Carlo Ancelotti não sabe, mas o esperam como Messias na seleção brasileira

A seleção brasileira tem um Michelangelo para chamá-lo de seu. Carlo Michelangelo Ancelotti Cavaliere. E a obsessão pela conquista do hexa mundial tornou-se tão grande, que o “nosso Michelangelo” vem para o Brasil como se fosse pintar a “nossa Capela Sistina”. Isso quer dizer, Ancelotti ainda não sabe que foi contratado muito mais como um […]

Mai 14, 2025 - 13:00
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Carlo Ancelotti não sabe, mas o esperam como Messias na seleção brasileira

A seleção brasileira tem um Michelangelo para chamá-lo de seu. Carlo Michelangelo Ancelotti Cavaliere. E a obsessão pela conquista do hexa mundial tornou-se tão grande, que o “nosso Michelangelo” vem para o Brasil como se fosse pintar a “nossa Capela Sistina”.

Isso quer dizer, Ancelotti ainda não sabe que foi contratado muito mais como um Messias do que um treinador de futebol. E Messias, ensinam os textos bíblicos, é um salvador prometido para mudar o mundo. Talvez, contratado como mágico, seria melhor. No futebol, é possível fazer truques.

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Esse ambiente messiânico em que a CBF e boa parte da imprensa introduz Ancelotti, prova como o futebol brasileiro ficou pequeno. É possível afirmar que o tamanho do treinador italiano, em razão de cadastro de títulos, é maior do que o da seleção brasileira, não obstante os cinco títulos mundiais já conquistados.

A questão mais importante para a contratação de Ancelotti, por enquanto, foi esquecida.  A sua vinda tem o objetivo de provocar uma nova ordem ao futebol brasileiro através de novas ideias e novos conceitos, ou, simplesmente, criar mecanismos para a seleção ganhar o hexa mundial?

Carlo Ancelotti será técnico da seleção.

Ancelotti é o maior ganhador em clubes, sem ser revolucionário. E nunca teve a pretensão e a vaidade de ser um Guardiola. Os seus conceitos para o futebol são italianíssimos, do italiano puro, que é a busca da vitória como uma única verdade e que não está errado.

Não há um único clube campeão, sob o seu comando, que seja guardado na memória coletiva como referência de futebol moderno e belo.

Seus times são modelados como a “velha Azzurra”, que marcava e guardava-se na defesa, porque tinha um Paolo Rossi para contra atacar nas costas de Júnior, como na “tragédia do Sarriá”. Bem comparou Rivaldo, nosso grandioso meia no Japão: Ancelotti pode ser hoje para o Brasil o que foi Felipão em 2002.

A conclusão é a que Ancelotti não irá exercer nenhuma influência e não trará nenhuma consequência para o futebol brasileiro.

Conquistado, o hexa mundial será apenas um dado histórico. Nosso futebol continuará doente. Os treinadores continuarão os mesmos, os jogadores não terão a formação finalizada, os dirigentes continuarão parceiros de empresários e os presidentes de CBF e Federações continuarão ganhando milhões de reais por mês.

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