Discurso de Trump na Assembleia Geral da ONU tem alegações falsas sobre conflitos, energias renováveis, mudanças climáticas e imigração; veja
Trump diz que abraçou Lula e que tiveram ótima química O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta terça-feira (23) um discurso de quase uma hora (mais que o triplo do tempo normalmente reservado a líderes mundiais que sobem na tribuna), na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Os jornais "The New York Times" e "Washington Post", além da agência de notícias Associated Press, classificaram como falsas e enganosas declarações sobre conflitos internacionais, políticas de imigração, energias renováveis e mudanças climáticas. Veja abaixo: Trump não 'resolveu' sete conflitos Trump na ONU Reuters A declaração — "Da mesma forma, em apenas sete meses, encerrei sete guerras indesejáveis. Sinto-me muito honrado por ter feito isso. É uma pena que eu tenha tido que realizar essas ações em vez das Nações Unidas. E, infelizmente, em todos os casos, a ONU nem sequer tentou ajudar. Eu encerrei sete guerras, lidei com os líderes de cada um desses países e nunca sequer recebi uma ligação das Nações Unidas oferecendo ajuda para finalizar os acordos." Os fatos — Embora o governo Trump tenha atuado na mediação de sete conflitos internacionais, a situação de nenhum deles está, de fato, permanentemente solucionada, como apontou o "New York Times". O jornal listou os seguintes casos: ▶️ Armênia e Azerbaijão: Em agosto, Trump recebeu os líderes na Casa Branca para assinar uma declaração conjunta visando aproximar o fim do conflito de longa duração. Embora tenha sido um passo simbólico, não se tratou de um acordo de paz; disputas territoriais e constitucionais permanecem, e o conflito ainda não foi resolvido. ▶️ República Democrática do Congo e Ruanda: Diplomatas de ambos os países assinaram um acordo de paz na Casa Branca em junho, após mais de três décadas de guerra. Apesar da mediação americana, os combates continuaram e negociações mais abrangentes fracassaram, mostrando que o conflito não terminou. ▶️ Índia e Paquistão: Trump se apresentou como mediador do fim de combates renovados entre as duas potências nucleares, após um ataque terrorista na Caxemira. Trump facilitou as conversas, mas Índia e Paquistão negociaram diretamente os termos do cessar-fogo, e divergências persistem, sem resolução completa do conflito. ▶️ Israel e Irã: Trump anunciou um cessar-fogo após ataques militares em junho e alegou ter mediado o acordo. Mesmo com a trégua, sua durabilidade é incerta, e tensões nucleares e militares permanecem, sem resolução definitiva. ▶️ Camboja e Tailândia: Trump ameaçou interromper negociações comerciais para pressionar os países a aceitar um cessar-fogo em combates de fronteira. Embora a violência tenha diminuído temporariamente, as causas do conflito continuam não resolvidas, mostrando caráter limitado da mediação. ▶️ Egito e Etiópia: Trump acompanhou disputas diplomáticas sobre a hidrelétrica da Etiópia, mas não houve intervenção militar. A mediação americana teve pouco impacto e o conflito potencial permanece, sem uma solução concreta para o impasse hídrico. ▶️ Kosovo e Sérvia: Em 2020, Trump organizou um encontro no Salão Oval para incentivar cooperação econômica entre os dois países. Apesar do gesto diplomático, não houve acordo de paz formal; disputas sobre a posição de Kosovo continuam sem resolução. Comentário falso sobre China e energia eólica A declaração — "A maioria [das usinas eólicas] é construída na China. E dou muito crédito à China: eles as constroem, mas têm poucos parques eólicos. Por que é que eles as constroem e as enviam para o mundo todo, mas mal as utilizam? Sabe? Eles usam carvão, gás, quase qualquer coisa, mas não gostam de energia eólica. Mas, com certeza, gostam de vender os moinhos de vento." Os fatos — Segundo o jornal "Washington Post", a China tem uma infraestrutura robusta de energia renovável e é, atualmente, o país que mais produz energia eólica. Em 2024, o país investiu mais de US$ 600 bilhões em fontes renováveis e tecnologias para transmissão e armazenamento de energia, usadas para uso doméstico e exportação. ▶️ A Associated Press aponta que a World Wind Energy Association, uma organização sem fins lucrativos com sede na Alemanha, estimou que a China representa quase metade da capacidade global de energia eólica, cerca de 561 mil megawatts dos 1,2 milhão de megawatts existentes no mundo. ▶️ A China também opera quase um terço de todos os parques eólicos do mundo, 5.400 de 17.000 parques em operação, segundo o Global Energy Monitor, uma organização sem fins lucrativos da Califórnia. A Declaração enganosa sobre mudanças climáticas A declaração — "Em 1982, o diretor-executivo do Programa Ambiental das Nações Unidas previu que, até o ano 2000, a mudança climática causaria uma catástrofe global. Ele disse que seria irreversível, assim como seria qualquer holocausto nuclear. Foi isso que eles disseram nas Nações Unidas. O que aconteceu aqui? Outro funcionário da ONU afirmou em 1989 que, em uma década, nações inteiras poderiam desaparecer do mapa


Trump diz que abraçou Lula e que tiveram ótima química O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta terça-feira (23) um discurso de quase uma hora (mais que o triplo do tempo normalmente reservado a líderes mundiais que sobem na tribuna), na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Os jornais "The New York Times" e "Washington Post", além da agência de notícias Associated Press, classificaram como falsas e enganosas declarações sobre conflitos internacionais, políticas de imigração, energias renováveis e mudanças climáticas. Veja abaixo: Trump não 'resolveu' sete conflitos Trump na ONU Reuters A declaração — "Da mesma forma, em apenas sete meses, encerrei sete guerras indesejáveis. Sinto-me muito honrado por ter feito isso. É uma pena que eu tenha tido que realizar essas ações em vez das Nações Unidas. E, infelizmente, em todos os casos, a ONU nem sequer tentou ajudar. Eu encerrei sete guerras, lidei com os líderes de cada um desses países e nunca sequer recebi uma ligação das Nações Unidas oferecendo ajuda para finalizar os acordos." Os fatos — Embora o governo Trump tenha atuado na mediação de sete conflitos internacionais, a situação de nenhum deles está, de fato, permanentemente solucionada, como apontou o "New York Times". O jornal listou os seguintes casos: ▶️ Armênia e Azerbaijão: Em agosto, Trump recebeu os líderes na Casa Branca para assinar uma declaração conjunta visando aproximar o fim do conflito de longa duração. Embora tenha sido um passo simbólico, não se tratou de um acordo de paz; disputas territoriais e constitucionais permanecem, e o conflito ainda não foi resolvido. ▶️ República Democrática do Congo e Ruanda: Diplomatas de ambos os países assinaram um acordo de paz na Casa Branca em junho, após mais de três décadas de guerra. Apesar da mediação americana, os combates continuaram e negociações mais abrangentes fracassaram, mostrando que o conflito não terminou. ▶️ Índia e Paquistão: Trump se apresentou como mediador do fim de combates renovados entre as duas potências nucleares, após um ataque terrorista na Caxemira. Trump facilitou as conversas, mas Índia e Paquistão negociaram diretamente os termos do cessar-fogo, e divergências persistem, sem resolução completa do conflito. ▶️ Israel e Irã: Trump anunciou um cessar-fogo após ataques militares em junho e alegou ter mediado o acordo. Mesmo com a trégua, sua durabilidade é incerta, e tensões nucleares e militares permanecem, sem resolução definitiva. ▶️ Camboja e Tailândia: Trump ameaçou interromper negociações comerciais para pressionar os países a aceitar um cessar-fogo em combates de fronteira. Embora a violência tenha diminuído temporariamente, as causas do conflito continuam não resolvidas, mostrando caráter limitado da mediação. ▶️ Egito e Etiópia: Trump acompanhou disputas diplomáticas sobre a hidrelétrica da Etiópia, mas não houve intervenção militar. A mediação americana teve pouco impacto e o conflito potencial permanece, sem uma solução concreta para o impasse hídrico. ▶️ Kosovo e Sérvia: Em 2020, Trump organizou um encontro no Salão Oval para incentivar cooperação econômica entre os dois países. Apesar do gesto diplomático, não houve acordo de paz formal; disputas sobre a posição de Kosovo continuam sem resolução. Comentário falso sobre China e energia eólica A declaração — "A maioria [das usinas eólicas] é construída na China. E dou muito crédito à China: eles as constroem, mas têm poucos parques eólicos. Por que é que eles as constroem e as enviam para o mundo todo, mas mal as utilizam? Sabe? Eles usam carvão, gás, quase qualquer coisa, mas não gostam de energia eólica. Mas, com certeza, gostam de vender os moinhos de vento." Os fatos — Segundo o jornal "Washington Post", a China tem uma infraestrutura robusta de energia renovável e é, atualmente, o país que mais produz energia eólica. Em 2024, o país investiu mais de US$ 600 bilhões em fontes renováveis e tecnologias para transmissão e armazenamento de energia, usadas para uso doméstico e exportação. ▶️ A Associated Press aponta que a World Wind Energy Association, uma organização sem fins lucrativos com sede na Alemanha, estimou que a China representa quase metade da capacidade global de energia eólica, cerca de 561 mil megawatts dos 1,2 milhão de megawatts existentes no mundo. ▶️ A China também opera quase um terço de todos os parques eólicos do mundo, 5.400 de 17.000 parques em operação, segundo o Global Energy Monitor, uma organização sem fins lucrativos da Califórnia. A Declaração enganosa sobre mudanças climáticas A declaração — "Em 1982, o diretor-executivo do Programa Ambiental das Nações Unidas previu que, até o ano 2000, a mudança climática causaria uma catástrofe global. Ele disse que seria irreversível, assim como seria qualquer holocausto nuclear. Foi isso que eles disseram nas Nações Unidas. O que aconteceu aqui? Outro funcionário da ONU afirmou em 1989 que, em uma década, nações inteiras poderiam desaparecer do mapa porque o aquecimento global." Os fatos — O "New York Times" relata mudanças climáticas já provocaram a elevação do nível do mar e a intensificação de tempestades, que levaram ao encolhimento de pequenas nações insulares. Esse fenômeno também custou somas enormes em resposta a desastres, limpeza e reconstrução nos Estados Unidos e ao redor do mundo. ▶️ Em agosto de 2024, a ONU alertou que, em partes do Pacífico, o nível do mar subiu 15 centímetros em 30 anos — quase o dobro da média global. Além de Tuvulu, nações insulares como as Maldivas, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati estão na lista dos lugares na Terra que podem desaparecer. Comentário falso sobre desejo de ambientalistas de matar vacas A declaração — "E, nos Estados Unidos, ainda temos ambientalistas radicalizados, que querem que as fábricas parem. Que tudo pare. Sem mais vacas. Não queremos mais vacas. Acho que eles querem matar todas as vacas." Os fatos — Segundo o "New York Times", não há qualquer evidência que apoie essa alegação. Fala falsa sobre 'financiamento' da ONU à imigração ilegal A declaração — "A ONU não apenas não está resolvendo os problemas, como deveria. Muitas vezes, na verdade, ela cria novos problemas para nós resolvermos. O melhor exemplo é a principal questão política do nosso tempo: a crise da migração descontrolada. É descontrolada. Seus países estão sendo arruinados. As Nações Unidas estão financiando um ataque aos países ocidentais e às suas fronteiras. Em 2024, a ONU destinou US$ 372 milhões em assistência financeira para apoiar cerca de 624 mil migrantes que se dirigem aos Estados Unidos." Os fatos — Segundo o "New York Times", a agência de refugiados da ONU e o Unicef oferecem assistência, como abrigo, comida e água potável, a refugiados em todo o mundo. Eles administram campos de refugiados na Turquia, Grécia e Líbano para as ondas de refugiados que deixam países como Iraque e Síria de maneira forçada, por conta da guerra, da fome, da pobreza e da pandemia.