Defesa de Bolsonaro vai usar fala de Múcio a favor do ex-presidente no inquérito do golpe
Ministro da Defesa de Lula disse que Bolsonaro ajudou a intermediar conversa com os comandantes das Forças Armadas. Ministro da Defesa, José Mucio, entre dois militares no 7 de Setembro Joédson Alves/Agência Brasil Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do seu núcleo jurídico comemoraram a entrevista do ministro da Defesa José Múcio ao Programa Roda Viva, nesta segunda (10). Múcio disse que recorreu a Bolsonaro, ainda em dezembro de 2022, para ajudá-lo a conversar com os três comandantes das Forças Armadas e fazer uma transição tranquila de governo. Segundo o ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, os militares se recusavam a recebê-lo. “Foi quando eu recorri ao presidente Bolsonaro, que estava em Brasília. Foi meu colega de muitos anos, sempre tivemos uma relação muito boa e eu fui falar com ele. Disse ‘eu sou o novo ministro da Defesa, queria que você me ajudasse a fazer uma transição tranquila. Vai ser bom para o novo governo, vai ser bom para o seu governo, que está terminando. Você me conhece, eu não sou de conflito, de criar problema. Ele telefonou para os três comandantes”, disse Múcio na entrevista. O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, confirmou ao blog que “sem dúvida” vai usar esse trecho para defender seu cliente no inquérito do golpe. “É, obviamente, incompatível a intenção de dar um golpe e determinar a transmissão do comando militar”. Em 2024, um dos principais assessores de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, usou argumento parecido em suas redes sociais: Bolsonaro não teria como ideia dar um golpe, porque "nomeou, antecipadamente, os comandantes de Forças indicados e solicitados pelo Governo Lula". Agora, trechos da entrevista de Múcio estão sendo pinçados pela defesa. Sua fala será usada e explorada politicamente e juridicamente por aliados de Bolsonaro.
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Ministro da Defesa de Lula disse que Bolsonaro ajudou a intermediar conversa com os comandantes das Forças Armadas. Ministro da Defesa, José Mucio, entre dois militares no 7 de Setembro Joédson Alves/Agência Brasil Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do seu núcleo jurídico comemoraram a entrevista do ministro da Defesa José Múcio ao Programa Roda Viva, nesta segunda (10). Múcio disse que recorreu a Bolsonaro, ainda em dezembro de 2022, para ajudá-lo a conversar com os três comandantes das Forças Armadas e fazer uma transição tranquila de governo. Segundo o ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, os militares se recusavam a recebê-lo. “Foi quando eu recorri ao presidente Bolsonaro, que estava em Brasília. Foi meu colega de muitos anos, sempre tivemos uma relação muito boa e eu fui falar com ele. Disse ‘eu sou o novo ministro da Defesa, queria que você me ajudasse a fazer uma transição tranquila. Vai ser bom para o novo governo, vai ser bom para o seu governo, que está terminando. Você me conhece, eu não sou de conflito, de criar problema. Ele telefonou para os três comandantes”, disse Múcio na entrevista. O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, confirmou ao blog que “sem dúvida” vai usar esse trecho para defender seu cliente no inquérito do golpe. “É, obviamente, incompatível a intenção de dar um golpe e determinar a transmissão do comando militar”. Em 2024, um dos principais assessores de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, usou argumento parecido em suas redes sociais: Bolsonaro não teria como ideia dar um golpe, porque "nomeou, antecipadamente, os comandantes de Forças indicados e solicitados pelo Governo Lula". Agora, trechos da entrevista de Múcio estão sendo pinçados pela defesa. Sua fala será usada e explorada politicamente e juridicamente por aliados de Bolsonaro.