Coritiba prevê salto gigante nas receitas em 2026

Após duas temporadas na Série B, o Coritiba finalmente está de volta à elite do futebol brasileiro. E com o retorno vem também um salto financeiro para os cofres do clube. O Coxa deve ter um aumento significativo de receitas já em 2026, impulsionado principalmente pelo acordo com a Liga Forte União (LFU), além de novos patrocínios e maior renda em bilheterias.

O novo acordo dos clubes que fazem parte do bloco da LFU gira em torno de uma média de R$ 130 milhões por temporada, valor muito superior aos apenas R$ 9,7 milhões que o clube faturou em direitos de TV na Série B de 2024, por exemplo. Os números de 2025 ainda não foram divulgados, mas a diferença já é suficiente para transformar o cenário financeiro do clube.

Para o especialista em negócios do esporte Erich Beting, o impacto principal virá justamente da verba de mídia. Segundo ele, “o Coxa pode esperar receber quase dez vezes mais do que tinha ganho com direitos de mídia estando na Série B. Isso muda totalmente o patamar de investimento que o clube será capaz de fazer no time”.

Beting ressalta que a Série A traz maior exposição, com TV aberta, fechada e pay-per-view, o que naturalmente amplia oportunidades comerciais. Mas reforça que o grande salto vem mesmo da parcela de TV garantida pela LFU, e que esse dinheiro será determinante para manter o clube competitivo.

Salto financeiro exige planejamento e cautela

O jornalista Rodrigo Capelo, também referência em finanças do esporte, pondera que a média de R$ 130 milhões não garante exatamente esse valor ao Coritiba, já que a distribuição ainda depende de critérios de performance e de mercado.

Ele acrescenta que, em contratos anteriores, clubes que vinham da Série B saltavam de R$ 10 milhões para algo entre R$ 60 e R$ 80 milhões, e que este novo acordo pode ser ainda mais vantajoso, mas com variáveis importantes.

“É normal que as despesas subam na primeira divisão, especialmente salários. Um elenco de Série B não sustenta o Coritiba na Série A. O cuidado é não fazer contratos longos com salários altos demais”, alerta o jornalista.

Com a volta à elite, a tendência é que o Coritiba também aumente substancialmente suas receitas comerciais. A presença em transmissões nacionais, o crescimento de público e a expansão da marca tornam o clube mais atrativo para patrocinadores.

Para Beting, há espaço para o Coxa recuperar o protagonismo. “O clube precisa se estruturar para não voltar à Série B e, a partir daí, reposicionar sua marca. O Coritiba já foi campeão brasileiro e tem potencial para se fixar novamente entre os principais clubes do país”, destaca.

O grande desafio do Coritiba em 2026

Apesar do cenário positivo, Capelo lembra que a permanência na Série A é o grande obstáculo. “A volta à elite é o começo de uma nova fase do clube, mas essa é a parte mais difícil. O Campeonato Brasileiro hoje oferece poucas vagas de permanência. A elite está mais competitiva, e esse é o maior desafio do Coritiba na nova fase”, destaca.

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