Falsa despachante é investigada por enganar pelo menos 30 taxistas; homem diz ter perdido R$ 50 mil
Ana Cristina Murito de Baere foi indiciada pelo crime de estelionato. A polícia procura uma despachante acusada de aplicar golpes em taxistas. Segundo as denúncias, ela oferecia serviços de venda de carro e de licença para rodar — a chamada autonomia. Mas depois sumia com o dinheiro dos clientes. Uma das vítimas afirmou que são mais de trinta taxistas prejudicados. Otávio Camargo trabalha há 15 anos como taxista. Ele decidiu trocar de carro e procurou uma despachante para ajudá-lo na venda do táxi. “Tudo com despachante anda mais rápido. Ela chegou na minha casa e disse ‘tenho um cara pra comprar, ele vai tal dia, vou levar seu carro, vou dar limpeza, um jeito no carro, pra ficar mais aparente’. Falei ‘tá bom’. Como ela já tinha feito outros serviços, tinha muita gente indicada, conhecida, deixei ela levar o carro.” Otávio diz que não assinou qualquer documento de venda do carro. Depois de alguns meses, ele entendeu que estava sendo enrolado e tinha caído num golpe. “Ela foi me enrolando. Passou uns dois meses, um amigo meu viu o carro parado em Copacabana.” Ao encontrá-la, ele a confrontou, questionando por que havia vendido seu carro sem avisá-lo. Diante da situação, ele disse que registraria o caso na delegacia. Depois disso, ela desapareceu. Otávio diz que foi enganado pela despachante Reprodução/TV Globo O homem que circula com o carro disse para Otávio que havia comprado o táxi da despachante. “Quando conversei com ele, ele falou que tinha dado R$ 22 mil, e o carro vale R$ 50 mil.” Otávio diz que o táxi continua no seu nome. A despachante foi identificada pela polícia como Ana Cristina Murito de Baere. Nas redes sociais, ela anunciava venda de carros e autonomias. Ana Cristina é investigada por estelionato Reprodução/TV Globo O escritório de Ana Cristina funcionava numa sala alugada, nos fundos de uma oficina, na Cidade Nova. O RJ2 esteve no local, mas não encontrou a despachante. Um homem disse que ele não vai no escritório há quase dois meses. “O escritório já foi desmontado e tudo. Ela sumiu.” O taxista Felipe Osório Miranda também negociou a venda do carro com Ana Cristina. “Sou taxista há mais de 20 anos e resolvi vender o meu táxi. Coloquei na internet e fui abordado pela senhora Ana Cristina. E ela fez a venda do meu carro com documento falso. E essa senhora tá sumida até hoje. Ela fez um trabalho de estelionatário. Não só eu, como outras pessoas também foram lesadas da mesma forma”, conta. A Polícia Civil faz um levantamento para saber quantos taxistas já procuraram delegacias para denunciar a despachante. Somente na delegacia da Cidade Nova foram registrados cinco boletins de ocorrência contra Ana Cristina. O delegado responsável pela investigação já concluiu o caso e decidiu indiciá-la pelo crime de estelionato. Rodolfo Douglas é um dos taxistas que procuraram a delegacia da Cidade Nova. Ele chegou a fazer um empréstimo de R$ 13,5 mil para comprar uma autonomia vendida pela despachante. “Ela me deu o prazo de 30, 60 dias para estar tudo ok. Passou 30, 60, 90, comecei a pesquisar mais sobre o caso e ela sempre enrolando. Tô pagando até hoje o empréstimo, e ela desapareceu com o dinheiro, sumiu.” Rodolfo fez um empréstimo de R$ 13,5 mil para comprar uma autonomia vendida pela despachante Reprodução/TV Globo Os taxistas, vítimas da despachante, criaram um grupo numa rede social que está ganhando cada vez mais integrantes. “A gente sabe de mais de 30 pessoas lesadas por ela”, fala Rodolfo. Mas a história não para por aí. Ana Cristina está desaparecida até para a família, que prestou queixa na Delegacia de Descoberta de Paradeiros. Segundo a polícia, ela deixou uma carta de despedida e nunca mais foi vista. Agora, os investigadores querem saber se a despachante está viva, se ela teria sido alvo de alguma vingança ou se ela simplesmente fugiu, em mais um golpe. Falsa despachante é investigada por enganar pelo menos 30 taxistas Reprodução/TV Globo


Ana Cristina Murito de Baere foi indiciada pelo crime de estelionato. A polícia procura uma despachante acusada de aplicar golpes em taxistas. Segundo as denúncias, ela oferecia serviços de venda de carro e de licença para rodar — a chamada autonomia. Mas depois sumia com o dinheiro dos clientes. Uma das vítimas afirmou que são mais de trinta taxistas prejudicados. Otávio Camargo trabalha há 15 anos como taxista. Ele decidiu trocar de carro e procurou uma despachante para ajudá-lo na venda do táxi. “Tudo com despachante anda mais rápido. Ela chegou na minha casa e disse ‘tenho um cara pra comprar, ele vai tal dia, vou levar seu carro, vou dar limpeza, um jeito no carro, pra ficar mais aparente’. Falei ‘tá bom’. Como ela já tinha feito outros serviços, tinha muita gente indicada, conhecida, deixei ela levar o carro.” Otávio diz que não assinou qualquer documento de venda do carro. Depois de alguns meses, ele entendeu que estava sendo enrolado e tinha caído num golpe. “Ela foi me enrolando. Passou uns dois meses, um amigo meu viu o carro parado em Copacabana.” Ao encontrá-la, ele a confrontou, questionando por que havia vendido seu carro sem avisá-lo. Diante da situação, ele disse que registraria o caso na delegacia. Depois disso, ela desapareceu. Otávio diz que foi enganado pela despachante Reprodução/TV Globo O homem que circula com o carro disse para Otávio que havia comprado o táxi da despachante. “Quando conversei com ele, ele falou que tinha dado R$ 22 mil, e o carro vale R$ 50 mil.” Otávio diz que o táxi continua no seu nome. A despachante foi identificada pela polícia como Ana Cristina Murito de Baere. Nas redes sociais, ela anunciava venda de carros e autonomias. Ana Cristina é investigada por estelionato Reprodução/TV Globo O escritório de Ana Cristina funcionava numa sala alugada, nos fundos de uma oficina, na Cidade Nova. O RJ2 esteve no local, mas não encontrou a despachante. Um homem disse que ele não vai no escritório há quase dois meses. “O escritório já foi desmontado e tudo. Ela sumiu.” O taxista Felipe Osório Miranda também negociou a venda do carro com Ana Cristina. “Sou taxista há mais de 20 anos e resolvi vender o meu táxi. Coloquei na internet e fui abordado pela senhora Ana Cristina. E ela fez a venda do meu carro com documento falso. E essa senhora tá sumida até hoje. Ela fez um trabalho de estelionatário. Não só eu, como outras pessoas também foram lesadas da mesma forma”, conta. A Polícia Civil faz um levantamento para saber quantos taxistas já procuraram delegacias para denunciar a despachante. Somente na delegacia da Cidade Nova foram registrados cinco boletins de ocorrência contra Ana Cristina. O delegado responsável pela investigação já concluiu o caso e decidiu indiciá-la pelo crime de estelionato. Rodolfo Douglas é um dos taxistas que procuraram a delegacia da Cidade Nova. Ele chegou a fazer um empréstimo de R$ 13,5 mil para comprar uma autonomia vendida pela despachante. “Ela me deu o prazo de 30, 60 dias para estar tudo ok. Passou 30, 60, 90, comecei a pesquisar mais sobre o caso e ela sempre enrolando. Tô pagando até hoje o empréstimo, e ela desapareceu com o dinheiro, sumiu.” Rodolfo fez um empréstimo de R$ 13,5 mil para comprar uma autonomia vendida pela despachante Reprodução/TV Globo Os taxistas, vítimas da despachante, criaram um grupo numa rede social que está ganhando cada vez mais integrantes. “A gente sabe de mais de 30 pessoas lesadas por ela”, fala Rodolfo. Mas a história não para por aí. Ana Cristina está desaparecida até para a família, que prestou queixa na Delegacia de Descoberta de Paradeiros. Segundo a polícia, ela deixou uma carta de despedida e nunca mais foi vista. Agora, os investigadores querem saber se a despachante está viva, se ela teria sido alvo de alguma vingança ou se ela simplesmente fugiu, em mais um golpe. Falsa despachante é investigada por enganar pelo menos 30 taxistas Reprodução/TV Globo