Trabalhadores endividados simulam 15 milhões de pedidos de empréstimo consignado

Baratear o custo do dinheiro é um dos objetivos da nova modalidade de crédito consignado, que começou a funcionar nesta sexta-feira (21) e que tem o saldo do FGTS como garantia. Trabalhadores endividados simulam 15 milhões de pedidos de empréstimo consignado Reprodução/TV Globo Trabalhadores com carteira assinada do setor privado passaram a ter acesso nesta sexta-feira (21) ao empréstimo consignado. Neste primeiro dia, as simulações ultrapassaram 15 milhões. De um lado, bancos, telefônicas, empresas do varejo. Do outro, brasileiros endividados, que procuraram o mutirão, atrás de descontos, prazos maiores e juros menores. “Tiraram os juros, resolvi tudo. Agora, vou dar entrada e pagar todo mês o que eu consegui fazer o acordo com eles”, conta a aposentada Rosimar Ferreira de Azeredo. Baratear o custo do dinheiro é um dos objetivos da nova modalidade de crédito consignado, que começou a funcionar nesta sexta-feira (21). A promessa do programa Crédito do Trabalhador, do governo federal, é de juros mais baixos para todos os 47 milhões de trabalhadores que têm carteira assinada ou empregados dos MEIs - microempreendedores individuais. Nessa primeira fase, a contratação será feita apenas pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, mas é preciso autorizar o acesso dos bancos aos dados. A partir de abril, a operação também poderá ser feita diretamente nos aplicativos dos bancos e instituições financeiras conveniadas. Uma das novidades do serviço é que, quando o trabalhador acessar o sistema e informar o quanto precisa emprestado, ele vai receber várias ofertas, como se fosse um leilão. Com essas informações na mão, dá para comparar as propostas e escolher aquela que oferece a melhor condição de juros e parcelamento. O desconto é feito direto na folha de pagamento e as parcelas mensais não podem ultrapassar o limite de 35% do salário. Na hora da contratação do empréstimo, o trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo no FGTS ou 100% da multa rescisória em caso de demissão. A partir do dia 25 de abril, também será possível fazer a migração, ou seja, trocar o empréstimo com juros mais altos por essa nova linha com taxas mais baixas. O uso do FGTS ainda não foi regulamentado. Precisa ser aprovado pelo Conselho Curador do Fundo. Mas, na prática, já está concedendo essa modalidade de empréstimo. Só nessa sexta-feira (21) foram mais de 15 milhões de simulações, 1,5 milhão de propostas e 1,4 contratos fechados. Samuel Barros, do IBMEC, alerta que esse dinheiro não deve ser usado para contrair novas dívidas. O economista também avalia que mais dinheiro circulando nesse momento de preços em alta pode pressionar a inflação. “A gente está vivendo em um país onde a inflação ainda não está controlada. Você tem uma pressão de oferta dentro do mercado, o que pode provocar mais uma pressão inflacionária dentro de um cenário que hoje está um pouco descontrolado. Mas, certamente, vai ajudar a população que está hiper endividada a ter um crédito um pouco mais barato. Então, isso pode dar um fôlego para aquela pessoa mais sofrida em termos de endividamento”, diz Samuel Barros, reitor do IBMEC e especialista em Finanças. LEIA TAMBÉM Consignado para CLT: governo fixa regras para comitê e abre porta para teto de juros na modalidade Entenda como vai funcionar o consignado para trabalhadores do setor privado

Mar 21, 2025 - 21:00
 0  0
Trabalhadores endividados simulam 15 milhões de pedidos de empréstimo consignado

Baratear o custo do dinheiro é um dos objetivos da nova modalidade de crédito consignado, que começou a funcionar nesta sexta-feira (21) e que tem o saldo do FGTS como garantia. Trabalhadores endividados simulam 15 milhões de pedidos de empréstimo consignado Reprodução/TV Globo Trabalhadores com carteira assinada do setor privado passaram a ter acesso nesta sexta-feira (21) ao empréstimo consignado. Neste primeiro dia, as simulações ultrapassaram 15 milhões. De um lado, bancos, telefônicas, empresas do varejo. Do outro, brasileiros endividados, que procuraram o mutirão, atrás de descontos, prazos maiores e juros menores. “Tiraram os juros, resolvi tudo. Agora, vou dar entrada e pagar todo mês o que eu consegui fazer o acordo com eles”, conta a aposentada Rosimar Ferreira de Azeredo. Baratear o custo do dinheiro é um dos objetivos da nova modalidade de crédito consignado, que começou a funcionar nesta sexta-feira (21). A promessa do programa Crédito do Trabalhador, do governo federal, é de juros mais baixos para todos os 47 milhões de trabalhadores que têm carteira assinada ou empregados dos MEIs - microempreendedores individuais. Nessa primeira fase, a contratação será feita apenas pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, mas é preciso autorizar o acesso dos bancos aos dados. A partir de abril, a operação também poderá ser feita diretamente nos aplicativos dos bancos e instituições financeiras conveniadas. Uma das novidades do serviço é que, quando o trabalhador acessar o sistema e informar o quanto precisa emprestado, ele vai receber várias ofertas, como se fosse um leilão. Com essas informações na mão, dá para comparar as propostas e escolher aquela que oferece a melhor condição de juros e parcelamento. O desconto é feito direto na folha de pagamento e as parcelas mensais não podem ultrapassar o limite de 35% do salário. Na hora da contratação do empréstimo, o trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo no FGTS ou 100% da multa rescisória em caso de demissão. A partir do dia 25 de abril, também será possível fazer a migração, ou seja, trocar o empréstimo com juros mais altos por essa nova linha com taxas mais baixas. O uso do FGTS ainda não foi regulamentado. Precisa ser aprovado pelo Conselho Curador do Fundo. Mas, na prática, já está concedendo essa modalidade de empréstimo. Só nessa sexta-feira (21) foram mais de 15 milhões de simulações, 1,5 milhão de propostas e 1,4 contratos fechados. Samuel Barros, do IBMEC, alerta que esse dinheiro não deve ser usado para contrair novas dívidas. O economista também avalia que mais dinheiro circulando nesse momento de preços em alta pode pressionar a inflação. “A gente está vivendo em um país onde a inflação ainda não está controlada. Você tem uma pressão de oferta dentro do mercado, o que pode provocar mais uma pressão inflacionária dentro de um cenário que hoje está um pouco descontrolado. Mas, certamente, vai ajudar a população que está hiper endividada a ter um crédito um pouco mais barato. Então, isso pode dar um fôlego para aquela pessoa mais sofrida em termos de endividamento”, diz Samuel Barros, reitor do IBMEC e especialista em Finanças. LEIA TAMBÉM Consignado para CLT: governo fixa regras para comitê e abre porta para teto de juros na modalidade Entenda como vai funcionar o consignado para trabalhadores do setor privado