Exportadores de frutas de Petrolina temem prejuízo com nova tarifa dos EUA: 'Um grande desafio'
Em 2024, exportações de manga e uva para os Estados Unidos renderam quase US$ 90 milhões; produtores afirmam que nova tarifa pode inviabilizar comércio. Somente em 2024, a exportação de frutas de Petrolina para os EUA gerou quase US$ 90 milhões em receita Lucas Sinigaglia/ Embrapa O anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros causou apreensão entre produtores rurais do Vale do São Francisco. A medida, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, pode atingir em cheio as exportações de frutas da região, especialmente manga e uva, carro-chefe da fruticultura irrigada de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Somente em 2024, a exportação de frutas de Petrolina para os EUA gerou quase US$ 90 milhões em receita: foram US$ 45,8 milhões em manga (36,8 mil toneladas) e US$ 41,5 milhões em uva (13,8 mil toneladas), segundo dados dos observatórios de mercado de manga e uva da Embrapa Semiárido. Esses números colocam a cidade entre as maiores exportadoras de frutas do Brasil. Petrolina é a 1ª colocada no ranking do setor agro, como a melhor para se fazer negócios O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, Jailson Lira de Paiva, classificou a decisão como "unilateral" e "prejudicial aos dois países". Segundo ele, a medida pode afetar toda a cadeia produtiva da região. "Não é uma situação agradável, nem para nós, nem para os americanos. Esperamos que a diplomacia atue rapidamente para reverter esse quadro", afirmou. Leia também: Tarifaço de Trump: Lula diz que taxas serão respondidas 'à luz da lei brasileira de reciprocidade' Jailson explicou ainda que, embora a safra de uva só comece a ser exportada em meados de setembro, há preocupação com o efeito imediato da decisão no mercado e nas negociações com importadores. “Hoje, a tarifa é de 10%. Um salto para 50% é um avanço considerável. Se não houver mudança até setembro, será um grande desafio.” “Inviabiliza as exportações”, diz pesquisador da Embrapa O Coordenador dos Observatórios de Mercado de Manga e Uva da Embrapa Semiárido, João Ricardo Lima, também destacou o impacto direto da medida na viabilidade econômica do setor. Segundo ele, com os preços médios de 2024, o aumento da tarifa torna as exportações inviáveis para os produtores da região. “Se os preços forem os mesmos do ano passado, e forem descontados os 50% do imposto, o que o produtor receberia não pagaria os custos totais de produção, embalagem e logística”, afirmou o pesquisador". Atualmente, 10 exportadores de manga de Petrolina têm os Estados Unidos como destino regular. Aline Oliveira/Vereda Comunica O pesquisador ainda reforça que a medida afeta diretamente os dois países: "Para manter os envios, os preços precisariam aumentar proporcionalmente, mas dificilmente o consumidor americano vai aceitar pagar mais. Isso pode gerar queda no consumo e redução ou suspensão dos embarques para os EUA.” Atualmente, 10 exportadores de manga de Petrolina têm os Estados Unidos como destino regular. O setor é um dos principais motores econômicos da região semiárida, responsável por milhares de empregos diretos e indiretos. “Dependemos das exportações para gerar empregos e renda. Se essa medida for mantida, pode haver retração no setor e redirecionamento das frutas para Europa ou para o mercado interno”, completa João Ricardo. Além de todo o prejuízo econômico e queda na geração de emprego e renda, o pesquisador também alerta para o desequilíbrio nos indicadores de desenvolvimento humano. "Somos uma região com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e se não fosse a fruticultura, não teríamos condições de gerar empregos para tantas pessoas. Uma medida desta impacta diretamente o setor que contribui para a melhoria das condições de vida na região, que ajuda a reduzir as desigualdades regionais", reforça. Vídeos: mais assistidos do Sertão de PE


Em 2024, exportações de manga e uva para os Estados Unidos renderam quase US$ 90 milhões; produtores afirmam que nova tarifa pode inviabilizar comércio. Somente em 2024, a exportação de frutas de Petrolina para os EUA gerou quase US$ 90 milhões em receita Lucas Sinigaglia/ Embrapa O anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros causou apreensão entre produtores rurais do Vale do São Francisco. A medida, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, pode atingir em cheio as exportações de frutas da região, especialmente manga e uva, carro-chefe da fruticultura irrigada de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Somente em 2024, a exportação de frutas de Petrolina para os EUA gerou quase US$ 90 milhões em receita: foram US$ 45,8 milhões em manga (36,8 mil toneladas) e US$ 41,5 milhões em uva (13,8 mil toneladas), segundo dados dos observatórios de mercado de manga e uva da Embrapa Semiárido. Esses números colocam a cidade entre as maiores exportadoras de frutas do Brasil. Petrolina é a 1ª colocada no ranking do setor agro, como a melhor para se fazer negócios O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, Jailson Lira de Paiva, classificou a decisão como "unilateral" e "prejudicial aos dois países". Segundo ele, a medida pode afetar toda a cadeia produtiva da região. "Não é uma situação agradável, nem para nós, nem para os americanos. Esperamos que a diplomacia atue rapidamente para reverter esse quadro", afirmou. Leia também: Tarifaço de Trump: Lula diz que taxas serão respondidas 'à luz da lei brasileira de reciprocidade' Jailson explicou ainda que, embora a safra de uva só comece a ser exportada em meados de setembro, há preocupação com o efeito imediato da decisão no mercado e nas negociações com importadores. “Hoje, a tarifa é de 10%. Um salto para 50% é um avanço considerável. Se não houver mudança até setembro, será um grande desafio.” “Inviabiliza as exportações”, diz pesquisador da Embrapa O Coordenador dos Observatórios de Mercado de Manga e Uva da Embrapa Semiárido, João Ricardo Lima, também destacou o impacto direto da medida na viabilidade econômica do setor. Segundo ele, com os preços médios de 2024, o aumento da tarifa torna as exportações inviáveis para os produtores da região. “Se os preços forem os mesmos do ano passado, e forem descontados os 50% do imposto, o que o produtor receberia não pagaria os custos totais de produção, embalagem e logística”, afirmou o pesquisador". Atualmente, 10 exportadores de manga de Petrolina têm os Estados Unidos como destino regular. Aline Oliveira/Vereda Comunica O pesquisador ainda reforça que a medida afeta diretamente os dois países: "Para manter os envios, os preços precisariam aumentar proporcionalmente, mas dificilmente o consumidor americano vai aceitar pagar mais. Isso pode gerar queda no consumo e redução ou suspensão dos embarques para os EUA.” Atualmente, 10 exportadores de manga de Petrolina têm os Estados Unidos como destino regular. O setor é um dos principais motores econômicos da região semiárida, responsável por milhares de empregos diretos e indiretos. “Dependemos das exportações para gerar empregos e renda. Se essa medida for mantida, pode haver retração no setor e redirecionamento das frutas para Europa ou para o mercado interno”, completa João Ricardo. Além de todo o prejuízo econômico e queda na geração de emprego e renda, o pesquisador também alerta para o desequilíbrio nos indicadores de desenvolvimento humano. "Somos uma região com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e se não fosse a fruticultura, não teríamos condições de gerar empregos para tantas pessoas. Uma medida desta impacta diretamente o setor que contribui para a melhoria das condições de vida na região, que ajuda a reduzir as desigualdades regionais", reforça. Vídeos: mais assistidos do Sertão de PE