Executivo da GM defende imposto para ‘equilibrar a competitividade’ contra importados chineses
Em entrevista exclusiva ao g1, Fabio Rua diz que o mercado ‘não pode permitir' que carros produzidos no Brasil concorram com veículos subsidiados ou que desfrutem de ‘estruturas' que barateiem demais seu preço. Fabio Rua diz que GM está preparada para encarar a concorrência chinesa Em entrevista exclusiva ao g1, o vice-presidente da General Motors Brasil, Fabio Rua, comentou a invasão de veículos chineses no mercado brasileiro, a mais recente preocupação das montadoras brasileiras. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou uma alta elevada das importações de veículos em 2024. No ano, houve crescimento de 32,5%, alcançando o maior nível em 10 anos. Foram 467 mil veículos importados no Brasil em 2024, contra 352 mil do ano anterior. A entidade diz que deste total, 200 mil correspondem aos modelos eletrificados que chegam da China. “A Chevrolet já encarou uma situação parecida com os coreanos [como Hyundai e Kia], já encarou uma situação parecida com os japoneses [como Toyota, Honda e Nissan] e agora está encarando uma situação, não só a Chevrolet, mas todas as montadoras tradicionais com os chineses”, aponta. Para Rua, a concorrência é saudável, pois obriga o mercado a acelerar as decisões, a inovar e a buscar fontes de receita em novos modelos de negócios. Mas afirma que o mercado “não pode permitir” que carros produzidos no Brasil concorram com veículos que vêm “de outros lugares, com subsídios ou estruturas que barateiem o preço a ponto de ele ser muito mais competitivo do que o produto fabricado aqui”. Rua critica a atual tarifa de importação de carros eletrificados, dizendo que as empresas estrangeiras têm conseguido trazer e vender seus carros no país a um preço abaixo dos praticados pelos produtos produzidos no Brasil. “Se a gente tem uma equiparação tarifária, e essa é uma demanda da Anfavea, já há algum tempo, para que haja uma recomposição da alíquota do imposto de importação, que no passado já era de 35%, a gente entende que consegue equilibrar a competitividade dos produtos estrangeiros vindo para o Brasil vis-à-vis a produção local”, diz o executivo. Veja a entrevista na íntegra no vídeo abaixo. Fabio Rua, vice-presidente da General Motors Brasil, concedeu entrevista exclusiva ao g1 A seguir, clique nos links para assistir aos cortes com os principais destaques. SUV subcompacto inédito é confirmado; Onix precisa de atualização; GM diz que produção em Gravataí (RS) não será paralisada; Spark EUV virá como elétrico mais barato da marca; Juros estão altos, mas situação é menos nebulosa para 2025; Investimento no Brasil traz 10 carros eletrificados até 2030. g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua g1 | Fábio Tito SUV subcompacto inédito é confirmado Fabio Rua confirma que Chevrolet terá SUV para brigar com VW Tera e Fiat Pulse Fabio Rua é sutil e manteve mistério, mas revela um dos mais importantes movimentos da montadora: a entrada na disputa entre os SUVs de entrada, um dos segmentos que mais cresce em vendas no país. “Me permitam uma surpresa, mas a resposta é sim. Qual é o produto, quando ele será fabricado, em que planta ele será fabricado, em breve vocês saberão”, diz o executivo. Não disse quando chega, nem onde será produzido, mas também reconheceu que a resposta está na própria entrevista concedida ao g1. “Já tem pistas que eu dei ao longo dessa entrevista que talvez possa ajudá-los a montar esse quebra-cabeça”, brincou. Aqui está a pista: o executivo revelou que a fábrica de Gravataí usará parte do investimento anunciado para a produção de um modelo inédito, em que a empresa "ainda" não atua. “O investimento de R$ 1,2 bilhão que anunciamos para nossa planta de Gravataí (RS) será destinado à produção de um veículo em uma categoria na qual ainda não atuamos, e que será revelado este ano”, afirmou o executivo. Atualmente, a Chevrolet produz na fábrica de Gravataí o hatch Onix e sua versão sedã, o Onix Plus. A ver se sairá de lá o modelo que já até recebeu o apelido de “SUV do Onix”. As brigas entre SUVs compactos, com preços a partir dos R$ 100 mil, é das mais acirradas do mercado. No ano passado foram lançados Renault Kardian e Citroën Basalt, que disputam com Fiat Pulse e Nissan Kicks. A Volkswagen entrou no jogo com o lançamento do Tera. Ainda que a data para o novo SUV esteja sob completo sigilo, Rua reforça que a marca pretende lançar até cinco novos modelos em 2025. Além disso, serão 10 veículos eletrificados no Brasil até 2030, de híbridos leves a 100% elétricos. Volte para o início. Onix precisa de atualização Fabio Rua, da GM, garante que o Onix será renovado e não vai sair de linha O executivo também confirmou ao g1 que o Onix será reestilizado. O hatch teve uma época gloriosa, mas já faz tempo que não é mais o mesmo. Em 2019, no auge, foram emplacados mais de 240 mil unidades do Onix. Em 2024, o hatch não conseguiu ultrapassar a barreira dos 100 mil veículos vendidos. O executivo reconheceu a queda e apostou na falta de atualiza


Em entrevista exclusiva ao g1, Fabio Rua diz que o mercado ‘não pode permitir' que carros produzidos no Brasil concorram com veículos subsidiados ou que desfrutem de ‘estruturas' que barateiem demais seu preço. Fabio Rua diz que GM está preparada para encarar a concorrência chinesa Em entrevista exclusiva ao g1, o vice-presidente da General Motors Brasil, Fabio Rua, comentou a invasão de veículos chineses no mercado brasileiro, a mais recente preocupação das montadoras brasileiras. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou uma alta elevada das importações de veículos em 2024. No ano, houve crescimento de 32,5%, alcançando o maior nível em 10 anos. Foram 467 mil veículos importados no Brasil em 2024, contra 352 mil do ano anterior. A entidade diz que deste total, 200 mil correspondem aos modelos eletrificados que chegam da China. “A Chevrolet já encarou uma situação parecida com os coreanos [como Hyundai e Kia], já encarou uma situação parecida com os japoneses [como Toyota, Honda e Nissan] e agora está encarando uma situação, não só a Chevrolet, mas todas as montadoras tradicionais com os chineses”, aponta. Para Rua, a concorrência é saudável, pois obriga o mercado a acelerar as decisões, a inovar e a buscar fontes de receita em novos modelos de negócios. Mas afirma que o mercado “não pode permitir” que carros produzidos no Brasil concorram com veículos que vêm “de outros lugares, com subsídios ou estruturas que barateiem o preço a ponto de ele ser muito mais competitivo do que o produto fabricado aqui”. Rua critica a atual tarifa de importação de carros eletrificados, dizendo que as empresas estrangeiras têm conseguido trazer e vender seus carros no país a um preço abaixo dos praticados pelos produtos produzidos no Brasil. “Se a gente tem uma equiparação tarifária, e essa é uma demanda da Anfavea, já há algum tempo, para que haja uma recomposição da alíquota do imposto de importação, que no passado já era de 35%, a gente entende que consegue equilibrar a competitividade dos produtos estrangeiros vindo para o Brasil vis-à-vis a produção local”, diz o executivo. Veja a entrevista na íntegra no vídeo abaixo. Fabio Rua, vice-presidente da General Motors Brasil, concedeu entrevista exclusiva ao g1 A seguir, clique nos links para assistir aos cortes com os principais destaques. SUV subcompacto inédito é confirmado; Onix precisa de atualização; GM diz que produção em Gravataí (RS) não será paralisada; Spark EUV virá como elétrico mais barato da marca; Juros estão altos, mas situação é menos nebulosa para 2025; Investimento no Brasil traz 10 carros eletrificados até 2030. g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua g1 | Fábio Tito SUV subcompacto inédito é confirmado Fabio Rua confirma que Chevrolet terá SUV para brigar com VW Tera e Fiat Pulse Fabio Rua é sutil e manteve mistério, mas revela um dos mais importantes movimentos da montadora: a entrada na disputa entre os SUVs de entrada, um dos segmentos que mais cresce em vendas no país. “Me permitam uma surpresa, mas a resposta é sim. Qual é o produto, quando ele será fabricado, em que planta ele será fabricado, em breve vocês saberão”, diz o executivo. Não disse quando chega, nem onde será produzido, mas também reconheceu que a resposta está na própria entrevista concedida ao g1. “Já tem pistas que eu dei ao longo dessa entrevista que talvez possa ajudá-los a montar esse quebra-cabeça”, brincou. Aqui está a pista: o executivo revelou que a fábrica de Gravataí usará parte do investimento anunciado para a produção de um modelo inédito, em que a empresa "ainda" não atua. “O investimento de R$ 1,2 bilhão que anunciamos para nossa planta de Gravataí (RS) será destinado à produção de um veículo em uma categoria na qual ainda não atuamos, e que será revelado este ano”, afirmou o executivo. Atualmente, a Chevrolet produz na fábrica de Gravataí o hatch Onix e sua versão sedã, o Onix Plus. A ver se sairá de lá o modelo que já até recebeu o apelido de “SUV do Onix”. As brigas entre SUVs compactos, com preços a partir dos R$ 100 mil, é das mais acirradas do mercado. No ano passado foram lançados Renault Kardian e Citroën Basalt, que disputam com Fiat Pulse e Nissan Kicks. A Volkswagen entrou no jogo com o lançamento do Tera. Ainda que a data para o novo SUV esteja sob completo sigilo, Rua reforça que a marca pretende lançar até cinco novos modelos em 2025. Além disso, serão 10 veículos eletrificados no Brasil até 2030, de híbridos leves a 100% elétricos. Volte para o início. Onix precisa de atualização Fabio Rua, da GM, garante que o Onix será renovado e não vai sair de linha O executivo também confirmou ao g1 que o Onix será reestilizado. O hatch teve uma época gloriosa, mas já faz tempo que não é mais o mesmo. Em 2019, no auge, foram emplacados mais de 240 mil unidades do Onix. Em 2024, o hatch não conseguiu ultrapassar a barreira dos 100 mil veículos vendidos. O executivo reconheceu a queda e apostou na falta de atualização como um dos fatores que contribuíram para o veículo não retomar o sucesso no pós pandemia. “Não espere que ele saia do nosso portfólio, porque ele é dos filhos mais queridos da Chevrolet no Brasil. Então assim, esperem uma atualização do Onix em algum momento, sem dúvida alguma”, afirma o executivo. o “O Onix é um sucesso há décadas, com oscilações de aceitação do público ao longo do tempo, este que culmina talvez com períodos mais extensos sem uma atualização um pouco mais expressiva”, comenta Fabio Rua. O desencanto com o Onix, inclusive, causou uma revisão de atividades na fábrica da GM em Gravataí (RS). Enquanto o sindicato dos metalúrgicos fala em paralisação da produção, a GM diz que a planta gaúcha passará por reformulação, mas manterá um dos turnos. Volte para o início. GM diz que produção em Gravataí (RS) não será paralisada Fabio Rua, da GM, afirma que não existe paralisação na fábrica de Gravataí (RS) Falando em Gravataí, a Chevrolet anunciou no início do mês que estava em processo de negociação com o sindicato dos metalúrgicos para suspender temporariamente os contratos de trabalho de parte das equipes (lay-offs) em abril para reduzir a produção de seus veículos de entrada, Onix e Onix Plus. "Estamos trabalhando com a negociação sindical, ela é fundamental para a gente conseguir fazer os nossos planos. A gente não vai avançar em definição nenhuma sem ter um bom entendimento", diz Rua. Segundo Valcir Ascari, presidente do sindicato de Gravataí, o acordo previa um lay-off de dois meses e oito dias, a partir do dia 22 de abril. Na época, a empresa e os representantes do sindicato ainda estavam em negociação. Na entrevista ao g1, Fabio Rua afirma categoricamente que não há plano de paralisação total da fábrica do Rio Grande do Sul e que a medida seria somente para redução de turnos. “A gente não vai deixar de fabricar nem Onix e nem Onix Plus. A gente está reduzindo o volume de produção. Esses carros continuam sendo fabricados. Não é paralisação. Não tem paralisação. Tem turno rodando", aponta o executivo. Volte para o início. Spark EUV virá como elétrico mais barato da marca Fabio Rua, da GM, comenta o último lançamento da marca, o elétrico Spark EUV O último grande anúncio oficial da GM foi a chegada do Spark EUV, um modelo 100% elétrico de entrada. A GM teve sua primeira experiência de elétrico com o hatch e o utilitário Bolt, que nunca emplacou por aqui. A lição parece ter sido aprendida: Rua garante que o preço será mais baixo do que os R$ 279 mil cobrados pelo Bolt em 2023. Rua também adiantou que o Spark EUV será um concorrente de outros carros elétricos de desempenho semelhante. g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua g1 | Fábio Tito Nesse mercado, temos o BYD Dolphin de entrada (R$ 159.800), com 95 cv de potência, enquanto o novo elétrico da GM terá 102 cv, se vier com o mesmo motor utilizado pela fabricante em outros países. O GWM Ora 03 Skin (R$ 159.000), versão de entrada do elétrico, tem um preço similar ao do Dolphin, mas é muito mais potente, com 171 cv. Veja quais são os possíveis concorrentes do Chevrolet Spark. BYD Dolphin: R$ 159.800; BYD Dolphin Plus: R$ 184.800; BYD Yuan Pro: R$ 182.800 GWM Ora 03 Skin: R$ 159.000; GWM Ora 03 GT: R$ 187.000; Neta Aya: R$ 128.900; Neta X: R$ 204.900. O objetivo desse preço mais acessível é competir pelas vendas de elétricos no Brasil, amplamente dominadas por marcas chinesas. A BYD lidera com 64,21% de todas as vendas de 2024, seguida pela GWM com 11,04% do mercado. Em terceiro lugar está a Volvo, com 9,65% de participação. Embora tenha sido fundada na Suécia em 1927, a marca foi comprada em 2010 pelo grupo chinês Geely, que também tem parceria com a Renault. A Chevrolet está apenas na décima posição, com apenas 0,76% do mercado de carros elétricos zero km em 2024. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Volte para o início. Juros estão altos, mas situação é menos nebulosa Fabio Rua, da GM, diz que situação econômica está menos nebulosa em 2025 Fabio Rua reconhece que as vendas da GM podem ser afetadas em 2025, como consequência da alta prevista na taxa básica de juros. Sobretudo porque o Brasil voltou ao primeiro lugar do ranking de maiores juros reais do mundo. “Se a taxa de juros chegar a esse patamar que você está dizendo [15%, previstos no boletim Focus, do BC], é possível que as vendas sejam impactadas, ou que o consumidor opte por fazer um financiamento mais curto, ou pagar à vista, como foi feito no passado”, comenta. Por outro lado, ele acredita em um 2025 menos nebuloso. “A gente tá no início do ano, né? Um ano que começou desafiador para a economia como um todo, mas não quer dizer que o ano vai terminar desafiador para a economia. (...) A gente tem motivos, sim, para olhar para frente e ver um horizonte menos nebuloso do que eu diria que está sendo pintado por aí”, diz o executivo. Volte para o início. Investimento no Brasil traz 10 carros eletrificados até 2030 Fabio Rua, da GM, fala sobre os investimentos para modernizar as fábricas brasileiras Em 2024, a GM anunciou uma rodada de investimentos até 2028, com valor de R$ 7 bilhões para todas as fábricas do Brasil. Deste total, R$ 5,5 bilhões estão alocados para as plantas do estado de São Paulo (em São Caetano do Sul e São José dos Pinhais). Parte desse investimento será usada para o desenvolvimento e lançamento de novos veículos. Já se sabe que o Onix passará por uma atualização significativa. Além disso, Fabio Rua revelou, em entrevista exclusiva ao g1, que até 2030 serão lançados 10 veículos eletrificados. “A gente deve produzir, ao longo dos próximos anos, em torno de 10 veículos eletrificados. Isso faz parte desse ciclo de investimento de R$ 7 bilhões", diz o vice-presidente da GM. “A planta de Joinville (SC) será fundamental no desenvolvimento e na produção de parte do que virá dessas novas tecnologias que a gente anunciou, que chegarão no país até, vou dizer aqui, até o final da década. Esses 10 veículos eletrificados dos quais a gente tá falando." g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua g1 | Fábio Tito Os primeiros serão híbridos leves com motor flex, até então focados em dois carros que serão fabricados em São Caetano do Sul (SP). Ela é a fábrica mais antiga do grupo no país e, atualmente, abriga a produção da picape Montana, do SUV compacto Tracker e da minivan Spin. Após esses dois primeiros híbridos leves, a GM oferecerá todas as versões possíveis de sistemas eletrificados, desde modelos plug-in, que são conectados a fontes externas de eletricidade, até híbridos plenos, em que o próprio sistema gera a energia necessária. Para o futuro, Fabio acredita que a GM fabricará apenas carros elétricos ou híbridos no Brasil. “Vai chegar num determinado momento, e aí depende de condições de mercado, em que a gente só vai produzir carros eletrificados no Brasil, todas as montadoras, né? A gente tá vendo uma boa aceitação por parte do consumidor em relação a híbridos e 100% elétricos.” Volte para o início.