectador se reconecte -- desta vez mais profundamente -- com uma história familiar. Isso fica nítido na icônica cena do contato entre Soluço e o dragão Banguela, que já era emocionante na animação. Aqui, o momento é praticamente igual ao original, até na coloração. Isso porque a cena já ganha força ao virar "de verdade" -- desta vez, a emoção está refletida nos olhos de um ator real. E por isso, fica ainda mais sensível. Dá certo também porque a escalação é cuidadosa. Com Mason Thames ("O Telefone Preto"), de somente 17 anos, vemos um Soluço fisicamente muito similar à animação, preservando a obstinação e esperança adolescente do personagem. Nico Parker ("The Last of Us") traz mais nuance à guerreira Astrid, que aparece neste filme mais inteligente e sensível. Os dois atores, para lá de promissores, formam uma dinâmica similar à de Tom Holland e Zendaya nos filmes “Homem-Aranha”. Já Gerard Butler, quase irreconhecível sob as várias camadas de barba e roupa viking, abandona a fachada canastrona para rir de si mesmo como Stoico, pai de Soluço e líder dos guerreiros. O ator já dublava o personagem nas animações, mas agora o incorpora por completo: um pai tosco, mas doce, essencial para a trama. É como ver o Leônidas de "300" em uma versão engraçadinha. Gerard Butler é Stoico em 'Como Treinar o seu Dragão' Reprodução Mundo mais belo e fantástico "Como Treinar o Seu Dragão" precisava, claro, de bons dragões. E a boa notícia é que o filme também acertou nisso. Aqui, os animais não são “realistas” demais (como no live-action de “Rei Leão”, por exemplo), mas são críveis o suficiente para gerar tensão nas cenas de batalha. O ponto central é a versão live-action de Banguela. O fofo dragão de olhos verdes não perde nenhuma qualidade e consegue ser apaixonante como na primeira vez que o vimos. Ele tem mais texturas, parece um animal corpulento, mas ainda se move como um gatinho e tem aquele olhar meigo de ilustração. Live-action de 'Como Treinar seu Dragão' Divulgação Graças ao investimento da produção em cenários práticos (e CGI somente no indispensável), a ilha de Berk também ganha um belo tratamento. Poderia ser uma região vizinha dos cenários de "Game of Thrones", com dragões mais fofos e engraçadinhos. Ao todo, a impressão é de que os criadores focaram no sensorial, para que nenhuma grande alteração aparecesse no roteiro ou na história -- apenas sentida no audiovisual. Sobra capricho em cenas como o belíssimo voo de Soluço e Banguela, que desta vez vai até a aurora boreal. Até a trilha sonora da animação é revisitada, com mais atenção para os detalhes. "Se eu fizer meu trabalho direito, as pessoas vão pensar que eu não fiz nada de diferente", brincou o compositor John Powell em vídeo dos bastidores. Animação vira fantasia infanto-juvenil Pode relaxar: “Como Treinar Seu Dragão” é um live-action que dá gosto de ver. É uma adaptação imersiva e cheia de coração, que trata com cuidado a história que já conquistou tantos fãs. Aliás, ao trocar a animação pelos atores de carne e osso, o filme pode não só conquistar crianças, como at

Jun 7, 2025 - 04:30
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'Como Treinar o Seu Dragão' é o live-action fiel e encantador que a história merece; g1 já viu

Com elenco charmoso e dragões fofos como os do desenho, adaptação que estreia nesta quinta (12) deve agradar fãs pelo cuidado com a trama. Assista ao trailer de 'Como Treinar o seu Dragão' Para fãs de animações, o anúncio de um live-action tem sido mais uma preocupação que uma alegria. E não parecia ser diferente com “Como Treinar o Seu Dragão”, adaptação que chega a alguns cinemas brasileiros neste sábado (7) e estreia oficialmente na quinta (12). Primeiro: precisava de uma versão com atores de “Como Treinar o Seu Dragão”? O filme original da Dreamworks, primeiro de uma bem-sucedida franquia de animação, saiu há somente 15 anos -- ao contrário de filmes como “A Pequena Sereia”, “Cinderela” e outras histórias que já atravessam gerações. Além disso, a franquia não ficou só no original. O primeiro longa ganhou duas sequências, especiais de Natal, brinquedos em parques temáticos... Teoricamente, não houve tempo para que a história fosse esquecida, e precisasse ser renovada para ser apresentada aos novinhos. Precisar, não precisava. Mas deu certo mesmo assim. Com a missão de readaptar o universo cinematográfico que ele mesmo inaugurou em 2010 (baseado na série de livros de Cressida Crowell, mas com histórias bem diferentes), o diretor Dean Deblois soube cuidar bem da sua criação. O cineasta entendeu o que valia a pena preservar na obra original, o que poderia ser melhorado e onde cabia mergulhar um pouco mais -- provando que, apesar do formato parecer saturado, um novo live-action ainda pode ser bem-vindo. Mason Thames e Nico Parker em 'Como Treinar seu Dragão' Divulgação Adaptação que faz sentido “Como Treinar o Seu Dragão” não mexe em time que está ganhando, nem no macro da trama, nem no detalhe de algumas piadas, que aparecem exatamente iguais às do original. Em vez de arriscar novas fórmulas para contar a trama de Soluço, Astrid e Banguela, o filme se demora em garantir que o espectador se reconecte -- desta vez mais profundamente -- com uma história familiar. Isso fica nítido na icônica cena do contato entre Soluço e o dragão Banguela, que já era emocionante na animação. Aqui, o momento é praticamente igual ao original, até na coloração. Isso porque a cena já ganha força ao virar "de verdade" -- desta vez, a emoção está refletida nos olhos de um ator real. E por isso, fica ainda mais sensível. Dá certo também porque a escalação é cuidadosa. Com Mason Thames ("O Telefone Preto"), de somente 17 anos, vemos um Soluço fisicamente muito similar à animação, preservando a obstinação e esperança adolescente do personagem. Nico Parker ("The Last of Us") traz mais nuance à guerreira Astrid, que aparece neste filme mais inteligente e sensível. Os dois atores, para lá de promissores, formam uma dinâmica similar à de Tom Holland e Zendaya nos filmes “Homem-Aranha”. Já Gerard Butler, quase irreconhecível sob as várias camadas de barba e roupa viking, abandona a fachada canastrona para rir de si mesmo como Stoico, pai de Soluço e líder dos guerreiros. O ator já dublava o personagem nas animações, mas agora o incorpora por completo: um pai tosco, mas doce, essencial para a trama. É como ver o Leônidas de "300" em uma versão engraçadinha. Gerard Butler é Stoico em 'Como Treinar o seu Dragão' Reprodução Mundo mais belo e fantástico "Como Treinar o Seu Dragão" precisava, claro, de bons dragões. E a boa notícia é que o filme também acertou nisso. Aqui, os animais não são “realistas” demais (como no live-action de “Rei Leão”, por exemplo), mas são críveis o suficiente para gerar tensão nas cenas de batalha. O ponto central é a versão live-action de Banguela. O fofo dragão de olhos verdes não perde nenhuma qualidade e consegue ser apaixonante como na primeira vez que o vimos. Ele tem mais texturas, parece um animal corpulento, mas ainda se move como um gatinho e tem aquele olhar meigo de ilustração. Live-action de 'Como Treinar seu Dragão' Divulgação Graças ao investimento da produção em cenários práticos (e CGI somente no indispensável), a ilha de Berk também ganha um belo tratamento. Poderia ser uma região vizinha dos cenários de "Game of Thrones", com dragões mais fofos e engraçadinhos. Ao todo, a impressão é de que os criadores focaram no sensorial, para que nenhuma grande alteração aparecesse no roteiro ou na história -- apenas sentida no audiovisual. Sobra capricho em cenas como o belíssimo voo de Soluço e Banguela, que desta vez vai até a aurora boreal. Até a trilha sonora da animação é revisitada, com mais atenção para os detalhes. "Se eu fizer meu trabalho direito, as pessoas vão pensar que eu não fiz nada de diferente", brincou o compositor John Powell em vídeo dos bastidores. Animação vira fantasia infanto-juvenil Pode relaxar: “Como Treinar Seu Dragão” é um live-action que dá gosto de ver. É uma adaptação imersiva e cheia de coração, que trata com cuidado a história que já conquistou tantos fãs. Aliás, ao trocar a animação pelos atores de carne e osso, o filme pode não só conquistar crianças, como atrair um público um pouquinho mais velho -- em uma locadora, a história sairia da prateleira de "Shrek" e iria para a de "Harry Potter". Mesmo que não traga nenhuma grande novidade à história, o filme tem o que muitas adaptações da Disney lutam para alcançar: uma obra mais rica que a original, sem tentar reinventar a roda. Cartela resenha crítica g1 g1