Trump enviou carta para Jeffrey Epstein com desenho de mulher nua, diz jornal; presidente diz que história é falsa
Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta de aniversário ao bilionário Jeffrey Epstein com um desenho de uma mulher nua, segundo documentos obtidos pelo jornal The Wall Street Journal (WSJ). A reportagem foi publicada nesta quinta-feira (17). Trump afirmou que a história é falsa e que vai processar o jornal. A correspondência fazia parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para celebrar os 50 anos dele. A carta foi enviada em 2003, segundo o jornal, anos antes do bilionário ser preso por abuso sexual de menores. De acordo com o WSJ, Ghislaine reuniu poemas, fotos e bilhetes de amigos, ex-namoradas e figuras próximas de Epstein para montar o álbum, que tinha capa de couro. Entre os que contribuíram estava Trump. A carta atribuída ao atual presidente inclui uma mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua desenhada à mão. A assinatura “Donald” aparece abaixo da cintura da figura. O texto termina com a frase: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo”. Ainda segundo a reportagem a carta atribuída a Trump apresenta um diálogo fictício entre ele e Epstein, escrito em terceira pessoa. Veja a seguir: Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo. Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é. Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é. Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey. Jeffrey: É verdade, pensando bem. Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou? Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi. Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo. O Wall Street Journal afirmou que teve acesso ao conteúdo do álbum, que teria sido analisado por investigadores do Departamento de Justiça anos atrás. O jornal não soube informar se as páginas foram revisadas durante o governo Trump. Trump vai processar jornal Donald Trump aparece em uma festa ao lado de Jeffrey Epstein. Reprodução/Netflix Após a publicação da reportagem pelo The Wall Street Journal, Trump foi às redes sociais e afirmou que vai processar o jornal. "A editora do Wall Street Journal, Emma Tucker, foi informada diretamente por Karoline Leavitt e pelo presidente Trump de que a carta era FALSA, mas Emma Tucker não quis ouvir. Em vez disso, decidiram publicar mesmo assim uma história falsa, maliciosa e difamatória", publicou. Trump também pediu à procuradora-geral Pam Bondi que solicite à Justiça a divulgação das transcrições do júri no caso Epstein. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, saiu em defesa de Trump e classificou a reportagem como uma “absoluta besteira”. "O Wall Street Journal deveria se envergonhar por tê-la publicado. Onde está essa carta? Você ficaria surpreso ao saber que eles nunca nos mostraram antes de publicar? Alguém realmente acredita que isso soa como Donald Trump?", escreveu. Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o WSJ admitiu não ter a carta em contatos com a equipe de Trump. Segundo ela, o jornal publicou a reportagem para difamar o presidente. Epstein x Trump Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS Jeffrey Epstein tinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, Epstein chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Em 2019, o caso voltou à tona, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual. O bilionário morreu na cadeia poucos dias depois de ser preso. Segundo as autoridades, ele tirou a própria vida. Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Trump prometeu divulgar uma lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram a ser publicados pelo governo. Em um desses arquivos, o nome de Trump aparece ao lado de outras pessoas em registros de voos ligados ao bilionário. É de conhecimento público que os dois foram próximos nos anos 1990. Trump, no entanto, não é investigado nesse caso. Ainda em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a insinuar que havia uma lista de clientes de Epstein sobre a mesa dela para ser revisada. Esse documento, no entanto, nunca foi divulgado. Mais recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que não existe nenhuma lista de clientes nos documentos relacionados à investigação. O próprio presidente Trump passou a afirmar que a tal documento é uma farsa. A mudança de versão irritou a base de apoiadores do republicano. Muitos desses eleitores compartilh


Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta de aniversário ao bilionário Jeffrey Epstein com um desenho de uma mulher nua, segundo documentos obtidos pelo jornal The Wall Street Journal (WSJ). A reportagem foi publicada nesta quinta-feira (17). Trump afirmou que a história é falsa e que vai processar o jornal. A correspondência fazia parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para celebrar os 50 anos dele. A carta foi enviada em 2003, segundo o jornal, anos antes do bilionário ser preso por abuso sexual de menores. De acordo com o WSJ, Ghislaine reuniu poemas, fotos e bilhetes de amigos, ex-namoradas e figuras próximas de Epstein para montar o álbum, que tinha capa de couro. Entre os que contribuíram estava Trump. A carta atribuída ao atual presidente inclui uma mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua desenhada à mão. A assinatura “Donald” aparece abaixo da cintura da figura. O texto termina com a frase: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo”. Ainda segundo a reportagem a carta atribuída a Trump apresenta um diálogo fictício entre ele e Epstein, escrito em terceira pessoa. Veja a seguir: Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo. Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é. Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é. Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey. Jeffrey: É verdade, pensando bem. Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou? Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi. Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo. O Wall Street Journal afirmou que teve acesso ao conteúdo do álbum, que teria sido analisado por investigadores do Departamento de Justiça anos atrás. O jornal não soube informar se as páginas foram revisadas durante o governo Trump. Trump vai processar jornal Donald Trump aparece em uma festa ao lado de Jeffrey Epstein. Reprodução/Netflix Após a publicação da reportagem pelo The Wall Street Journal, Trump foi às redes sociais e afirmou que vai processar o jornal. "A editora do Wall Street Journal, Emma Tucker, foi informada diretamente por Karoline Leavitt e pelo presidente Trump de que a carta era FALSA, mas Emma Tucker não quis ouvir. Em vez disso, decidiram publicar mesmo assim uma história falsa, maliciosa e difamatória", publicou. Trump também pediu à procuradora-geral Pam Bondi que solicite à Justiça a divulgação das transcrições do júri no caso Epstein. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, saiu em defesa de Trump e classificou a reportagem como uma “absoluta besteira”. "O Wall Street Journal deveria se envergonhar por tê-la publicado. Onde está essa carta? Você ficaria surpreso ao saber que eles nunca nos mostraram antes de publicar? Alguém realmente acredita que isso soa como Donald Trump?", escreveu. Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o WSJ admitiu não ter a carta em contatos com a equipe de Trump. Segundo ela, o jornal publicou a reportagem para difamar o presidente. Epstein x Trump Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS Jeffrey Epstein tinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, Epstein chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Em 2019, o caso voltou à tona, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual. O bilionário morreu na cadeia poucos dias depois de ser preso. Segundo as autoridades, ele tirou a própria vida. Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Trump prometeu divulgar uma lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram a ser publicados pelo governo. Em um desses arquivos, o nome de Trump aparece ao lado de outras pessoas em registros de voos ligados ao bilionário. É de conhecimento público que os dois foram próximos nos anos 1990. Trump, no entanto, não é investigado nesse caso. Ainda em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a insinuar que havia uma lista de clientes de Epstein sobre a mesa dela para ser revisada. Esse documento, no entanto, nunca foi divulgado. Mais recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que não existe nenhuma lista de clientes nos documentos relacionados à investigação. O próprio presidente Trump passou a afirmar que a tal documento é uma farsa. A mudança de versão irritou a base de apoiadores do republicano. Muitos desses eleitores compartilham teorias da conspiração sobre o caso Epstein e exigem a divulgação completa das informações sobre a rede de exploração sexual.