A lembrança de Evangelino Neves, o maior presidente da história do Coritiba
Uma das boas coisas nestes 61 anos de vivência no futebol, como profissional do jornalismo esportivo, foi a possibilidade de conhecer inúmeras cidades e países, mas especialmente pessoas dos mais diversos matizes. A maioria, até em passado recente antes da profissionalização dos dirigentes, realmente era apaixonada pelos seus clubes de coração. Houve muita vaidade pessoal, […]
Uma das boas coisas nestes 61 anos de vivência no futebol, como profissional do jornalismo esportivo, foi a possibilidade de conhecer inúmeras cidades e países, mas especialmente pessoas dos mais diversos matizes.
A maioria, até em passado recente antes da profissionalização dos dirigentes, realmente era apaixonada pelos seus clubes de coração. Houve muita vaidade pessoal, é verdade, além daqueles que tentaram se projetar no esporte mais popular do mundo para alcançar lucros dentro do próprio futebol ou em outros setores da atividade comercial.
Acompanhando esse complexo painel humano, com os mais diversos tipos de reação independentemente da opção clubística, pude observar o comportamento de muita gente que passou pelo futebol, dentro e fora do campo. E até mesmo nas arquibancadas, pois antigamente tínhamos contato direto com os torcedores nos estádios.
Foi uma grande experiência de vida e com raros dirigentes tive problema de relacionamento. Só mesmo com alguns extremamente vaidosos ou emocionalmente desequilibrados.
Mas entre todos destaco a lembrança de Evangelino Neves, o maior presidente da história do Coritiba.
No próximo domingo, se estivesse vivo, estaria completando cem anos de idade, merecendo, portanto, ser destacado por nós para que os novos torcedores coxas conheçam um pouco da grandeza do Chinês, apelido que ganhou antes mesmo de pisar pela primeira vez como diretor do clube no então estádio Belfort Duarte.
Foi ele, aliás, que liderou o movimento para mudar o nome do estádio para Antônio Couto Pereira, outro gigante na rica história alviverde.
Eu atuava como repórter de rádio e de jornal – Rádio Guairacá e jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná – e fazia a cobertura diária do Coritiba quando, em uma tarde de 1966 ele assumiu o cargo de relações públicas. 
Logo em seguida, em mais uma das crises políticas que marcaram o clube naquele período, Evangelino Neves assumiu a presidência e ninguém proporcionou mais alegrias a uma torcida do que ele, em sua longa e marcante passagem de 27 anos.
Onze vezes campeão paranaense, Fita Azul em excursão internacional invicta em 1972, campeão do Torneio do Povo em 1973 e campeão brasileiro em 1985. Além de ter dado continuidade e concluído as obras do Alto da Glória, esse homem inteligente, educado e vencedor, entrou rico e saiu pobre do futebol.
Em 2003, eu e o companheiro Vinícius Coelho o homenageamos com o lançamento do livro “O Campeoníssimo, a trajetória de Evangelino Neves”.
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