Casos de síndrome respiratória aguda grave aumentam em todas as regiões do Brasil

Mais de 56 mil casos de síndromes respiratórias agudas graves já foram confirmados em todo o país. Em quadros mais graves, os pacientes precisam de internamento. Estados do Sul, Norte e Nordeste enfrentam aumento na ocupação de leitos hospitalares com casos de síndromes respiratórias Reprodução/Jornal Nacional É alto o número de casos de síndromes respiratórias agudas graves em quase metade dos estados do país. Na espera por atendimento, os sintomas praticamente se repetem. “Muita febre, assim, média pra alta, em torno de 38,5, 38,7, muita dor de cabeça e dor no corpo”, reclama um paciente. “Muita tosse, muito catarro, muito mal-estar. Tive febre, dor, assim, ao respirar", se queixa outra paciente. O boletim da Fiocruz aponta que 12 das 27 unidades da federação estão com alerta máximo de incidência de síndromes respiratórias agudas graves. São eles: Pará, Rondônia, Roraima, Alagoas, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Mais de cinquenta e seis mil casos (56.864) já foram confirmados em todo o país. Em quadros mais graves, os pacientes precisam de internamento. Segundo o boletim, houve aumento de hospitalizações de crianças e de idosos, principalmente em estados do Sul, Nordeste e Norte. No mês passado, a superlotação nos hospitais fez o governo do Acre abrir novos leitos e decretar situação de emergência. Em Pernambuco, foram 337 novas vagas abertas de março até agora — todas para pacientes com síndromes respiratórias. No Paraná, 153 foram abertas em enfermarias e UTIs. “Temos casos mais graves, que estão permanecendo mais tempo nos leitos de enfermaria e nos leitos de unidade de terapia intensiva, quando necessário. O giro do leito está mais lento, atrasando assim a liberação pra novas ocupações”, afirma Beto Preto, secretário estadual de Saúde do Paraná. As crianças com menos de 6 anos e os idosos são os mais atingidos pelas síndromes respiratórias. Estes são justamente os grupos prioritários pra vacinação. Mas a procura está baixa e os médicos continuam reforçando a importância da imunização. A cobertura vacinal dos grupos prioritários contra a influenza está em 40% (39,7%). Não chega nem perto da meta do Ministério da Saúde, que é de 90%. “Ela vai reduzir a chance de a pessoa adquirir a infecção e o mais importante é: se a pessoa adquirir a infecção pela influenza, ela diminui a gravidade. Então, a pessoa que é vacinada tem uma chance muito menor de ter complicações, como internação hospitalar e até mesmo óbito”, alerta o infectologista Marcelo Rocha.

Jun 28, 2025 - 21:00
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Casos de síndrome respiratória aguda grave aumentam em todas as regiões do Brasil

Mais de 56 mil casos de síndromes respiratórias agudas graves já foram confirmados em todo o país. Em quadros mais graves, os pacientes precisam de internamento. Estados do Sul, Norte e Nordeste enfrentam aumento na ocupação de leitos hospitalares com casos de síndromes respiratórias Reprodução/Jornal Nacional É alto o número de casos de síndromes respiratórias agudas graves em quase metade dos estados do país. Na espera por atendimento, os sintomas praticamente se repetem. “Muita febre, assim, média pra alta, em torno de 38,5, 38,7, muita dor de cabeça e dor no corpo”, reclama um paciente. “Muita tosse, muito catarro, muito mal-estar. Tive febre, dor, assim, ao respirar", se queixa outra paciente. O boletim da Fiocruz aponta que 12 das 27 unidades da federação estão com alerta máximo de incidência de síndromes respiratórias agudas graves. São eles: Pará, Rondônia, Roraima, Alagoas, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Mais de cinquenta e seis mil casos (56.864) já foram confirmados em todo o país. Em quadros mais graves, os pacientes precisam de internamento. Segundo o boletim, houve aumento de hospitalizações de crianças e de idosos, principalmente em estados do Sul, Nordeste e Norte. No mês passado, a superlotação nos hospitais fez o governo do Acre abrir novos leitos e decretar situação de emergência. Em Pernambuco, foram 337 novas vagas abertas de março até agora — todas para pacientes com síndromes respiratórias. No Paraná, 153 foram abertas em enfermarias e UTIs. “Temos casos mais graves, que estão permanecendo mais tempo nos leitos de enfermaria e nos leitos de unidade de terapia intensiva, quando necessário. O giro do leito está mais lento, atrasando assim a liberação pra novas ocupações”, afirma Beto Preto, secretário estadual de Saúde do Paraná. As crianças com menos de 6 anos e os idosos são os mais atingidos pelas síndromes respiratórias. Estes são justamente os grupos prioritários pra vacinação. Mas a procura está baixa e os médicos continuam reforçando a importância da imunização. A cobertura vacinal dos grupos prioritários contra a influenza está em 40% (39,7%). Não chega nem perto da meta do Ministério da Saúde, que é de 90%. “Ela vai reduzir a chance de a pessoa adquirir a infecção e o mais importante é: se a pessoa adquirir a infecção pela influenza, ela diminui a gravidade. Então, a pessoa que é vacinada tem uma chance muito menor de ter complicações, como internação hospitalar e até mesmo óbito”, alerta o infectologista Marcelo Rocha.