Entre as boas lembranças do Coritiba, há uma esquecida: Odivonsir Frega

Provocando a memória, surgem as lembranças. Há leis que não precisam ser escritas, como a que deve ordenar as lembranças dos coxas, de 1985. O primeiro é a de Evangelino da Costa Neves, por uma simples razão: sem ele não haveria o Coritiba, campeão do Brasil. Protegido pelas orações da sua (e de todos) querida […]

Jul 30, 2025 - 20:00
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Entre as boas lembranças do Coritiba, há uma esquecida: Odivonsir Frega

Provocando a memória, surgem as lembranças. Há leis que não precisam ser escritas, como a que deve ordenar as lembranças dos coxas, de 1985. O primeiro é a de Evangelino da Costa Neves, por uma simples razão: sem ele não haveria o Coritiba, campeão do Brasil.

Protegido pelas orações da sua (e de todos) querida dona Valquiria, viajou ao Rio Janeiro,  e só Deus ficou como testemunha do que ele fez para evitar que o bicho de Castor ganhasse o título.  Aqui, entre parenteses: entre as homenagens, até agora nenhuma deu a exata dimensão da importância de Evangelino.

E, aí vem o treinador Ênio Andrade. Um gaúcho que chegou por aqui não deixando nada no Rio Grande do Sul. Carregado de faixas que havia ganho no Inter e no Grêmio, trouxe a grande virtude: a capacidade de pensar e executar uma ordem tática para compor as características dos jogadores e, então,  fazer um time. 

Daí vêm, as lembranças dos gols de Lela e da sua divina “careta”, que a feliz locução do repórter Foguetinho remeteu para a história; das defesas do goleiro Rafael, algumas impossiveis para os mortais, como aquela no Mineirão, contra o Galo, pegando uma bola pelo último gomo, porque os outros já haviam ido além da linha do gol;  dos chutes mortais de Índio, da técnica de Dida e Toby, da força mental de Almir;  da excelência de Marildo para cobrir e marcar; da soberania do zagueiro Gomes, e de Edson, que foi, talvez, o último e autentico número 11, que pela esquerda corria, driblava, cruzava e fazia gol. E as lembranças apanham Heraldo, Vavá e André

Estaria faltando alguém? Há um que está sendo esquecido. Só quem não sabe da história, esquece de Odivonsir Frega, o Preto. Como preparador físico, era uma espécie de general para impor os seus métodos, mas transformava-se em um menino para equilibrar a emoção dos jogadores. 

Um personagem que parece ter saído da poesia de Erasmo Carlos: “cabeça de homem, coração de menino”. Exercendo uma influência direta na alma e no físico dos jogadores, foi quem criou as condições para o treinador Ênio Andrade pensar e mandar executar o contra ataque como trânsito mortal para o Coritiba ganhar o título.

O time só suportou o Galo, no Mineirão, e o Bangu, no Maracanã, em razão da condição física. Passados 40 anos, Odivonsir Frega é uma espécie rara na história do futebol paranaense. 

É o único campeão do Brasil pelo Coritiba e pelo Athletico. Em 2001,  ele era o “prefeito” que tinha a chave para abrir e fechar do CT do Caju. Com Frega, as noites de Curitiba, de 1985 e 2001, deixaram de ser atraentes para a turma que corria atrás da bola.

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