Barroso defende debate sobre mineração legal sem comprometer indígenas: 'Não podemos virar as costas para o problema'
Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante coletiva de imprensa em Roraima. Yara Ramalho/g1 RR O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (15) que o garimpo não é uma questão simples e que o país precisa discutir formas de enfrentar a atividade, atualmente realizada de forma ilegal em Roraima. Barroso é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas e medidas para a retirada de garimpeiros da Terra Yanomami. Ele cumpre agenda em Roraima para avaliar ações contra garimpo na região. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa, após uma reunião sobre as ações de enfrentamento ao garimpo e proteção dos indígenas na Terra Yanomami. O encontro aconteceu na Casa de Governo, em Boa Vista. “Nós temos que ter as melhores cabeças pensando como preservar as comunidades indígenas, como preservar a cultura indígena, como enfrentar o garimpo ilegal e, ao mesmo tempo, não desperdiçar uma riqueza que o país precisa e pode beneficiar toda a comunidade, inclusive a comunidade indígena”, disse o ministro Luís Barroso. O ministro afirmou que a questão mineral no Brasil precisa ser equacionada e não pode comprometer as comunidades indígenas. Antes de ir ao território Yanomami, ainda no domingo, Barroso já havia falado sobre "superar alguns preconceitos" para a introdução da mineração legal em algumas áreas. A reunião reuniu o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, representantes das Forças Armadas, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e políticos locais. LEIA TAMBÉM: VÍDEO: Barroso diz aos Yanomami que expulsar garimpeiros é respeito aos direitos indígenas Povo Yanomami entrega carta ao STF e alerta que falta plano contra garimpo e atendimento integral de saúde Presidente do STF, ministro Barroso visita terra Yanomami para avaliar ações contra garimpo Visita de Barroso ao território Ministro do STF diz aos Yanomami que expulsar garimpeiros é respeito aos direitos indígena O presidente do STF esteve no território Yanomami nesse domingo para ver o avanço no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas e afirmou que e a retirada de invasores e garimpeiros da região foi uma medida "em respeito aos povos indígenas" e também de "interesse da humanidade" (assista acima). Quando chegou em Roraima, foi recebido pelo xamã Davi Kopenawa e pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana. Há décadas, o território é alvo do garimpo ilegal, que contamina os rios e afeta diretamente o modo de vida dos Yanomami. A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além da retirada de garimpeiros. "A autoridade que mora longe da nossa floresta Yanomami, veio para visitar, olhar a realidade, para ver se está dando certo ou não. Em 2023 e 2024, morreram muitos parentes, nossas crianças... chega de morte. Por isso estamos aqui com o ministro, ele que manda o pessoal tirar o garimpo. Não está resolvido ainda", declarou Davi Kopenawa. A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, onde está a maior parte. Cerca de 32 mil indígenas vivem na região, em 392 comunidades. Luís Roberto Barroso é relator da ADPF 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas Tribunal de Justiça do Estado de Roraima Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.


Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante coletiva de imprensa em Roraima. Yara Ramalho/g1 RR O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (15) que o garimpo não é uma questão simples e que o país precisa discutir formas de enfrentar a atividade, atualmente realizada de forma ilegal em Roraima. Barroso é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas e medidas para a retirada de garimpeiros da Terra Yanomami. Ele cumpre agenda em Roraima para avaliar ações contra garimpo na região. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa, após uma reunião sobre as ações de enfrentamento ao garimpo e proteção dos indígenas na Terra Yanomami. O encontro aconteceu na Casa de Governo, em Boa Vista. “Nós temos que ter as melhores cabeças pensando como preservar as comunidades indígenas, como preservar a cultura indígena, como enfrentar o garimpo ilegal e, ao mesmo tempo, não desperdiçar uma riqueza que o país precisa e pode beneficiar toda a comunidade, inclusive a comunidade indígena”, disse o ministro Luís Barroso. O ministro afirmou que a questão mineral no Brasil precisa ser equacionada e não pode comprometer as comunidades indígenas. Antes de ir ao território Yanomami, ainda no domingo, Barroso já havia falado sobre "superar alguns preconceitos" para a introdução da mineração legal em algumas áreas. A reunião reuniu o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, representantes das Forças Armadas, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e políticos locais. LEIA TAMBÉM: VÍDEO: Barroso diz aos Yanomami que expulsar garimpeiros é respeito aos direitos indígenas Povo Yanomami entrega carta ao STF e alerta que falta plano contra garimpo e atendimento integral de saúde Presidente do STF, ministro Barroso visita terra Yanomami para avaliar ações contra garimpo Visita de Barroso ao território Ministro do STF diz aos Yanomami que expulsar garimpeiros é respeito aos direitos indígena O presidente do STF esteve no território Yanomami nesse domingo para ver o avanço no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas e afirmou que e a retirada de invasores e garimpeiros da região foi uma medida "em respeito aos povos indígenas" e também de "interesse da humanidade" (assista acima). Quando chegou em Roraima, foi recebido pelo xamã Davi Kopenawa e pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana. Há décadas, o território é alvo do garimpo ilegal, que contamina os rios e afeta diretamente o modo de vida dos Yanomami. A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além da retirada de garimpeiros. "A autoridade que mora longe da nossa floresta Yanomami, veio para visitar, olhar a realidade, para ver se está dando certo ou não. Em 2023 e 2024, morreram muitos parentes, nossas crianças... chega de morte. Por isso estamos aqui com o ministro, ele que manda o pessoal tirar o garimpo. Não está resolvido ainda", declarou Davi Kopenawa. A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, onde está a maior parte. Cerca de 32 mil indígenas vivem na região, em 392 comunidades. Luís Roberto Barroso é relator da ADPF 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas Tribunal de Justiça do Estado de Roraima Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.