Em São Paulo, operação desarticula esquema criminoso envolvendo postos de combustíveis e motéis
Em São Paulo, operação desarticula esquema criminoso envolvendo postos de combustíveis e motéis Reprodução/TV Globo Uma operação, em São Paulo, cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários suspeitos de lavar dinheiro para o PCC por meio de postos de gasolina, motéis e lojas de franquia. Promotores, auditores da receita e policiais militares cumpriram 25 mandados de busca e apreensão na capital paulista, na Grande São Paulo e no interior. A investigação começou em julho de 2020 quando policiais apreenderam uma máquina de cartão dentro de um bingo clandestino, em Santos, no litoral de São Paulo. Ao analisar quem havia solicitado o equipamento, os investigadores tiveram uma surpresa: a máquina usada no bingo ilegal em Santos estava registrada em nome de um posto de combustíveis na Zona Leste de São Paulo, a quase 83 km de distância. A quebra do sigilo bancário do posto revelou que tanto o dinheiro dos jogos de azar quanto da venda de combustíveis tinha o mesmo destino: uma conta no BK Bank - a fintech que, segundo as autoridades, funcionava como uma espécie de banco paralelo do PCC e que já tinha sido alvo de buscas durante a Operação Carbono Oculto e agosto. “Eles atuavam de forma parecidas. A gente identificou que as pessoas ligadas a esse grupo, de uma forma ou de outra, tinham relações inclusive próximas, até de frequentar residência com lideranças conhecidas do Primeiro Comando da Capital”, diz Silvio Loubeh, promotor de Justiça de São Paulo. A Receita Federal descobriu que o grupo criminoso era dono de empreendimentos imobiliários, 267 postos de combustíveis, 60 motéis e 98 lojas de franquia. Em quatro anos, essas empresas movimentaram quase R$ 6 bilhões. Segundo a investigação, elas eram usadas pelo PCC para lavar dinheiro do tráfico. "No caso dos motéis, são um setor que habitualmente trabalham muito com o dinheiro vivo, né? e eles precisam introduzir esse dinheiro na economia", disse Márcia Meng, superintendente da Receita Federal em São Paulo. O empresário Flávio Silvério Siqueira, o Flavinho, é apontado como principal beneficiário do esquema. Depois da revelação de mais esse esquema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que, para assegurar a continuidade do combate ao crime organizado e aos crimes financeiros, vai criar uma Delegacia Especializada na Receita Federal em Brasília. “Vamos estruturar isso como um legado. Mas nós queremos institucionalizar para impedir retrocessos. Quando cria um órgão de estado voltado para determinada finalidade, fica mais difícil desfazer”, afirma o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A defesa do BK Bank declarou que a instituição é regulada e autorizada pelo Banco Central do Brasil, e que não tem relação com o crime organizado nem com as pessoas investigadas. O advogado de Flávio Siqueira não deu retorno ao contato do Jornal Nacional. LEIA TAMBÉM Iate, Lamborghini e helicópteros: compra de artigos de luxo milionários levantou suspeita sobre motéis do PCC em SP Operações contra PCC têm como objetivo bloquear R$ 7,6 bilhões em bens de 55 réus nos setores de combustíveis e motéis Veja lista de motéis em SP usados pelo PCC para lavar dinheiro Maquininhas de cartão em motéis e postos de gasolina enviam dinheiro direto ao PCC via fintech, diz Receita; entenda


Em São Paulo, operação desarticula esquema criminoso envolvendo postos de combustíveis e motéis Reprodução/TV Globo Uma operação, em São Paulo, cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários suspeitos de lavar dinheiro para o PCC por meio de postos de gasolina, motéis e lojas de franquia. Promotores, auditores da receita e policiais militares cumpriram 25 mandados de busca e apreensão na capital paulista, na Grande São Paulo e no interior. A investigação começou em julho de 2020 quando policiais apreenderam uma máquina de cartão dentro de um bingo clandestino, em Santos, no litoral de São Paulo. Ao analisar quem havia solicitado o equipamento, os investigadores tiveram uma surpresa: a máquina usada no bingo ilegal em Santos estava registrada em nome de um posto de combustíveis na Zona Leste de São Paulo, a quase 83 km de distância. A quebra do sigilo bancário do posto revelou que tanto o dinheiro dos jogos de azar quanto da venda de combustíveis tinha o mesmo destino: uma conta no BK Bank - a fintech que, segundo as autoridades, funcionava como uma espécie de banco paralelo do PCC e que já tinha sido alvo de buscas durante a Operação Carbono Oculto e agosto. “Eles atuavam de forma parecidas. A gente identificou que as pessoas ligadas a esse grupo, de uma forma ou de outra, tinham relações inclusive próximas, até de frequentar residência com lideranças conhecidas do Primeiro Comando da Capital”, diz Silvio Loubeh, promotor de Justiça de São Paulo. A Receita Federal descobriu que o grupo criminoso era dono de empreendimentos imobiliários, 267 postos de combustíveis, 60 motéis e 98 lojas de franquia. Em quatro anos, essas empresas movimentaram quase R$ 6 bilhões. Segundo a investigação, elas eram usadas pelo PCC para lavar dinheiro do tráfico. "No caso dos motéis, são um setor que habitualmente trabalham muito com o dinheiro vivo, né? e eles precisam introduzir esse dinheiro na economia", disse Márcia Meng, superintendente da Receita Federal em São Paulo. O empresário Flávio Silvério Siqueira, o Flavinho, é apontado como principal beneficiário do esquema. Depois da revelação de mais esse esquema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que, para assegurar a continuidade do combate ao crime organizado e aos crimes financeiros, vai criar uma Delegacia Especializada na Receita Federal em Brasília. “Vamos estruturar isso como um legado. Mas nós queremos institucionalizar para impedir retrocessos. Quando cria um órgão de estado voltado para determinada finalidade, fica mais difícil desfazer”, afirma o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A defesa do BK Bank declarou que a instituição é regulada e autorizada pelo Banco Central do Brasil, e que não tem relação com o crime organizado nem com as pessoas investigadas. O advogado de Flávio Siqueira não deu retorno ao contato do Jornal Nacional. LEIA TAMBÉM Iate, Lamborghini e helicópteros: compra de artigos de luxo milionários levantou suspeita sobre motéis do PCC em SP Operações contra PCC têm como objetivo bloquear R$ 7,6 bilhões em bens de 55 réus nos setores de combustíveis e motéis Veja lista de motéis em SP usados pelo PCC para lavar dinheiro Maquininhas de cartão em motéis e postos de gasolina enviam dinheiro direto ao PCC via fintech, diz Receita; entenda