Negros são quase 90% dos mortos em ações policiais no PI, diz relatório
Em 2024, 87,5% das pessoas mortas por ações policiais no Piauí eram negras, segundo o relatório Pele Alvo, da Rede de Observatórios da Segurança. Teresina concentrou 32% dos casos. As vítimas são, em sua maioria, jovens negros, de baixa renda e com pouca escolaridade.
O Piauí teve 24 mortes por intervenção policial no ano passado, o menor número desde 2019. A queda foi de 42,9%, a maior entre os nove estados analisados. Contudo, ainda conforme o levantamento, os negros seguem como principais vítimas.
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Teresina teve o maior número de mortes por ação policial em 2024, com oito vítimas, o que representa 32% do total. Também houve mortes em Avelino Lopes, Campo Maior e Parnaíba (2 vítimas cada), além de Alto Longá e Aroazes (1 vítima em cada cidade).
No estado, negros representam 77,1% da população, mas foram 87,5% dos mortos pela polícia. A Polícia Militar foi responsável por 80% das mortes registradas em 2024.
Mais da metade das vítimas tinha até 29 anos. A faixa de 18 a 29 anos concentrou 44% dos casos. Dois adolescentes entre 12 e 17 anos também foram mortos.
Pesquisadores relacionam a violência policial à pobreza e à desigualdade. Segundo eles, o Estado atua de forma mais repressiva em áreas com menos acesso a recursos.
Segundo o relatório, a violência também afeta quem sobrevive. Jovens negros relatam que precisam adaptar rotinas, trajetos e até roupas para evitar abordagens policiais.
“Eu, homem trans, e minha namorada, travesti, estávamos voltando do trabalho, uma exibição de curtas na ocupação Marielle Franco, em Teresina. Passamos o dia trabalhando, estudando. No caminho, fomos parados, tipo numa blitz", relatou um jovem de 26 anos, ao relatório.
"Na hora percebemos a diferença de tratamento de pessoas cis ou que não são LGBT. Sofremos transfobia durante toda a abordagem. Nessa e em outras abordagens eu realmente achei que fosse morrer”, completou o jovem.
Os dados foram coletados pelo Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a Rede de Observatórios da Segurança.
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Em 2024, 87,5% das pessoas mortas por ações policiais no Piauí eram negras, segundo o relatório Pele Alvo, da Rede de Observatórios da Segurança. Teresina concentrou 32% dos casos. As vítimas são, em sua maioria, jovens negros, de baixa renda e com pouca escolaridade.
O Piauí teve 24 mortes por intervenção policial no ano passado, o menor número desde 2019. A queda foi de 42,9%, a maior entre os nove estados analisados. Contudo, ainda conforme o levantamento, os negros seguem como principais vítimas.
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Teresina teve o maior número de mortes por ação policial em 2024, com oito vítimas, o que representa 32% do total. Também houve mortes em Avelino Lopes, Campo Maior e Parnaíba (2 vítimas cada), além de Alto Longá e Aroazes (1 vítima em cada cidade).
No estado, negros representam 77,1% da população, mas foram 87,5% dos mortos pela polícia. A Polícia Militar foi responsável por 80% das mortes registradas em 2024.
Mais da metade das vítimas tinha até 29 anos. A faixa de 18 a 29 anos concentrou 44% dos casos. Dois adolescentes entre 12 e 17 anos também foram mortos.
Pesquisadores relacionam a violência policial à pobreza e à desigualdade. Segundo eles, o Estado atua de forma mais repressiva em áreas com menos acesso a recursos.
Segundo o relatório, a violência também afeta quem sobrevive. Jovens negros relatam que precisam adaptar rotinas, trajetos e até roupas para evitar abordagens policiais.
“Eu, homem trans, e minha namorada, travesti, estávamos voltando do trabalho, uma exibição de curtas na ocupação Marielle Franco, em Teresina. Passamos o dia trabalhando, estudando. No caminho, fomos parados, tipo numa blitz", relatou um jovem de 26 anos, ao relatório.
"Na hora percebemos a diferença de tratamento de pessoas cis ou que não são LGBT. Sofremos transfobia durante toda a abordagem. Nessa e em outras abordagens eu realmente achei que fosse morrer”, completou o jovem.
Os dados foram coletados pelo Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a Rede de Observatórios da Segurança.
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