Sepultura faz show com clássicos e Junior tocando percussão no Lolla, em clima melancólico de adeus

Em turnê de despedida, clima da banda não é dos melhores após saída do baterista Eloy Casagrande. Para completar, banda tocou em palco secundário, em dia de Justin Timberlake. Sepultura toca ‘Refuse/Resist’ no Lollapalooza 2025 Um melancólico tom de despedida pairou sobre o show do Sepultura no Lollapalooza, neste domingo (30). Não só porque, simultâneamente à performance de Justin Timberlake, ela fechou a edição de 2025 do festival, mas também porque a própria banda está dando adeus aos palcos. Como assistir aos shows? Clique aqui para ver no Globoplay. Ou aqui para ver em 4K TEMPO REAL: Acompanhe tudo o que acontece no Lollapalooza 2025 O grupo brasileiro, considerado um dos mais importantes do metal no mundo inteiro, levou ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, sua turnê final, que deve durar até 2026. E, para o que pode ser a última participação da banda em um grande festival, foi uma apresentação pouco grandiosa para o tamanho do Sepultura. Dois fatores prejudicaram. O primeiro: na programação do evento, eles foram escalados para um palco secundário, em um dia liderado por Timberlake -- um artista com público bem diferente. A plateia ficou com muitos espaços vazios. O segundo: o clima no grupo não é dos melhores após a saída nada amigável do baterista Eloy Casagrande, em fevereiro de 2024, às vésperas do início da atual turnê. O músico passou a integrar o Slipknot, outra banda de metal, e Greyson Nekrutman teve que ser chamado às pressas para substitui-lo na bateria. Sepultura recebe Junior Lima e Perry Farrell para tocar 'Kaiowas' no Lollapalooza 2025 "Foi uma surpresa absurda. Ele estava há 13 anos na banda, dois anos que a gente estava falando da turnê de despedida. Dois dias antes estava resolvendo coisa de setlist com ele. E ele liga e fala que tem que ter uma reunião e que estava no Slipknot. Virou as costas e foi embora", disse o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, em entrevista ao g1 Ouviu, podcast de música do g1, dias antes do show no Lolla. Para compensar, estavam lá os fãs de verdade, sempre fiéis e muito animados do início ao fim das apresentações da banda. E também os clássicos que fizeram dos brasileiros influências de grupos como Korn, Limp Bizkit e o próprio Slipknot. Até Dave Grohl, líder do Foo Fighters, já revelou ser fã do Sepultura. O público no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, vibrou ao primeiro sinal de "Kaiowas", instrumental com referência indígena lançado no álbum "Chaos A.D." (1993), quando o grupo começou a fundir seu metal com elementos de música brasileira e percussiva. E muita gente ficou sem entender nada quando Junior (sim, o irmão de Sandy) apareceu para tocar percussão. É que, nesse momento do show, o Sepultura costuma chamar ao palco amigos e fãs. Perry Farrell, criador do Lollapalooza, também apareceu. "Arise", do disco homônimo de 1991, formou uma enorme roda de bate-cabeça na plateia, que só se dissolveu com o fim da apresentação. Dessa vez, a banda decidiu deixar para o final o maior sucesso de seus 40 anos de carreira, "Roots Bloody Roots". Lançado em 1996, com os irmãos Max e Igor Cavalera ainda como integrantes, o revolucionário álbum "Roots" foi o grande responsável por transformar o Sepultura em nome respeitado do metal fora do Brasil. Pela forte presença de percussão tribal e a influência de gêneros populares brasileiros (Carlinhos Brown foi um dos colaboradores), o disco não é só um marco na trajetória do grupo, mas também um dos mais importantes da história da música do país. E é por isso que, justamente no adeus, o Sepultura pareceu pequeno demais diante de seu próprio passado. Cartela resenha crítica g1 g1 VÍDEOS Lollapalooza 2025: os maiores destaques do festival

Mar 30, 2025 - 23:00
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Sepultura faz show com clássicos e Junior tocando percussão no Lolla, em clima melancólico de adeus

Em turnê de despedida, clima da banda não é dos melhores após saída do baterista Eloy Casagrande. Para completar, banda tocou em palco secundário, em dia de Justin Timberlake. Sepultura toca ‘Refuse/Resist’ no Lollapalooza 2025 Um melancólico tom de despedida pairou sobre o show do Sepultura no Lollapalooza, neste domingo (30). Não só porque, simultâneamente à performance de Justin Timberlake, ela fechou a edição de 2025 do festival, mas também porque a própria banda está dando adeus aos palcos. Como assistir aos shows? Clique aqui para ver no Globoplay. Ou aqui para ver em 4K TEMPO REAL: Acompanhe tudo o que acontece no Lollapalooza 2025 O grupo brasileiro, considerado um dos mais importantes do metal no mundo inteiro, levou ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, sua turnê final, que deve durar até 2026. E, para o que pode ser a última participação da banda em um grande festival, foi uma apresentação pouco grandiosa para o tamanho do Sepultura. Dois fatores prejudicaram. O primeiro: na programação do evento, eles foram escalados para um palco secundário, em um dia liderado por Timberlake -- um artista com público bem diferente. A plateia ficou com muitos espaços vazios. O segundo: o clima no grupo não é dos melhores após a saída nada amigável do baterista Eloy Casagrande, em fevereiro de 2024, às vésperas do início da atual turnê. O músico passou a integrar o Slipknot, outra banda de metal, e Greyson Nekrutman teve que ser chamado às pressas para substitui-lo na bateria. Sepultura recebe Junior Lima e Perry Farrell para tocar 'Kaiowas' no Lollapalooza 2025 "Foi uma surpresa absurda. Ele estava há 13 anos na banda, dois anos que a gente estava falando da turnê de despedida. Dois dias antes estava resolvendo coisa de setlist com ele. E ele liga e fala que tem que ter uma reunião e que estava no Slipknot. Virou as costas e foi embora", disse o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, em entrevista ao g1 Ouviu, podcast de música do g1, dias antes do show no Lolla. Para compensar, estavam lá os fãs de verdade, sempre fiéis e muito animados do início ao fim das apresentações da banda. E também os clássicos que fizeram dos brasileiros influências de grupos como Korn, Limp Bizkit e o próprio Slipknot. Até Dave Grohl, líder do Foo Fighters, já revelou ser fã do Sepultura. O público no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, vibrou ao primeiro sinal de "Kaiowas", instrumental com referência indígena lançado no álbum "Chaos A.D." (1993), quando o grupo começou a fundir seu metal com elementos de música brasileira e percussiva. E muita gente ficou sem entender nada quando Junior (sim, o irmão de Sandy) apareceu para tocar percussão. É que, nesse momento do show, o Sepultura costuma chamar ao palco amigos e fãs. Perry Farrell, criador do Lollapalooza, também apareceu. "Arise", do disco homônimo de 1991, formou uma enorme roda de bate-cabeça na plateia, que só se dissolveu com o fim da apresentação. Dessa vez, a banda decidiu deixar para o final o maior sucesso de seus 40 anos de carreira, "Roots Bloody Roots". Lançado em 1996, com os irmãos Max e Igor Cavalera ainda como integrantes, o revolucionário álbum "Roots" foi o grande responsável por transformar o Sepultura em nome respeitado do metal fora do Brasil. Pela forte presença de percussão tribal e a influência de gêneros populares brasileiros (Carlinhos Brown foi um dos colaboradores), o disco não é só um marco na trajetória do grupo, mas também um dos mais importantes da história da música do país. E é por isso que, justamente no adeus, o Sepultura pareceu pequeno demais diante de seu próprio passado. Cartela resenha crítica g1 g1 VÍDEOS Lollapalooza 2025: os maiores destaques do festival