Flávio Pantera entrou para a história do Athletico e tornou-se eterno
A locução magistral de Carneiro Neto imprimiu a identidade de “o Pantera” e entregou-a ao goleiro Flávio. E com ela, Flávio ingressou na história do Athletico e tornou-se eterno. Ave, Carneiro! Flávio tinha tudo de uma pantera: negro, sério e belo. A sua figura evocava poder e força. Quando jogava, reunia tudo para se transformar […]

A locução magistral de Carneiro Neto imprimiu a identidade de “o Pantera” e entregou-a ao goleiro Flávio. E com ela, Flávio ingressou na história do Athletico e tornou-se eterno. Ave, Carneiro!
Flávio tinha tudo de uma pantera: negro, sério e belo. A sua figura evocava poder e força. Quando jogava, reunia tudo para se transformar na figura majestosa em defesa do gol do Athletico. Ave, Flávio!
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Bem que poderia ser chamado de santo, mas seria ir para o comum que não é ambiente para os imortais no futebol. A defesa que praticou em São Caetano, na final do Brasileirão de 2001, antes do gol de Alex Mineiro, foi obra de um predestinado. Só eleitos como Emerson Leão, em Liverpool, ao desviar o chute de Cruijff da pequena área (1974) e Banks, em Guadalajara, na cabeçada de Pelé (1970).
Foram tantas as defesas tiradas do campo do impossível que foi a partir de Flávio, que o Athletico trouxe para a realidade o que era apenas um sonho dos atleticanos, o título do Brasileirão de 2001, o maior da sua história.
Flávio, já com a identidade de “ Pantera”, em uma das “reformas” de Petraglia – agora com João Fleury junto -, foi embora do Athletico, em 2002. Se ficasse um pouco mais, em 2004, não haveria a “tragédia de Erechim”, que foi o empate de 3 a 3. Ganhando de um Grêmio já rebaixado por 3 a 0, o Furacão conquistaria o bi campeonato brasileiro.
Qual o lugar de Flávio, na história do Athletico?

Certa vez, antes de um treino do histórico Real Madrid dos anos 60, de Di Stéfano, conversavam o espanhol Gento (ponta esquerda), o húngaro Puskás (meia esquerda), o uruguaio Santamaria (zagueiro) e o brasileiro Canário (ponta direita).
A questão: qual era o maior jogador de futebol do mundo? Gento, Puskás e Santamaria responderam: “o nosso Di Stéfano”. “E Pelé?”, perguntou um indignado Canário. Então, Puskás resolveu a questão: “Deixe Pelé fora disso. Ele é de um outro mundo”.
Imagino, agora, quatro atleticanos provocados para escolherem o melhor goleiro da história do Athletico. Um escolheu Roberto, “Mão de Anjo”, outro, Flávio, “o Pantera”, e um terceiro, Santos, “o Santo”. O quarto questionou: “E Caju, a Majestade do Arco?”. Para os atleticanos, Caju era como Pelé foi para Puskás, coisa de outro mundo.
Eis o maior goleiro da história do Athletico: Flávio Pantera. No mundo sonhado, próprio da paixão atleticana, sempre estará presente a sua figura de Flávio, agora uma pantera eternizada.