Paraná Clube se baseia no Flamengo para reduzir valor de dívida

O Paraná Clube se preocupa com a possibilidade do aumento de suas dívidas tributárias caso a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não tenha um desfecho em breve. Durante a Assembleia Geral dos Credores, realizada na última quinta-feira (06), o advogado paranista, Gioser Cavet, explicou como está a situação. O Tricolor tem dívidas de […]

Nov 7, 2025 - 09:00
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Paraná Clube se baseia no Flamengo para reduzir valor de dívida

O Paraná Clube se preocupa com a possibilidade do aumento de suas dívidas tributárias caso a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não tenha um desfecho em breve. Durante a Assembleia Geral dos Credores, realizada na última quinta-feira (06), o advogado paranista, Gioser Cavet, explicou como está a situação.

O Tricolor tem dívidas de mais de R$ 100 milhões apenas com a Receita Federal e o Banco Central, mas espera um deságio de mais de 50%. No entanto, o clube teme que o valor possa aumentar em R$ 15 milhões por conta da manutenção da taxa Selic em 15% ao ano.

“O passivo fiscal federal está acima de R$ 100 milhões. Nós temos uma Selic que foi mantida em 15%. Ou seja, a cada 12 meses a dívida do Paraná aumenta em R$ 15 milhões com a Fazenda, é basicamente mais de 1% ao mês. Nós fizemos tratativas com a Procuradoria da Fazenda, e sim, essa dívida é possível vir para o patamar de R$ 42 milhões. Há a possibilidade de redução”, explica Cavet.

Para fechar um acordo, o Paraná Clube depende diretamente da venda da SAF. A proposta da NextPlay Holding S.A., a única vinculante até o momento, prevê que os investidores negociem diretamente com a Receita e o Bacen.

“A recuperanda só consegue bater o martelo para efetivar essa transação fiscal quando tiver a aprovação de um plano de Recuperação com valores e fluxo de caixa. A Procuradoria da Fazenda Nacional está dando um voto de confiança, porque suspendeu os processos de execução em andamento”, afirma o advogado.

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A esperança paranista é que o Bacen aceite um acordo parecido com o fechado com o Flamengo. No final de 2022, o clube carioca corria o risco de pagar R$ 135 milhões por irregularidades em negociações feitas em moedas estrangeiros na década de 1990, incluindo juros, mas conseguiu um acordo com o Bacen para pagar R$ 25 milhões. Ou seja, o deságio foi 81,4%.

“Com relação ao Banco Central, é um pouco mais sensível. O Banco Central tentou levar recentemente a Sede da Kennedy a leilão, e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região suspendeu o leilão. Porém, existe uma petição, na data de ontem [05/11], no sentido de marcar uma audiência e retomar as negociações”, diz Cavet.

“Nós temos segurança, de acordos anteriores com o Banco Central, que é possível reduzir essa dívida de até 62%, em alguns até, como foi o caso do Flamengo, foi de 85% de deságio. Isso é factível, existem parâmetros, mas precisa fluxo de recursos. Não basta aprovar o plano, mas precisa construir a solução com fluxo de recursos”, destaca Cavet.

Credores adiam definição sobre o futuro do Paraná Clube

Na última assembleia, os representantes decidiram, em ampla maioria, por adiar a votação do plano da Recuperação Judicial (RJ) para o próximo dia 19, a partir das 9h.

Com isso, os investidores interessados em adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) terão pouco mais de dez dias para negociar um plano que agrade a todos os lados e possa ser aprovado. Somente após essa definição que o Tricolor poderá dar andamento à venda da SAF.

Ainda não existe um ponto em comum para definir o pagamento de todos os credores. Muitos ainda temem não receber o valor se a venda da Sede da Kennedy for abaixo do esperado. O imóvel foi avaliado pelo Tricolor em R$ 88,6 milhões, com lance mínimo de R$ 70,8 milhões em segunda praça.

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