Coritiba deixa escapar título antecipado e volta à Série A com vaias
Com vaias tomando o lugar da festa no Couto Pereira, o Coritiba está novamente na elite do futebol brasileiro. O empate com o Athletic-MG, neste sábado (15), por 0 a 0, garantiu o acesso à Série A do Brasileirão em 2026, mas poderia ter sido uma festa inédita pelo título desta temporada da Série B. […]
Com vaias tomando o lugar da festa no Couto Pereira, o Coritiba está novamente na elite do futebol brasileiro. O empate com o Athletic-MG, neste sábado (15), por 0 a 0, garantiu o acesso à Série A do Brasileirão em 2026, mas poderia ter sido uma festa inédita pelo título desta temporada da Série B.
A taça ainda pode ser conquistada nesta rodada caso o Athletico tenha um tropeço contra a Ferroviária neste domingo (16). No entanto, a vitória do rival diminui a diferença para três pontos e obriga o Coxa a pontuar na última rodada, em que o Alviverde visita o Amazonas.
Além disso, o Coxa desperdiçou a chance de ser o primeiro clube a conquistar o título e o acesso no mesmo dia em uma edição da Segundona, feito que duplicaria a euforia do torcedor coxa-branca no Estádio Major Antônio Couto Pereira.
Com direito a Green Hell na chegada da delegação alviverde ao estádio, a torcida se frustrou com uma péssima atuação como mandante. O time não conseguiu criar quase nada e ainda foi vaiado na saída do intervalo e também no apito final.
A má fase dos atacantes foi ilustrada por Dellatorre. O centroavante carimbou a trave no primeiro tempo e desperdiçou excelente chance na segunda etapa, que aumentou a irritação das arquibancadas. A ansiedade pelo título, que ainda é possível
A ansiedade pelo título, que se transformou em irritação, teria sabor ainda mais especial porque seria a primeira vez que o Coritiba comemora uma conquista nacional em casa. Todos as outras taças foram levantadas longe do Alto da Glória, seja no título do Brasileirão de 1985, no Maracanã, ou nas outras duas vezes em que o Coxa venceu a Segunda Divisão. Em 2007, a festa foi no Gigante do Arruda contra o Santa Cruz, enquanto em 2010, há 15 anos, ocorreu diante do Icasa, no Romeirão.
A campanha de 2025, aliás, pode isolar o Alviverde como maior campeão da Segundona, à frente de outros seis times (América-MG, Botafogo, Bragantino, Goiás, Palmeiras e Paysandu).
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Coxa desperdiça chance de confirmar primeiro título da Era SAF
A taça da Série B ainda pode sacramentar uma reviravolta na relação entre clube e torcida. Mesmo com a frustração, o título da Série B deve ser o primeiro desde que a Treecorp Investimentos adquiriu 90% da SAF do Coritiba por R$ 1,1 bilhão em maio de 2023. Dois anos e meio depois, o Coxa vive o melhor momento sob a nova administração.
Antes disso, o clube teve eliminações precoces no Estadual e na Copa do Brasil, além da pior campanha na era dos pontos corridos na Série B 2024. Com falta de sintonia no início do processo, a torcida do Coritiba viajou até São Paulo para protestar em frente ao escritório da Treecorp, na Avenida Brigadeiro Faria Lima.
Desde a manifestação, os ponteiros foram se ajustando. A temporada 2025 se torna simbólica para o clube que celebrou os 40 anos do único título da Série A do Brasileirão.
Tentando retornar aos torneios continentais e se manter na elite do futebol brasileiro, o Coritiba tenta recuperar o prestígio nacional.
O comandante: “Ataque ganha jogo, defesa ganha campeonatos”
Nesse contexto, um personagem chave da liderança no vestiário alviverde foi o técnico. Mozart Santos Batista Júnior, revelado nas categorias de base do Coritiba, preteriu a permanência no Mirassol após o acesso em 2024.Preferiu se manter na Segunda Divisão e voltar ao clube em que teve sua formação como atleta para retornar ao Brasileirão.
Criticado por posições firmes e teimosias recorrentes dos treinadores, além da polêmica dos bairros da capital paranaense, Mozart liderou a equipe que detém a segunda melhor defesa da história da Série B nos pontos corridos. São 22 gols sofridos em 37 jogos, marca que apenas a Chapecoense (21 gols levados em 2020) superou.
A falta de repertório ofensivo é um contraste marcante em meio à solidez defensiva. Agora são oito empates por 0 a 0 e 21 jogos sem sofrer gol nessa campanha vitória. Ou seja, a defesa não foi vazada em 54% dos confrontos.
Ficha Técnica
Coritiba 0 x 0 Athletic-MG
Série B – 37ª rodada
Coritiba: Pedro Morisco; Alex Silva (Zeca), Maicon, Jacy e Bruno Melo (João Almeida); Sebastián Gómez, Vini Paulista (Machado) e Carlos De Pena (Everaldo); Lucas Ronier, Iury Castilho (Gustavo Coutinho) e Dellatorre. Técnico: Mozart.
Athletic: Adriel; Douglas Silva, Jhonatan, Marcelo Ajul, Jonathan e Wesley; Martinez, João Miguel e Francisco Geraldes; Welinton Torrão (Ezequiel), Neto Costa (Gabriel Índio) e Guilherme Cachoeira. Técnico: Rui Duarte.

