França se junta a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina

França se junta a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina Reprodução/TV Globo Na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU, a França se juntou a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina. O presidente da França liderou o movimento. Emmanuel Macron presidiu a conferência ao lado do ministro das relações exteriores da Arábia Saudita. O objetivo? Discutir caminhos para a paz e a solução de dois estados — com um da Palestina ao lado de Israel. Um passo que depende do reconhecimento formal do Estado da Palestina. Foi o que fez o presidente francês. Macron disse que essa é a solução para que os dois lados vivam em paz e segurança. Lembrou o ataque terrorista do Hamas em território israelense, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas há quase dois anos. Macron defendeu uma luta existencial contra o antissemitismo. Disse ainda que a guerra precisa terminar para salvar as vidas dos reféns israelenses em Gaza e dos palestinos atormentados pela fome e pelo medo de morrer. O movimento da França não é isolado. Vários países coordenaram esse anúncio conjunto na véspera da abertura dos debates da Assembleia-Geral da ONU. Querem pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a recuar na ofensiva total sobre Gaza, garantir a ampliação da entrada de ajuda humanitária e abrir caminho para a retomada das negociações de um cessar-fogo e da libertação dos reféns israelenses em poder do grupo terrorista Hamas. Bélgica, Luxemburgo, San Marino e Malta também estão entre os países que reconheceram o Estado da Palestina nesta segunda-feira. Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal já tinham anunciado o mesmo no domingo (21). Posição adotada agora por mais de 150 dos 193 integrantes da ONU, entre eles a Arábia Saudita e o Brasil. Itália e Alemanha não aderiram ao movimento. Disseram que a solução de dois estados deve ser resultado da negociação e não de imposição unilateral, e temem que o reconhecimento, sem exigências claras, beneficie o Hamas e outros grupos terroristas. No Conselho de Segurança, os Estados Unidos se tornaram hoje o único dos cinco integrantes permanentes a não reconhecer o Estado da Palestina. Desde 2012, a Palestina é considerada um Estado Observador Não Membro da ONU. Pode participar dos debates, mas não tem poder de voto. Na prática, o reconhecimento da Palestina pode permitir maior acesso dos palestinos em órgãos da ONU e tratados multilaterais, facilita a emissão de vistos e a abertura de missões diplomáticas, dá respaldo à Autoridade Palestina em relação ao grupo terrorista Hamas. Mas, por ora, o Hamas continua controlando Gaza e Israel mantém a ocupação e o controle de várias áreas. O Brasil reconhece a Palestina desde 2010. O presidente Lula participou da conferência desta segunda-feira (22). No discurso, criticou a paralisia da ONU e defendeu a solução de dois estados. "Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir. Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz. Assegurar o direito de autodeterminação da Palestina é um ato de justiça e um passo essencial para restituir a força do multilateralismo e recobrar nosso sentido coletivo de humanidade." Mais cedo, antes de ir à ONU, Lula se reuniu com o diretor-executivo do aplicativo chinês TikTok. E encerrou o dia com um encontro com o rei e a rainha da Suécia, Carlos Gustavo e Sílvia. Nesta terça-feira (23), estará de volta à ONU para o tradicional discurso de abertura da Assembleia-Geral.

Set 22, 2025 - 21:30
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França se junta a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina

França se junta a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina Reprodução/TV Globo Na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU, a França se juntou a dezenas de governos que reconhecem formalmente o Estado da Palestina. O presidente da França liderou o movimento. Emmanuel Macron presidiu a conferência ao lado do ministro das relações exteriores da Arábia Saudita. O objetivo? Discutir caminhos para a paz e a solução de dois estados — com um da Palestina ao lado de Israel. Um passo que depende do reconhecimento formal do Estado da Palestina. Foi o que fez o presidente francês. Macron disse que essa é a solução para que os dois lados vivam em paz e segurança. Lembrou o ataque terrorista do Hamas em território israelense, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas há quase dois anos. Macron defendeu uma luta existencial contra o antissemitismo. Disse ainda que a guerra precisa terminar para salvar as vidas dos reféns israelenses em Gaza e dos palestinos atormentados pela fome e pelo medo de morrer. O movimento da França não é isolado. Vários países coordenaram esse anúncio conjunto na véspera da abertura dos debates da Assembleia-Geral da ONU. Querem pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a recuar na ofensiva total sobre Gaza, garantir a ampliação da entrada de ajuda humanitária e abrir caminho para a retomada das negociações de um cessar-fogo e da libertação dos reféns israelenses em poder do grupo terrorista Hamas. Bélgica, Luxemburgo, San Marino e Malta também estão entre os países que reconheceram o Estado da Palestina nesta segunda-feira. Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal já tinham anunciado o mesmo no domingo (21). Posição adotada agora por mais de 150 dos 193 integrantes da ONU, entre eles a Arábia Saudita e o Brasil. Itália e Alemanha não aderiram ao movimento. Disseram que a solução de dois estados deve ser resultado da negociação e não de imposição unilateral, e temem que o reconhecimento, sem exigências claras, beneficie o Hamas e outros grupos terroristas. No Conselho de Segurança, os Estados Unidos se tornaram hoje o único dos cinco integrantes permanentes a não reconhecer o Estado da Palestina. Desde 2012, a Palestina é considerada um Estado Observador Não Membro da ONU. Pode participar dos debates, mas não tem poder de voto. Na prática, o reconhecimento da Palestina pode permitir maior acesso dos palestinos em órgãos da ONU e tratados multilaterais, facilita a emissão de vistos e a abertura de missões diplomáticas, dá respaldo à Autoridade Palestina em relação ao grupo terrorista Hamas. Mas, por ora, o Hamas continua controlando Gaza e Israel mantém a ocupação e o controle de várias áreas. O Brasil reconhece a Palestina desde 2010. O presidente Lula participou da conferência desta segunda-feira (22). No discurso, criticou a paralisia da ONU e defendeu a solução de dois estados. "Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir. Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz. Assegurar o direito de autodeterminação da Palestina é um ato de justiça e um passo essencial para restituir a força do multilateralismo e recobrar nosso sentido coletivo de humanidade." Mais cedo, antes de ir à ONU, Lula se reuniu com o diretor-executivo do aplicativo chinês TikTok. E encerrou o dia com um encontro com o rei e a rainha da Suécia, Carlos Gustavo e Sílvia. Nesta terça-feira (23), estará de volta à ONU para o tradicional discurso de abertura da Assembleia-Geral.