Cuiabanos que inspiram: veja personalidades que ajudaram a escrever a história da cidade
Cuiabá completa 306 anos nesta terça-feira (8) e o g1 reuniu alguns nomes que fazem parte da história da capital mato-grossense. Personalidades cuiabanas Montagem/g1 A história da capital mato-grossense se entrelaça com as de personalidades que fizeram e ainda fazem de Cuiabá, uma cidade cada vez mais rica culturalmente. Os feitos desses ícones ainda ressoam de geração em geração e continuam inspirando a população cuiabana. Para celebrar os 306 anos de Cuiabá, o g1 reuniu alguns nomes que contribuíram para propagar a tradição e costumes regionais para o Brasil e para o mundo, seja por meio da gastronomia, dança, música, literatura ou política. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Dona Eulália Dona Eulália, cozinheira famosa pelos bolos de arroz em Cuiabá Amaury Santos Cozinheira famosa pelos bolos de arroz, Eulália da Silva Soares, popularmente conhecida como Dona Eulália, nasceu na zona rural de Cuiabá em 13 de janeiro de 1934. Ela se mudou com o então marido, Eurico Avelino Soares, para o bairro da Lixeira, na capital, onde começou a comercializar os bolinhos de arroz para ajudar na renda de casa. Os quitutes começaram a ser vendidos de porta em porta, em frente de escolas na capital e na Igreja São Benedito. Com o sucesso, abriu no quintal de casa o espaço onde até hoje são vendidos os bolinhos. A cuiabana mantinha há quase 70 anos, a tradição do prato típico de Mato Grosso e um dos principais símbolos da cultura regional. Entre 2017 e 2020, recebeu três premiações da Veja Comer & Beber Cuiabá, sendo duas vezes na categoria ‘melhor bolinho de arroz’ e uma vez na categoria ‘melhor salgado’. Dona Eulália, famosa pelo bolo de arroz em Cuiabá, é homenageada com exposição de fotos Dona Eulália morreu aos 90 anos, no dia 28 de outubro de 2024. Ela deixou 8 filhos, 22 netos e 34 bisnetos. Dona Domingas e o Flor Ribeirinha Patrimônio histórico e imaterial de Cuiabá, Grupo Flor Ribeirinha Edu Slum Domingas Leonor da Silva, mais conhecida como Dona Domingas, nasceu na comunidade de São Gonçalo Beira Rio, mesmo local onde mais tarde, fundou o grupo folclórico Flor Ribeirinha. Considerado uma das principais manifestações culturais mato-grossenses, o grupo trabalha no resgate, manutenção, proteção e difusão da cultura popular da região, além de manter viva a tradição do Siriri e Cururu, há mais de 30 anos. O Flor Ribeirinha acumula títulos mundiais, conquistados em países como Turquia (2017), Polônia (2021) e Bulgária (2022) e se tornou tetracampeão mundial de folclore, no 'Cheonan World Dance Festival’ da edição de 2024. Em fevereiro deste ano, o grupo foi reconhecido como patrimônio histórico e imaterial de Cuiabá. Além de presidente do Flor Ribeirinha, Dona Domingas é doutora Honóris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso e vencedora do Prêmio Nacional Mestre da Cultura Popular em 2018. Manoel de Barros O poeta Manoel de Barros é retratado em sua residência em Campo Grande (MS), em foto de fevereiro de 2008 Jonne Roriz/Estadão Conteúdo/Arquivo O poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá no ano de 1916 e passou a infância tentando desvendar os mistérios do Pantanal. Foi de lá que tirou inspiração para escrever seus quase 30 livros publicados. Manoel de Barros publicou seu primeiro livro, 'Poemas concebidos sem pecado', em 1937. Seu último volume, "Escritos em verbal de ave", saiu em 2011. Em 1966, ele ganhou o prêmio nacional de poesias com 'Gramática Expositiva do Chão'. Em 1998, levou o Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra. Ao longo da carreira de sete décadas, ganhou o Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras 'O guardador de águas' (1989) e 'O fazedor de amanhecer' (2001). Em 2000, foi premiado pela Academia Brasileira de Letras. O autor teve sua obra traduzida para países como Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. Manoel de Barros era ocupante da cadeira número 1 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. O poeta morreu aos 97 anos, no dia 13 de novembro de 2014, após passar por uma cirurgia no intestino, em Campo Grande (MS), onde viveu os últimos anos junto à esposa. 'Ele é imortal, pois a obra dele fica', diz poeta de MT sobre Manoel de Barros Eurico Gaspar Dutra Eurico Gaspar Dutra Divulgação/Governo federal Depois de nove anos como ministro da Guerra do governo de Getúlio Vargas, o cuiabano Eurico Gaspar Dutra, nascido em 1883, se tornou o 16º presidente da República do Brasil. Dentre os 15 presidentes militares que passaram pelo comando do país, somente ele e Hermes da Fonseca subiram ao posto de cargo máximo da nação por meio do voto. Seu governo se caracterizou por uma linha desenvolvimentista. O militar deixou legados como a aproximação diplomática com os Estados Unidos (foi o segundo presidente a visitar o país em missão oficial), a Escola Superior de Guerra (ESG) e a Via Dutra, que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde faleceu aos 91 anos de idade. Em Cuiabá, o estádio que leva seu


Cuiabá completa 306 anos nesta terça-feira (8) e o g1 reuniu alguns nomes que fazem parte da história da capital mato-grossense. Personalidades cuiabanas Montagem/g1 A história da capital mato-grossense se entrelaça com as de personalidades que fizeram e ainda fazem de Cuiabá, uma cidade cada vez mais rica culturalmente. Os feitos desses ícones ainda ressoam de geração em geração e continuam inspirando a população cuiabana. Para celebrar os 306 anos de Cuiabá, o g1 reuniu alguns nomes que contribuíram para propagar a tradição e costumes regionais para o Brasil e para o mundo, seja por meio da gastronomia, dança, música, literatura ou política. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Dona Eulália Dona Eulália, cozinheira famosa pelos bolos de arroz em Cuiabá Amaury Santos Cozinheira famosa pelos bolos de arroz, Eulália da Silva Soares, popularmente conhecida como Dona Eulália, nasceu na zona rural de Cuiabá em 13 de janeiro de 1934. Ela se mudou com o então marido, Eurico Avelino Soares, para o bairro da Lixeira, na capital, onde começou a comercializar os bolinhos de arroz para ajudar na renda de casa. Os quitutes começaram a ser vendidos de porta em porta, em frente de escolas na capital e na Igreja São Benedito. Com o sucesso, abriu no quintal de casa o espaço onde até hoje são vendidos os bolinhos. A cuiabana mantinha há quase 70 anos, a tradição do prato típico de Mato Grosso e um dos principais símbolos da cultura regional. Entre 2017 e 2020, recebeu três premiações da Veja Comer & Beber Cuiabá, sendo duas vezes na categoria ‘melhor bolinho de arroz’ e uma vez na categoria ‘melhor salgado’. Dona Eulália, famosa pelo bolo de arroz em Cuiabá, é homenageada com exposição de fotos Dona Eulália morreu aos 90 anos, no dia 28 de outubro de 2024. Ela deixou 8 filhos, 22 netos e 34 bisnetos. Dona Domingas e o Flor Ribeirinha Patrimônio histórico e imaterial de Cuiabá, Grupo Flor Ribeirinha Edu Slum Domingas Leonor da Silva, mais conhecida como Dona Domingas, nasceu na comunidade de São Gonçalo Beira Rio, mesmo local onde mais tarde, fundou o grupo folclórico Flor Ribeirinha. Considerado uma das principais manifestações culturais mato-grossenses, o grupo trabalha no resgate, manutenção, proteção e difusão da cultura popular da região, além de manter viva a tradição do Siriri e Cururu, há mais de 30 anos. O Flor Ribeirinha acumula títulos mundiais, conquistados em países como Turquia (2017), Polônia (2021) e Bulgária (2022) e se tornou tetracampeão mundial de folclore, no 'Cheonan World Dance Festival’ da edição de 2024. Em fevereiro deste ano, o grupo foi reconhecido como patrimônio histórico e imaterial de Cuiabá. Além de presidente do Flor Ribeirinha, Dona Domingas é doutora Honóris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso e vencedora do Prêmio Nacional Mestre da Cultura Popular em 2018. Manoel de Barros O poeta Manoel de Barros é retratado em sua residência em Campo Grande (MS), em foto de fevereiro de 2008 Jonne Roriz/Estadão Conteúdo/Arquivo O poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá no ano de 1916 e passou a infância tentando desvendar os mistérios do Pantanal. Foi de lá que tirou inspiração para escrever seus quase 30 livros publicados. Manoel de Barros publicou seu primeiro livro, 'Poemas concebidos sem pecado', em 1937. Seu último volume, "Escritos em verbal de ave", saiu em 2011. Em 1966, ele ganhou o prêmio nacional de poesias com 'Gramática Expositiva do Chão'. Em 1998, levou o Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra. Ao longo da carreira de sete décadas, ganhou o Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras 'O guardador de águas' (1989) e 'O fazedor de amanhecer' (2001). Em 2000, foi premiado pela Academia Brasileira de Letras. O autor teve sua obra traduzida para países como Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. Manoel de Barros era ocupante da cadeira número 1 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. O poeta morreu aos 97 anos, no dia 13 de novembro de 2014, após passar por uma cirurgia no intestino, em Campo Grande (MS), onde viveu os últimos anos junto à esposa. 'Ele é imortal, pois a obra dele fica', diz poeta de MT sobre Manoel de Barros Eurico Gaspar Dutra Eurico Gaspar Dutra Divulgação/Governo federal Depois de nove anos como ministro da Guerra do governo de Getúlio Vargas, o cuiabano Eurico Gaspar Dutra, nascido em 1883, se tornou o 16º presidente da República do Brasil. Dentre os 15 presidentes militares que passaram pelo comando do país, somente ele e Hermes da Fonseca subiram ao posto de cargo máximo da nação por meio do voto. Seu governo se caracterizou por uma linha desenvolvimentista. O militar deixou legados como a aproximação diplomática com os Estados Unidos (foi o segundo presidente a visitar o país em missão oficial), a Escola Superior de Guerra (ESG) e a Via Dutra, que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde faleceu aos 91 anos de idade. Em Cuiabá, o estádio que leva seu nome, o qual os cuiabanos se referem como 'Dutrinha', já foi palco de muitas partidas memoráveis ao longo dos 73 anos de história, como a chegada de Pelé para um amistoso entre o Santos e o Dom Bosco, em 1965. Mãe Bonifácia Estátua de Mãe Bonifácia no parque que leva o nome da curandeira negra Renê Dióz/g1 Mulher negra alforriada que viveu em Cuiabá no fim do século 19, cuja trajetória ainda é uma incógnita para muitos pesquisadores. Historiadores afirmam que a maior parte do que se sabe sobre Mãe Bonifácia foi passada de geração para geração de forma oral, até ano passado, quando pesquisadores encontraram nos arquivos da Cúria Metropolitana de Cuiabá, o registro do óbito de Mãe Bonifácia, morta aos 80 anos, em 19 de fevereiro de 1867. Relatos apontam que ela viveu na Avenida Lavapés, diz Aníbal Alencastro, geógrafo, pesquisador e autor de livros sobre Cuiabá. Segundo ele, em frente à casa ficava um córrego, e Mãe Bonifácia orientava os escravizados a seguirem pela água para que não pudessem ser farejados pelos cães dos capitães do mato, homens contratados para recapturar os negros fugitivos. O apelido de "mãe" veio pelo fato de ela ter sido considerada muito bondosa para os negros. Em dezembro de 2000, o parque estadual Mãe Bonifácia foi inaugurado como uma homenagem ao ícone de força e resistência, na região central de Cuiabá, com uma área verde de 77 hectares e aproximadamente dez quilômetros de trilhas. Entre abril e maio deste ano, será gravado o longa-metragem 'Mãe Bonifácia', protagonizado pela atriz Zezé Motta. O filme é dirigido pelo diretor Salles Fernandes, e as filmagens serão realizadas em uma chácara de Sorriso, a 420 km da capital. ✍Cuiabá, 306 anos Cuiabá completa 306 anos Mayke Toscano/Secom-MT No dia 8 de Abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assinou a ata da fundação de Cuiabá, no local conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó. Foi a forma encontrada para garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. Em 1726, o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, chega na capital como representante de Portugal. Em 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Porém, parte da população abandonou a capital depois que as lavras de ouro foram menores que o esperado. Um século depois de sua fundação, Cuiabá foi alçada à condição de cidade em setembro de 1818, e tornou-se a capital da então província de Mato Grosso no dia 28 de agosto de 1835, já que antes, a capital da província era Vila Bela da Santíssima Trindade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp