Do Bacacheri para o topo do mundo: Shogun revela como saiu do anonimato para se tornar lenda do MMA

Maurício “Shogun” Rua é uma lenda viva no mundo das lutas. Natural do bairro Bacacheri, em Curitiba, o ex-campeão mundial do Pride e do UFC construiu uma trajetória no MMA marcada por títulos e superações, e hoje se orgulha de olhar para trás e ver todo o império conquistado. Shogun é o quarto convidado do […]

Jul 9, 2025 - 11:30
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Do Bacacheri para o topo do mundo: Shogun revela como saiu do anonimato para se tornar lenda do MMA

Maurício “Shogun” Rua é uma lenda viva no mundo das lutas. Natural do bairro Bacacheri, em Curitiba, o ex-campeão mundial do Pride e do UFC construiu uma trajetória no MMA marcada por títulos e superações, e hoje se orgulha de olhar para trás e ver todo o império conquistado. Shogun é o quarto convidado do “Terra Fria, Sangue Quente”, série do UmDois Esportes que conta a história das grandes personalidades das artes marciais de Curitiba.

A paixão pelas lutas começou cedo na casa de Maurício. Por influência de Murilo Ninja, irmão mais velho e nome consagrado da época no esporte, ele iniciou nas lutas. “Comecei no muay thai graças ao meu irmão, ele que me incentivou, me motivou para treinar. Eu tinha uns 14 anos quando comecei com o Mestre Zito, da Chute Boxe, lá no Santa Cândida. Me apaixonei pelo esporte, fui seguindo os passos do meu irmão, que já estava no Meca, no Pride”, lembra Shogun.

Ao entrar na lendária Chute Boxe, Maurício ganhou o apelido Shogun, que em japonês significa “General”, por ser irmão de Ninja e por utilizar um quimono com a marca Shogun. Na tradicional equipe, ele conviveu com os maiores nomes da história do MMA, como Wanderlei Silva e Anderson Silva.

“Quando eu comecei, eu já tinha eles como ídolos. Você começar com essas lendas é muito motivante. Com os líderes, Rudimar [Fedrigo] e Rafael [Cordeiro], tudo isso foi primordial para eu chegar onde cheguei”, diz.

As glórias e batalhas épicas de Maurício Shogun

shogun

Shogun conquistou dois dos títulos mais importantes do MMA: o GP do Pride, em 2005, e o cinturão dos meio-pesados do UFC, em 2010. “Na minha carreira, foram duas lutas muito importantes. Foram as duas que me deram os títulos mundiais. No Pride, contra o Arona, e no UFC, contra o Lyoto. Foi um sentimento igual nas duas lutas. O mesmo valor emocional”, revela.

No Pride, Shogun surpreendeu o mundo. Com apenas 24 anos, ele saiu de azarão a campeão do tradicional evento japonês contra concorrentes de alto quilate.

“Quando eu entrei no GP do Pride, eu entrei como 16º. Nunca pensei em ser campeão. Pensava luta após luta. Não tinha como você pensar em final tendo Rampage Jakcson, Rogério Minotouro, Alistair Overeem como adversários”, relembra. “Quando eu ganhei, no começo não caiu a ficha. Mas depois, pela repercussão que deu, eu vi a grandeza do que foi tudo isso. Foi uma sensação de dever cumprido, a melhor sensação que poderia ter”, comemora.

Cinco anos depois, Shogun conquistaria o UFC, em uma batalha brasileira contra Lyoto Machida. Logo na sequência, ele perdeu o título para um dos atletas que, mais tarde, se tornaria um dos maiores nomes de todos os tempos. “Eu lutei três rounds, mas não consegui impor o meu ritmo, o meu jogo. Foi muito frustrante. O Jon Jones é, sem dúvidas, o melhor lutador de todos os tempos”, opina.

MMA: UFC Fight Island
Maurício Shogun. Foto: IconSport.

Dor, fé e superação

Os anos seguintes foram difíceis para Maurício Shogun. O curitibano enfrentou uma série de lesões que, por pouco, não abreviaram a sua trajetória no MMA. “Na minha carreira, os meus maiores inimigos foram as lesões. Eu pensei em desistir várias vezes. Mas Deus sempre me deu muita força para eu continuar firme e forte nos meus sonhos. Hoje, eu olho para trás, e vejo tudo isso com a sensação de dever cumprido, porque sei que dei o meu melhor em tudo o que fiz”, afirma.

Há dois anos, Shogun está aposentado dos ringues e dos octogónos. Mas, as lutas ainda correm pelas veias do atleta, que mantém academias espalhadas pelo Brasil inteiro com o seu nome. Com 43 anos, o campeão segue em movimento com suas academias e outros negócios. Os seus títulos estão nas paredes de sua casa e Shogun é categórico sobre ter feito parte de algo histórico. “Curitiba é o maior celeiro de lutadores, simplesmente, pelo fato de ter tido os mestres Rudimar Fedrigo e Rafael Cordeiro. Eles foram as pessoas que formaram, ensinaram e forjaram essa galera. Curitiba é o que é nas lutas por causa desses dois”, finaliza.

Maurício Shogun em sua aposentadoria. Foto: IconSport.

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