Athletico e Coritiba podem voltar a ser campeões do Brasil?
Já faz muito tempo que Coritiba (1985) e Athletico (2001) foram campeões do Brasil. As faixas estão amareladas. Neste ano, durante maio e junho, os coxas comemoraram os 40 anos do título. E, neste 23 de dezembro, os atleticanos, em grupos de amigos, estão indo comemorar os 29 anos da conquista nacional. Sempre que isso […]
Já faz muito tempo que Coritiba (1985) e Athletico (2001) foram campeões do Brasil. As faixas estão amareladas. Neste ano, durante maio e junho, os coxas comemoraram os 40 anos do título. E, neste 23 de dezembro, os atleticanos, em grupos de amigos, estão indo comemorar os 29 anos da conquista nacional.
Sempre que isso acontece, o sentimento que tenho é que comemora-se o título por existir a consciência de que por ser o único que a história irá contar. Eis a grande questão: se Coritiba, em 1985, e Athletico, em 2001, não tivessem ganho o título brasileiro, poderiam ter ganho depois?
Para os coxas, a resposta não é complexa, é simples por um ponto, embora presumido: a faixa de campeão brasileiro, excluindo o elemento histórico, parece ter provocado um mal no Coritiba.
A partir de 1985, começou a sua saga de subir e descer no grupo nacional. Foi tão maltratado por sua própria gente, que foi obrigado a entregar-se por “trinta moedas” para estranhos.
E por serem estranhos, são estranhos aos seus ideais e à sua história por conta do sistema que é centrado só no investimento para o lucro monetário e não da paixão. Não há nenhuma perspectiva do Coritiba voltar a ser campeão do Brasil.
Para os atleticanos, a resposta não é simples, é complexa, partindo de uma premissa: em 1995, existia uma causa que provocou o atleticanismo de Ademir Adur, Mario Celso Petraglia e Enio Fornea Junior.
O Athletico estava em estado de insolvência. Não faltando credores, bastava pedi-lo e a Justiça declarar. Os três entregaram a alma e o dinheiro para salvar o clube, até o negócio de Lucas. De 1995 a 2001, o Furacão construiu a Arena base, comprou e pagou o CT do Caju, ganhou Estaduais, ganhou o torneio seletivo para a Libertadores e foi campeão do Brasil.
Quando tornou-se possível ser campeão, esses atleticanos atraíram outros, e esses outros. E, entre eles, voltou o imortal Valmor Zimmermann, que, junto com Geninho, trouxe a paz que o Caju precisava. Com Marcus Coelho na presidência, o Athletico foi campeão.
Em 2002, todos saíram para Mario Celso Petraglia implementar o seu projeto. Soube-se um pouco depois, que não existia projeto
esportivo, o atleticanismo passou a ser secundário diante do interesse comercial. O projeto seria implementado, mas muitos ganharíam como profissionais.
Petraglia perdeu o seu “Oriente Express” (e o Athletico, também), em Erechim, em 2004. Para ser bi brasileiro, no primeiro campeonato por pontos corridos, bastava ganhar seis pontos de nove que foram jogados contra Grêmio, Vasco e
Botafogo. Ganhou apenas um.
Culpam o técnico Levir Culpi, os zagueiros Marinho e Igor, e o excesso de ambição de Washington “Coração Valente”, mas é
injustiça. Se Petraglia não estivesse sozinho, se lá estivessem os atleticanos que concorreram com ele para construir a base desse novo Athletico, o Furacão já seria bi.
Só em torneios de resultados que permite a intervenção do acaso, como Copa do Brasil e Sul-Americana, ganhou títulos; e por ser nesse sistema, vendeu ilusão em duas finais de Libertadores.
Pelo fato de que não há mais atleticanismo, mas só comércio na Baixada, e porque o Athletico saiu do grupo central do futebol brasileiro, só um fato extraordinário para consagrá-lo campeão do Brasil.

