Receita apura inspeção a 3 deputadas negras que dizem ter sofrido racismo em aeroporto; órgão afirma que 21 passageiros passaram por revista; VÍDEO

Segundo as deputadas estaduais Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG), elas foram as únicas escolhidas para passarem pela 'revista aleatória' no desembarque e registraram boletim de ocorrência por racismo. Vídeo mostra inspeção de bagagens de três deputadas negras no Aeroporto de Guarulhos A Receita Federal do Brasil informou neste domingo (13) que vai abrir um processo de investigação no órgão para apurar a denúncia de suposto racismo contra três deputadas estaduais negras do PT e do PSOL no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na última sexta-feira (11). As parlamentares Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG) alegam que, ao descerem de um voo que vinha do México, as três passaram por uma revista discriminatória. As três registraram boletim de ocorrência na polícia sobre o ocorrido. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp As deputadas afirmam que entre todos os passageiros, apenas elas - três mulheres negras – foram escolhidas para passarem pelo que a Receita chama de “análise preliminar” ou "inspeção indireta" (raio-x). Por meio de nota, entretanto, o órgão afirmou que 21 passageiros do mesmo voo foram selecionados aleatoriamente para o mesmo procedimento, totalizando 18% do total de pessoas que desembarcaram no Brasil na mesma aeronave. Vídeo obtido pelo g1 mostra ao menos dez passageiros passando pelo mesmo scanner de bagagem das três parlamentares ou na fila de espera do procedimento. Nas imagens é possível ver que há passageiros brancos e negros (veja acima). As deputadas Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG). Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais O vídeo dura 1 minuto e 20 segundos e não deixa claro a origem do voo de todos os submetidos ao scanner, nem se houve outras inspeções pessoais entre esses dez passageiros, além da checagem das bagagens. A Receita Federal afirmou que “não tolera qualquer ato de discriminação" e a Corregedoria "apurará rigorosamente o ocorrido”. A ouvidoria do órgão também diz que entrará em contato com as três deputadas para disponibilizar todos os registros do desembarque delas. “A Receita Federal do Brasil não tolera qualquer ato de discriminação e apurará rigorosamente o ocorrido. Todo o procedimento envolvendo as parlamentares foi registrado por imagens e, em análise preliminar, verificou-se tratar de voo no qual 21 passageiros foram selecionados para a inspeção indireta, totalizando 18% do total”, afirmou. “A ouvidoria da Receita Federal entrará em contato com as parlamentares, disponibilizará todos os registros, preservando a intimidade dos demais 18 selecionados, e dará prosseguimento à apuração rigorosa, com apreciação pela Corregedoria”. Imagens do Aeroporto de Cumbica mostram as três parlamentares negras passando por inspeção de malas, na tarde sexta-feira (11). Reprodução Denúncia das deputadas A denúncia das três deputadas de esquerda foi postada nas redes sociais na tarde desta sexta-feira (11). No vídeo, elas narram que sofreram racismo no desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Segundo elas, as três passaram por uma revista discriminatória ao desembarcarem na capital paulista. Elas voltavam do México, onde participaram do Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas (veja vídeo abaixo). Deputada Ediane denuncia racismo no aeroporto em SP Ediane relatou que, após passarem pelo scanner corporal, agentes federais determinaram que elas deixassem a fila de desembarque e se dirigissem a outra área da alfândega. Ainda segundo a parlamentar, em nenhum momento os agentes solicitaram qualquer tipo de documentação. "A revista aleatória, que de aleatória não tem nada, é mais uma prática discriminatória e racista. Eu estava na fila do desembarque, com mais duas deputadas estaduais, e de todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas." Em razão do constrangimento, Ediane, Andréia e Leninha, fizeram conjuntamente um boletim de ocorrência por racismo. Elas também pretendem oficiar a ouvidoria da Polícia Federal e demais autoridades competentes. "Entre centenas de passageiros, eu e as companheiras deputadas Leninha (@leninhamoc13) e Ediane (@edianemariamtst) fomos as únicas selecionadas para uma revista pelos agentes de segurança da PF no Aeroporto de Guarulhos. O motivo nós já sabemos. É a lógica do “suspeito padrão” que continua operando com as pretas e pretos. Um constrangimento que nenhuma pessoa merece passar. Racismo é crime. E a gente vai seguir enfrentando a discriminação em todos os espaços, dentro e fora das instituições", afirmou a deputada Andreia de Jesus em sua conta no Instagram. Procurada, a Polícia Federal diz que as deputadas não foram abordadas por policiais. Post no Instagram da deputada Leninha questiona as revistas nos aeroportos Reprodução Íntegra da nota da Receita Federal: "A Receita Federal do Brasil não tolera qualquer ato de discriminação e apurará rigorosamente o ocor

Abr 13, 2025 - 22:00
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Receita apura inspeção a 3 deputadas negras que dizem ter sofrido racismo em aeroporto; órgão afirma que 21 passageiros passaram por revista; VÍDEO

Segundo as deputadas estaduais Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG), elas foram as únicas escolhidas para passarem pela 'revista aleatória' no desembarque e registraram boletim de ocorrência por racismo. Vídeo mostra inspeção de bagagens de três deputadas negras no Aeroporto de Guarulhos A Receita Federal do Brasil informou neste domingo (13) que vai abrir um processo de investigação no órgão para apurar a denúncia de suposto racismo contra três deputadas estaduais negras do PT e do PSOL no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na última sexta-feira (11). As parlamentares Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG) alegam que, ao descerem de um voo que vinha do México, as três passaram por uma revista discriminatória. As três registraram boletim de ocorrência na polícia sobre o ocorrido. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp As deputadas afirmam que entre todos os passageiros, apenas elas - três mulheres negras – foram escolhidas para passarem pelo que a Receita chama de “análise preliminar” ou "inspeção indireta" (raio-x). Por meio de nota, entretanto, o órgão afirmou que 21 passageiros do mesmo voo foram selecionados aleatoriamente para o mesmo procedimento, totalizando 18% do total de pessoas que desembarcaram no Brasil na mesma aeronave. Vídeo obtido pelo g1 mostra ao menos dez passageiros passando pelo mesmo scanner de bagagem das três parlamentares ou na fila de espera do procedimento. Nas imagens é possível ver que há passageiros brancos e negros (veja acima). As deputadas Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG). Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais O vídeo dura 1 minuto e 20 segundos e não deixa claro a origem do voo de todos os submetidos ao scanner, nem se houve outras inspeções pessoais entre esses dez passageiros, além da checagem das bagagens. A Receita Federal afirmou que “não tolera qualquer ato de discriminação" e a Corregedoria "apurará rigorosamente o ocorrido”. A ouvidoria do órgão também diz que entrará em contato com as três deputadas para disponibilizar todos os registros do desembarque delas. “A Receita Federal do Brasil não tolera qualquer ato de discriminação e apurará rigorosamente o ocorrido. Todo o procedimento envolvendo as parlamentares foi registrado por imagens e, em análise preliminar, verificou-se tratar de voo no qual 21 passageiros foram selecionados para a inspeção indireta, totalizando 18% do total”, afirmou. “A ouvidoria da Receita Federal entrará em contato com as parlamentares, disponibilizará todos os registros, preservando a intimidade dos demais 18 selecionados, e dará prosseguimento à apuração rigorosa, com apreciação pela Corregedoria”. Imagens do Aeroporto de Cumbica mostram as três parlamentares negras passando por inspeção de malas, na tarde sexta-feira (11). Reprodução Denúncia das deputadas A denúncia das três deputadas de esquerda foi postada nas redes sociais na tarde desta sexta-feira (11). No vídeo, elas narram que sofreram racismo no desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Segundo elas, as três passaram por uma revista discriminatória ao desembarcarem na capital paulista. Elas voltavam do México, onde participaram do Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas (veja vídeo abaixo). Deputada Ediane denuncia racismo no aeroporto em SP Ediane relatou que, após passarem pelo scanner corporal, agentes federais determinaram que elas deixassem a fila de desembarque e se dirigissem a outra área da alfândega. Ainda segundo a parlamentar, em nenhum momento os agentes solicitaram qualquer tipo de documentação. "A revista aleatória, que de aleatória não tem nada, é mais uma prática discriminatória e racista. Eu estava na fila do desembarque, com mais duas deputadas estaduais, e de todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas." Em razão do constrangimento, Ediane, Andréia e Leninha, fizeram conjuntamente um boletim de ocorrência por racismo. Elas também pretendem oficiar a ouvidoria da Polícia Federal e demais autoridades competentes. "Entre centenas de passageiros, eu e as companheiras deputadas Leninha (@leninhamoc13) e Ediane (@edianemariamtst) fomos as únicas selecionadas para uma revista pelos agentes de segurança da PF no Aeroporto de Guarulhos. O motivo nós já sabemos. É a lógica do “suspeito padrão” que continua operando com as pretas e pretos. Um constrangimento que nenhuma pessoa merece passar. Racismo é crime. E a gente vai seguir enfrentando a discriminação em todos os espaços, dentro e fora das instituições", afirmou a deputada Andreia de Jesus em sua conta no Instagram. Procurada, a Polícia Federal diz que as deputadas não foram abordadas por policiais. Post no Instagram da deputada Leninha questiona as revistas nos aeroportos Reprodução Íntegra da nota da Receita Federal: "A Receita Federal do Brasil não tolera qualquer ato de discriminação e apurará rigorosamente o ocorrido. Todo o procedimento envolvendo as parlamentares foi registrado por imagens e, em análise preliminar, verificou-se tratar de voo no qual 21 passageiros foram selecionados para a inspeção indireta, totalizando 18% do total. A ouvidoria da Receita Federal entrará em contato com as parlamentares, disponibilizará todos os registros, preservando a intimidade dos demais 18 selecionados, e dará prosseguimento à apuração rigorosa, com apreciação pela Corregedoria".