Pais de jovem baleada dão entrevista

'Orem por ela', diz irmã de jovem baleada durante abordagem da PRF em rodovia do RJ A irmã de Juliana Leite Rangel, a jovem baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, diz que conseguiu falar algumas palavras para a irmã e que os batimentos cardíacos dela acelerarem. “Falei umas palavras lindas para a minha irmã, coisas positivas: ‘Deus vai te tirar dessa minha irmã, você tem um coração lindo, as pessoas amam tanto você. Deus vai te tirar dessa, tenho fé. E o batimento dela subiu. O médico falou que ela estava me ouvindo. Isso me deu uma esperança, meu coração ficou um pouquinho aliviado. Mas a médica falou que é grave. Por isso gente, eu peço muita oração pela Juliana, orem por ela”, suplicou Jéssica Rangel. Juliana estava com os pais, a caminho da casa de Jéssica, em Niterói, para a Ceia de Natal, quando o carro da família foi alvo de diversos disparos na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A jovem foi atingida na cabeça e está internada no CTI do Hospital Adão Pereira Nunes em estado gravíssimo. O Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre o caso. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, condenou a ação. Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040 Reprodução/TV Globo Segundo a mãe da moça, houve demora no socorro. "Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: 'Não vão socorrer não?', questionou a mãe da jovem. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. "A gente até falou assim: "vamos dar passagem para a polícia". A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha". Como foi o caso Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: "Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha 'abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa'. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha". Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio A patrulha da PRF era formada por dois homens e uma mulher. Todos foram afastados preventivamente das funções. O caso também é investigado pela Polícia Federal. Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele. "Na hora, eu pensei que fosse bandido. Eu pensei que era bandido com carro da polícia atirando em mim porque pensei que um policial não iria fazer isso. Eles desceram falando: 'você atirou no meu carro por quê?' 'Eu falei: 'nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?'", explicou. Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco. Nota da PRF "Na manhã desta quarta-feira (25), a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso." Nota da PF "A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal."

Dez 27, 2024 - 12:00
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Pais de jovem baleada dão entrevista

'Orem por ela', diz irmã de jovem baleada durante abordagem da PRF em rodovia do RJ A irmã de Juliana Leite Rangel, a jovem baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, diz que conseguiu falar algumas palavras para a irmã e que os batimentos cardíacos dela acelerarem. “Falei umas palavras lindas para a minha irmã, coisas positivas: ‘Deus vai te tirar dessa minha irmã, você tem um coração lindo, as pessoas amam tanto você. Deus vai te tirar dessa, tenho fé. E o batimento dela subiu. O médico falou que ela estava me ouvindo. Isso me deu uma esperança, meu coração ficou um pouquinho aliviado. Mas a médica falou que é grave. Por isso gente, eu peço muita oração pela Juliana, orem por ela”, suplicou Jéssica Rangel. Juliana estava com os pais, a caminho da casa de Jéssica, em Niterói, para a Ceia de Natal, quando o carro da família foi alvo de diversos disparos na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A jovem foi atingida na cabeça e está internada no CTI do Hospital Adão Pereira Nunes em estado gravíssimo. O Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre o caso. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, condenou a ação. Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040 Reprodução/TV Globo Segundo a mãe da moça, houve demora no socorro. "Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: 'Não vão socorrer não?', questionou a mãe da jovem. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. "A gente até falou assim: "vamos dar passagem para a polícia". A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha". Como foi o caso Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: "Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha 'abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa'. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha". Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio A patrulha da PRF era formada por dois homens e uma mulher. Todos foram afastados preventivamente das funções. O caso também é investigado pela Polícia Federal. Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele. "Na hora, eu pensei que fosse bandido. Eu pensei que era bandido com carro da polícia atirando em mim porque pensei que um policial não iria fazer isso. Eles desceram falando: 'você atirou no meu carro por quê?' 'Eu falei: 'nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?'", explicou. Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco. Nota da PRF "Na manhã desta quarta-feira (25), a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso." Nota da PF "A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal."