MP investiga prefeito de Paulo de Frontin por contratação de parentes de vereadores em troca de apoio na Câmara

José Emmanoel Rodrigues Artemenko, o Maneko (União Brasil), estaria desrespeitando uma lei do município que impede a contratação de parentes de membros do Poder Legislativo. Segundo a Câmara de Vereadores, as contratações não foram por indicação dos parlamentares. MP investiga prefeito de Paulo de Frontin por contratação de parentes de vereadores em troca de apoio na Câmara O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando o prefeito de Paulo de Frontin, José Emmanoel Rodrigues Artemenko, o Maneko (União Brasil). Segundo os investigadores, ele contratou parentes de vereadores para ter apoio político na câmara do município. Uma lei municipal aprovada em 2009 impede a contratação de parentes ou companheiros do prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores. Para o Ministério Público, Maneko loteou os cargos públicos entre os apadrinhados políticos, com o nítido propósito de acomodar os interesses políticos em troca do irrestrito apoio do parlamento. Distribuição de cargos Com a ideia de conquistar apoio no parlamento, o primeiro alvo do prefeito, segundo o MP, foi o presidente da câmara, o vereador Júlio Cesar da Silva Sereno (Cidadania). Segundo a denúncia, ele tem vários parentes trabalhando na prefeitura. Os contratados da família do vereador são: o irmão Anderson da Silva Sereno; a sobrinha, Leonir Nascibem de Almeida, ambos assessores operacionais; além de dois primos. Maneko Artemenko foi eleito o novo prefeito de Paulo de Frontin em 2020 Divulgação O vereador Sandro Ferreira Pinto, o Deca, (PSDB) também tem dois irmãos trabalhando no município. Alex Ferreira Pinto era o secretário municipal de esportes. E Vivian Ferreira Pinto, era assessora superior em programa de saúde. Para completar a família, uma nora do secretário, Ana Carolina Sobreira dos Passos, também ganhou um cargo. O vereador Moises dos Santos Rocha (Republicanos), também tinha um espacinho para chamar de seu na prefeitura. Ou melhor, três: o filho, o irmão e a sobrinha foram nomeados em cargos da Prefeitura de Paulo de Frontin. O filho, Moises dos Santos Rocha, era o subsecretário de esportes. O irmão, Jorge dos Santos Rocha, assessor de transportes. A sobrinha, Gessica Porto Rocha, assessora técnica. Paulo de Frontin Reprodução TV Globo Ainda segundo a investigação, o prefeito de Paulo de Frontin tentou justificar as nomeações, de maneira vaga e genérica, com uma suposta dificuldade de preenchimento dos cargos e capacidade técnica dos nomeados. Outro vereador que tinha três parentes na prefeitura era Jorge Silvano Vilela (PSC). O filho Yan Patrick era subsecretário de cultura. E os sobrinhos Matheus Xavier e Laissa da Costa também ganharam cargos. Já o vereador Jeferson Adriano Gomes Moreira, o Budinha (PSL), resolveu os problemas em casa. Ele conseguiu um emprego para a companheira e o sogro. A vereadora Sandra Regina Gil (DEM) empregou a filha Flávia Romero Gil de Souza Lima, era a coordenadora de odontologia da prefeitura. Suspeita de rachadinha Segundo a denúncia apresentada pelo MP, quatro desses parentes nomeados disseram aos investigadores que o prefeito Maneko sabia que todos tinham vínculos com os vereadores. A investigação do MP trabalha ainda em outras duas frentes: o pagamento de gratificações especiais secretas e um possível esquema de rachadinha. Afastado por suspeita de fraude Em maio de 2023, Maneko era prefeito de primeiro mandato no município. Na época ele foi afastado do cargo por suspeita de fraude em licitações da prefeitura com uso de documentos falsos. A investigação também foi conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Prefeito de Engenheiro Paulo de Frontin é afastado do cargo Em setembro daquele ano, a Justiça, através de uma liminar, determinou que Maneko fosse reconduzido ao cargo. No documento, assinado pelo desembargador do STJ Luiz Márcio Victor Alves Pereira, a Justiça suspendeu o afastamento de Maneko do cargo e a proibição de frequentar o Poder Executivo até o julgamento definitivo do habeas corpus. Em 2024, Maneko foi reeleito prefeito de Paulo de Frontin, 55,48% dos votos. A investigação sobre as suspeitas de 2023 continuam e Maneko ficará na cadeira de prefeito até que o caso seja julgado. O que dizem os citados Em nota, a Câmara de Vereadores informou que as nomeações na prefeitura não foram por indicação dos parlamentares e que elas aconteceram pela qualificação dos nomeados. O prefeito Maneko não retornou os contatos feitos pela reportagem.

Mar 6, 2025 - 20:30
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MP investiga prefeito de Paulo de Frontin por contratação de parentes de vereadores em troca de apoio na Câmara

José Emmanoel Rodrigues Artemenko, o Maneko (União Brasil), estaria desrespeitando uma lei do município que impede a contratação de parentes de membros do Poder Legislativo. Segundo a Câmara de Vereadores, as contratações não foram por indicação dos parlamentares. MP investiga prefeito de Paulo de Frontin por contratação de parentes de vereadores em troca de apoio na Câmara O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando o prefeito de Paulo de Frontin, José Emmanoel Rodrigues Artemenko, o Maneko (União Brasil). Segundo os investigadores, ele contratou parentes de vereadores para ter apoio político na câmara do município. Uma lei municipal aprovada em 2009 impede a contratação de parentes ou companheiros do prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores. Para o Ministério Público, Maneko loteou os cargos públicos entre os apadrinhados políticos, com o nítido propósito de acomodar os interesses políticos em troca do irrestrito apoio do parlamento. Distribuição de cargos Com a ideia de conquistar apoio no parlamento, o primeiro alvo do prefeito, segundo o MP, foi o presidente da câmara, o vereador Júlio Cesar da Silva Sereno (Cidadania). Segundo a denúncia, ele tem vários parentes trabalhando na prefeitura. Os contratados da família do vereador são: o irmão Anderson da Silva Sereno; a sobrinha, Leonir Nascibem de Almeida, ambos assessores operacionais; além de dois primos. Maneko Artemenko foi eleito o novo prefeito de Paulo de Frontin em 2020 Divulgação O vereador Sandro Ferreira Pinto, o Deca, (PSDB) também tem dois irmãos trabalhando no município. Alex Ferreira Pinto era o secretário municipal de esportes. E Vivian Ferreira Pinto, era assessora superior em programa de saúde. Para completar a família, uma nora do secretário, Ana Carolina Sobreira dos Passos, também ganhou um cargo. O vereador Moises dos Santos Rocha (Republicanos), também tinha um espacinho para chamar de seu na prefeitura. Ou melhor, três: o filho, o irmão e a sobrinha foram nomeados em cargos da Prefeitura de Paulo de Frontin. O filho, Moises dos Santos Rocha, era o subsecretário de esportes. O irmão, Jorge dos Santos Rocha, assessor de transportes. A sobrinha, Gessica Porto Rocha, assessora técnica. Paulo de Frontin Reprodução TV Globo Ainda segundo a investigação, o prefeito de Paulo de Frontin tentou justificar as nomeações, de maneira vaga e genérica, com uma suposta dificuldade de preenchimento dos cargos e capacidade técnica dos nomeados. Outro vereador que tinha três parentes na prefeitura era Jorge Silvano Vilela (PSC). O filho Yan Patrick era subsecretário de cultura. E os sobrinhos Matheus Xavier e Laissa da Costa também ganharam cargos. Já o vereador Jeferson Adriano Gomes Moreira, o Budinha (PSL), resolveu os problemas em casa. Ele conseguiu um emprego para a companheira e o sogro. A vereadora Sandra Regina Gil (DEM) empregou a filha Flávia Romero Gil de Souza Lima, era a coordenadora de odontologia da prefeitura. Suspeita de rachadinha Segundo a denúncia apresentada pelo MP, quatro desses parentes nomeados disseram aos investigadores que o prefeito Maneko sabia que todos tinham vínculos com os vereadores. A investigação do MP trabalha ainda em outras duas frentes: o pagamento de gratificações especiais secretas e um possível esquema de rachadinha. Afastado por suspeita de fraude Em maio de 2023, Maneko era prefeito de primeiro mandato no município. Na época ele foi afastado do cargo por suspeita de fraude em licitações da prefeitura com uso de documentos falsos. A investigação também foi conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Prefeito de Engenheiro Paulo de Frontin é afastado do cargo Em setembro daquele ano, a Justiça, através de uma liminar, determinou que Maneko fosse reconduzido ao cargo. No documento, assinado pelo desembargador do STJ Luiz Márcio Victor Alves Pereira, a Justiça suspendeu o afastamento de Maneko do cargo e a proibição de frequentar o Poder Executivo até o julgamento definitivo do habeas corpus. Em 2024, Maneko foi reeleito prefeito de Paulo de Frontin, 55,48% dos votos. A investigação sobre as suspeitas de 2023 continuam e Maneko ficará na cadeira de prefeito até que o caso seja julgado. O que dizem os citados Em nota, a Câmara de Vereadores informou que as nomeações na prefeitura não foram por indicação dos parlamentares e que elas aconteceram pela qualificação dos nomeados. O prefeito Maneko não retornou os contatos feitos pela reportagem.