Otacílio Gonçalves: A lágrima que choro é de alegria

Não há mais técnicos de futebol como antigamente. Desconfio que comecei errado esse texto. Desculpem-me Corrigindo, escrevo: não há mais um Otacílio Gonçalves como antigamente. O único que existia, aos 85 anos, foi embora. Técnico, bom ou mal, era outra coisa. Otacílio evoca uma inspiração e extensa coleção de juízos. Era professor de bola, de […]

Nov 19, 2025 - 10:00
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Otacílio Gonçalves: A lágrima que choro é de alegria

Não há mais técnicos de futebol como antigamente. Desconfio que comecei errado esse texto. Desculpem-me

Corrigindo, escrevo: não há mais um Otacílio Gonçalves como antigamente. O único que existia, aos 85 anos, foi embora.

Técnico, bom ou mal, era outra coisa. Otacílio evoca uma inspiração e extensa coleção de juízos. Era professor de bola, de corpo e de alma. Uma pilha de inteligência e cultura. Temperando a seriedade com o bom humor e a ironia, carregava a virtude que falta nos dias de hoje, o ser leve pela tolerância e compreensão.    

Com Otacílio, como repórter de rádio e jornal, vivi intensamente o ano de 1985. Contratado por Valmor Zimermann, presidente do Atletico, chegou sabendo que o Furacão precisava ser campeão estadual. Simples: o Coritiba havia ganho o título brasileiro.  

A sua presença, na Baixada de tijolo e pinheiro, trouxe a paz que os atleticanos procuravam. E com Otacílio, o Furacão foi campeão.

Se fosse possível viajar no tempo e voltar para épocas anteriores de minha vida, gostaria de ter vivido mais com Otacílio.

Despertava uma espécie de egoísmo em todos nós, porque quando ia embora tratar da vida, deixava um vazio. É que, parecendo um facho divino de luz, exercia um fascínio nas pessoas. Sempre esteve com contas ajustadas com Deus e consigo mesmo, o que é raro no futebol.

A lágrima que choro por Otacílio é de alegria. É que com Otacilio não há tempo a perder com lágrimas. Há histórias para conhecer e lições para aprender de um verdadeiro ser humano.

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