‘Respeito à religião’, diz primeira sergipana a se formar com beca branca na UFS
Iniciada no candomblé, a filha de santo disse que está em preceito religioso, que dentre uma série de regras, restringe a utilização de vestes em tons escuros. Gleid Mascena é a primeira sergipana a fazer a colação de grau com beca branca. Henrique Maynart/Arquivo Pessoal A sergipana Gleid Mascena, de 33 anos, foi a primeira aluna da Universidade Federal de Sergipe (UFS) a concluir sua colação de grau vestindo uma beca branca em cerimônia realizada na instituição na última quarta-feira. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SE no WhatsApp Iniciada no candomblé, a filha de santo está em preceito religioso, que dentre uma série de regras, restringe a utilização de vestes em tons escuros. 'A cor branca traz um significado de renovação e respeito à religião', disse. “‘Uma conquista que não é apenas minha, mas de tantas outras vozes que foram silenciadas ao longo desses anos, uma conquista que emerge como um grito“, disse ao g1 a formanda em pedagogia. Luta para conseguir o direito Gleid Mascena é a primeira sergipana a fazer a colação de grau com beca branca na UFS. Henrique Maynart/Arquivo Pessoal O processo para conseguir o direito começou no dia 24 de março, quando ela entrou com um requerimento para a quebra de protocolo, já que existe uma normativa interna da instituição que rege as vestimentas para a cerimônia. Quase um mês depois, a aluna recebeu uma negativa da UFS com sugestão para colação de forma não presencial. Mas Gleid não aceitou e reenviou o requerimento no dia 26 de abril com novos documentos requisitados, só que ela continuou sem resposta. Foi quando a professora Bartira Telles auxiliou no processo administrativo interno em contato direto com a direção da instituição e, faltando 10 dias para a cerimônia, o processo foi deferido. Legado Sendo a primeira estudante a conseguir o direito, Gleid encara o momento como uma vitória para as religiões afro-brasileiras em Sergipe e espera que sirva de exemplo para encorajar e fortalecer movimentos de combate ao racismo e intolerância religiosa. “Eu sou filha de Exu orixá Pombotilha, e assim como minha mãe representa o caminho, digo: onde Exu pisa, não há vitória perdida. As portas que Exu abre servirão para tantos outros”, declarou. O g1 procurou a Universidade Federal de Sergipe para falar sobre o processo administrativo interno do caso, mas até o fechamento da matéria, não houve retorno. Beca usada pela estudante com todos os detalhes com as cores do curso e feitos pela própria Gleid. Arquivo Pessoal


Iniciada no candomblé, a filha de santo disse que está em preceito religioso, que dentre uma série de regras, restringe a utilização de vestes em tons escuros. Gleid Mascena é a primeira sergipana a fazer a colação de grau com beca branca. Henrique Maynart/Arquivo Pessoal A sergipana Gleid Mascena, de 33 anos, foi a primeira aluna da Universidade Federal de Sergipe (UFS) a concluir sua colação de grau vestindo uma beca branca em cerimônia realizada na instituição na última quarta-feira. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SE no WhatsApp Iniciada no candomblé, a filha de santo está em preceito religioso, que dentre uma série de regras, restringe a utilização de vestes em tons escuros. 'A cor branca traz um significado de renovação e respeito à religião', disse. “‘Uma conquista que não é apenas minha, mas de tantas outras vozes que foram silenciadas ao longo desses anos, uma conquista que emerge como um grito“, disse ao g1 a formanda em pedagogia. Luta para conseguir o direito Gleid Mascena é a primeira sergipana a fazer a colação de grau com beca branca na UFS. Henrique Maynart/Arquivo Pessoal O processo para conseguir o direito começou no dia 24 de março, quando ela entrou com um requerimento para a quebra de protocolo, já que existe uma normativa interna da instituição que rege as vestimentas para a cerimônia. Quase um mês depois, a aluna recebeu uma negativa da UFS com sugestão para colação de forma não presencial. Mas Gleid não aceitou e reenviou o requerimento no dia 26 de abril com novos documentos requisitados, só que ela continuou sem resposta. Foi quando a professora Bartira Telles auxiliou no processo administrativo interno em contato direto com a direção da instituição e, faltando 10 dias para a cerimônia, o processo foi deferido. Legado Sendo a primeira estudante a conseguir o direito, Gleid encara o momento como uma vitória para as religiões afro-brasileiras em Sergipe e espera que sirva de exemplo para encorajar e fortalecer movimentos de combate ao racismo e intolerância religiosa. “Eu sou filha de Exu orixá Pombotilha, e assim como minha mãe representa o caminho, digo: onde Exu pisa, não há vitória perdida. As portas que Exu abre servirão para tantos outros”, declarou. O g1 procurou a Universidade Federal de Sergipe para falar sobre o processo administrativo interno do caso, mas até o fechamento da matéria, não houve retorno. Beca usada pela estudante com todos os detalhes com as cores do curso e feitos pela própria Gleid. Arquivo Pessoal