Cerca de 48% dos brasileiros defendem prisão de Bolsonaro por trama golpista, indica Datafolha
Ex-presidente Jair Bolsonaro dá entrevista à agência Reuters após ser alvo de medidas restritivas em 18 de julho de 2025. REUTERS/Mateus Bonomi A opinião pública brasileira segue dividida quanto ao destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo nova pesquisa do Datafolha, 48% dos entrevistados defendem que ele seja preso por sua suposta participação na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Outros 46% são contra a prisão, e 6% não souberam opinar. Apesar dessa divisão, a expectativa da maioria é de que Bolsonaro escapará da cadeia: 51% acreditam que ele não será condenado, enquanto 40% acham que ele será preso. O levantamento foi realizado nos dias 29 e 30 de julho, em um contexto marcado por atritos entre Brasil e Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, tem endossado a tese de que Bolsonaro é vítima de perseguição, e tem utilizado esse argumento para justificar tarifas mais altas sobre produtos brasileiros. A movimentação de Trump é apoiada por Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, que se mudou para os EUA para atuar na campanha por anistia ao pai. Leia mais: Anistia pelo 8 de Janeiro é rejeitada por 55% e aprovada por 35%, indica Datafolha 55% aprovam tornozeleira em Bolsonaro e acham que ex-presidente pretendia sair do Brasil 47% aprovam revogação de visto americano de Moraes; 42% condenam a iniciativa Oscilação desde abril Em relação à pesquisa anterior, feita em abril, houve uma leve mudança dentro da margem de erro. Naquela ocasião, 52% eram favoráveis à prisão, enquanto 42% se posicionavam contra. Agora, os dois grupos estão praticamente empatados, indicando uma inversão momentânea de humor. A expectativa sobre o desfecho do julgamento segue estável. Em abril, 52% achavam que Bolsonaro escaparia da prisão; agora são 51%, enquanto os que previam condenação eram 41%, e agora são 40%. O apoio à prisão de Bolsonaro é mais forte entre: Pessoas com renda de até dois salários mínimos; Moradores do Nordeste; Eleitores identificados com o PT. Já a rejeição à condenação é mais comum entre: Evangélicos; Moradores da região Sul; Pessoas da classe média mais baixa; Eleitores bolsonaristas. Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de ter articulado uma tentativa de permanecer no poder após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A denúncia da Procuradoria-Geral da República afirma que a trama envolveu políticos e militares, culminando nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente nega todas as acusações. Se for condenado, poderá pegar entre 12 e 43 anos de prisão, conforme prevê a denúncia. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, também passou a ser alvo da retórica de Trump. Moraes teve o visto americano revogado e passou a ser enquadrado por uma lei dos EUA que congela bens de estrangeiros acusados de violar direitos humanos — medida que deve ser contestada por ter sido originalmente desenhada para casos extremos, como o de ditadores. Ministros do STF fazem alerta sobre chantagem e veem risco maior para Bolsonaro


Ex-presidente Jair Bolsonaro dá entrevista à agência Reuters após ser alvo de medidas restritivas em 18 de julho de 2025. REUTERS/Mateus Bonomi A opinião pública brasileira segue dividida quanto ao destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo nova pesquisa do Datafolha, 48% dos entrevistados defendem que ele seja preso por sua suposta participação na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Outros 46% são contra a prisão, e 6% não souberam opinar. Apesar dessa divisão, a expectativa da maioria é de que Bolsonaro escapará da cadeia: 51% acreditam que ele não será condenado, enquanto 40% acham que ele será preso. O levantamento foi realizado nos dias 29 e 30 de julho, em um contexto marcado por atritos entre Brasil e Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, tem endossado a tese de que Bolsonaro é vítima de perseguição, e tem utilizado esse argumento para justificar tarifas mais altas sobre produtos brasileiros. A movimentação de Trump é apoiada por Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, que se mudou para os EUA para atuar na campanha por anistia ao pai. Leia mais: Anistia pelo 8 de Janeiro é rejeitada por 55% e aprovada por 35%, indica Datafolha 55% aprovam tornozeleira em Bolsonaro e acham que ex-presidente pretendia sair do Brasil 47% aprovam revogação de visto americano de Moraes; 42% condenam a iniciativa Oscilação desde abril Em relação à pesquisa anterior, feita em abril, houve uma leve mudança dentro da margem de erro. Naquela ocasião, 52% eram favoráveis à prisão, enquanto 42% se posicionavam contra. Agora, os dois grupos estão praticamente empatados, indicando uma inversão momentânea de humor. A expectativa sobre o desfecho do julgamento segue estável. Em abril, 52% achavam que Bolsonaro escaparia da prisão; agora são 51%, enquanto os que previam condenação eram 41%, e agora são 40%. O apoio à prisão de Bolsonaro é mais forte entre: Pessoas com renda de até dois salários mínimos; Moradores do Nordeste; Eleitores identificados com o PT. Já a rejeição à condenação é mais comum entre: Evangélicos; Moradores da região Sul; Pessoas da classe média mais baixa; Eleitores bolsonaristas. Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de ter articulado uma tentativa de permanecer no poder após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A denúncia da Procuradoria-Geral da República afirma que a trama envolveu políticos e militares, culminando nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente nega todas as acusações. Se for condenado, poderá pegar entre 12 e 43 anos de prisão, conforme prevê a denúncia. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, também passou a ser alvo da retórica de Trump. Moraes teve o visto americano revogado e passou a ser enquadrado por uma lei dos EUA que congela bens de estrangeiros acusados de violar direitos humanos — medida que deve ser contestada por ter sido originalmente desenhada para casos extremos, como o de ditadores. Ministros do STF fazem alerta sobre chantagem e veem risco maior para Bolsonaro