Jovens e velhos são discriminados por causa da idade e deveriam somar forças

Semana Global da Intergeracionalidade começa hoje e vai até 30 de abril, buscando aumentar a conscientização sobre o tema Ashton Applewhite é uma veterana na batalha contra o preconceito que atinge os idosos. Autora de “This chair rocks: a manifesto against ageism” (“Essa cadeira vibra: um manifesto contra o etarismo”), em 2022 foi escolhida pela Organização das Nações Unidas como uma das 50 lideranças para tornar o mundo um lugar melhor para envelhecer. Agora, quer trazer mais gente para a causa: os jovens. Ashton Applewhite: proposta de unir jovens e velhos para combater o etarismo Divulgação Applewhite criou um movimento batizado de YODA, que significa Youngers + Olders Dismantling Ageism, ou seja, “Jovens e velhos desmantelando o etarismo”. Partiu de uma constatação simples: não são apenas os idosos que não têm voz, o mesmo acontece com a garotada. Portanto, a melhor coisa a fazer é somar forças. Em artigo escrito para a revista Next, enfatizou que, como as pessoas normalmente não se relacionam com outras de diferentes faixas etárias, acabam dando mais importância à idade cronológica do que ela merece: “A segregação etária sustenta hierarquias e cria barreiras para entendermos as experiências dos outros. O antídoto é quebrar os silos, reunindo jovens e velhos para falar sobre idade e poder, propondo discussões. Quando minha idade é uma vantagem e quando é usada contra mim? Quem se beneficia com a hierarquia imposta pela idade e como subverter isso?”, questiona. Aproveito para pinçar os destaques do texto: Todos somos velhos ou futuro velhos (se tivermos a sorte de chegar lá). Temos que aprender, desde cedo, que velhice não é sinônimo de doença, e sim parte do curso da existência, para fazermos escolhas sensatas e evitar a negação do envelhecimento. Todo estágio da vida envolve alegrias e prazeres, mas também desafios e restrições. Jovens e velhos deveriam compartilhar suas experiências e visões de mundo e descobrir coisas em comum, como a falta de reconhecimento quando se é novo demais, ou a invisibilidade quando nos tornamos idosos. Ela cita organizações como o Generations United e CoGenerate, nos Estados Unidos, e o Generations Working Together, no Reino Unido, que vêm formando militantes. A propósito, começa hoje a Semana Global da Intergeracionalidade, que vai de 24 a 30 de abril. Coordenada por entidades como o Linking Generations, da Irlanda do Norte, e o GenLab, de Singapura, o mote da campanha é que a convivência entre as gerações não é apenas algo simpático ou bacana – na verdade, é essencial. Cada dia foi dedicado a um tema: Dia 24: conscientização sobre a intergeracionalidade Dia 25: combate ao etarismo Dia 26: mobilização contra o isolamento social e a solidão Dia 27: celebração dos espaços comunitários para a convivência entre gerações Dia 28: ativismo ambiental reunindo jovens e velhos Dia 29: desenvolvimento de ambientes de trabalho intergeracionais Dia 30: aperfeiçoamento da qualidade e sustentabilidade do movimento Entenda o que é etarismo

Abr 24, 2025 - 04:30
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Jovens e velhos são discriminados por causa da idade e deveriam somar forças

Semana Global da Intergeracionalidade começa hoje e vai até 30 de abril, buscando aumentar a conscientização sobre o tema Ashton Applewhite é uma veterana na batalha contra o preconceito que atinge os idosos. Autora de “This chair rocks: a manifesto against ageism” (“Essa cadeira vibra: um manifesto contra o etarismo”), em 2022 foi escolhida pela Organização das Nações Unidas como uma das 50 lideranças para tornar o mundo um lugar melhor para envelhecer. Agora, quer trazer mais gente para a causa: os jovens. Ashton Applewhite: proposta de unir jovens e velhos para combater o etarismo Divulgação Applewhite criou um movimento batizado de YODA, que significa Youngers + Olders Dismantling Ageism, ou seja, “Jovens e velhos desmantelando o etarismo”. Partiu de uma constatação simples: não são apenas os idosos que não têm voz, o mesmo acontece com a garotada. Portanto, a melhor coisa a fazer é somar forças. Em artigo escrito para a revista Next, enfatizou que, como as pessoas normalmente não se relacionam com outras de diferentes faixas etárias, acabam dando mais importância à idade cronológica do que ela merece: “A segregação etária sustenta hierarquias e cria barreiras para entendermos as experiências dos outros. O antídoto é quebrar os silos, reunindo jovens e velhos para falar sobre idade e poder, propondo discussões. Quando minha idade é uma vantagem e quando é usada contra mim? Quem se beneficia com a hierarquia imposta pela idade e como subverter isso?”, questiona. Aproveito para pinçar os destaques do texto: Todos somos velhos ou futuro velhos (se tivermos a sorte de chegar lá). Temos que aprender, desde cedo, que velhice não é sinônimo de doença, e sim parte do curso da existência, para fazermos escolhas sensatas e evitar a negação do envelhecimento. Todo estágio da vida envolve alegrias e prazeres, mas também desafios e restrições. Jovens e velhos deveriam compartilhar suas experiências e visões de mundo e descobrir coisas em comum, como a falta de reconhecimento quando se é novo demais, ou a invisibilidade quando nos tornamos idosos. Ela cita organizações como o Generations United e CoGenerate, nos Estados Unidos, e o Generations Working Together, no Reino Unido, que vêm formando militantes. A propósito, começa hoje a Semana Global da Intergeracionalidade, que vai de 24 a 30 de abril. Coordenada por entidades como o Linking Generations, da Irlanda do Norte, e o GenLab, de Singapura, o mote da campanha é que a convivência entre as gerações não é apenas algo simpático ou bacana – na verdade, é essencial. Cada dia foi dedicado a um tema: Dia 24: conscientização sobre a intergeracionalidade Dia 25: combate ao etarismo Dia 26: mobilização contra o isolamento social e a solidão Dia 27: celebração dos espaços comunitários para a convivência entre gerações Dia 28: ativismo ambiental reunindo jovens e velhos Dia 29: desenvolvimento de ambientes de trabalho intergeracionais Dia 30: aperfeiçoamento da qualidade e sustentabilidade do movimento Entenda o que é etarismo