Ferramenta contra golpes por telefone dá os primeiros passos e já funciona em parte dos celulares
Sistema chamado Origem Verificada identifica ligações com nome de uma empresa, para combater chamadas de robôs e com números falsos. Ele depende da adesão das companhias. Golpes por telefone com números falsos e chamadas que desligam ao serem atendidas são práticas que atormentam milhões de brasileiros e que o sistema chamado Origem Verificada promete combater. Desenvolvida por operadoras de telecomunicações em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a tecnologia de celulares ainda dá os primeiros passos no Brasil. A ferramenta identifica quem está ligando — e, em alguns casos, até o motivo da chamada — mesmo quando o número não está salvo no celular. Para os consumidores, o serviço é gratuito e não é preciso instalar nada no celular. Mas nem todos os aparelhos são compatíveis (veja abaixo). Cabe às empresas que pretendem fazer ligações, como bancos e call centers, pagarem para adotar o recurso. E o volume de adesões, por enquanto, é pequeno, segundo a entidade responsável pela implementação do sistema. Como são as chamadas com o Origem Verificada. g1 “Hoje, o uso é restrito porque poucas empresas contrataram o serviço e nem todos os celulares são compatíveis com ele”, explica Ildeu Borges, gerente da ABR Telecom. A informação também foi confirmada pela Anatel. A ABR Telecom não revelou quais ou quantas empresas já aderiram ao sistema. O g1 procurou bancos e a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) sobre o uso da ferramenta. Apenas o Bradesco respondeu, informando que já testa o sistema. Quais celulares são compatíveis com o Origem Verificada Para que o recurso funcione, o celular precisa estar conectado a uma rede 4G ou 5G. Além disso, nem todos os aparelhos e sistemas operacionais conseguem suportar a tecnologia exigida pelo Origem Verificada (saiba mais abaixo). E, mesmo quando suportam, as informações exibidas na tela das chamadas autenticadas (como nome da empresa, logo, número de telefone e selo de verificação) podem variar de acordo com o celular. Segundo a ABR Telecom, estas são as marcas e versões compatíveis com o sistema, além do que cada uma exibe nas chamadas autenticadas: Apple com iOS 18.2 ou superior — disponível do iPhone 11 ao 16: exibe nome da empresa, número e logotipo. Samsung com Android 14 ou superior — disponível nos modelos Galaxy S23 e S22, entre outros (veja lista completa ao fim da reportagem): exibe todos os dados nome, número, logotipo, selo de verificação, motivo da ligação e “número validado”. Outros aparelhos com Android 11 a 14 — disponível nos modelos Motorola Razr 50 ou Motorola Edge 50 Neo, entre outros: mostram nome, número, selo e mensagem “número validado”. A expectativa da Anatel é que 75% dos smartphones em uso no país estejam aptos a receber chamadas autenticadas até o fim do primeiro semestre de 2025. Como funciona a Origem Verificada O sistema usa o protocolo internacional STIR/SHAKEN, que checa em tempo real se o número exibido corresponde, de fato, à empresa que está ligando. A validação é feita por meio de um banco de dados centralizado pela ABR Telecom, abastecido pelas operadoras. Quando a chamada começa, o sistema compara os dados da empresa com os registros da operadora. Se houver correspondência, a ligação é autenticada. Esse processo requer um nível tecnológico que, atualmente, não é suportado por todos os celulares. O objetivo do sistema é combater fraudes como o spoofing, em que criminosos usam números falsos — muitas vezes com prefixos como 0800 — para se passar por empresas confiáveis e tentar enganar o consumidor. Esse tipo de golpe geralmente envolve pedidos de dados sensíveis, como senhas ou códigos de segurança, alegando a necessidade de confirmar transações. Em um dos casos, mostrado pelo Profissão Repórter, uma mulher perdeu R$ 7.800 após ligar para um call center falso, onde os criminosos coletaram seus dados sob o pretexto de cancelar uma suposta fraude.


Sistema chamado Origem Verificada identifica ligações com nome de uma empresa, para combater chamadas de robôs e com números falsos. Ele depende da adesão das companhias. Golpes por telefone com números falsos e chamadas que desligam ao serem atendidas são práticas que atormentam milhões de brasileiros e que o sistema chamado Origem Verificada promete combater. Desenvolvida por operadoras de telecomunicações em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a tecnologia de celulares ainda dá os primeiros passos no Brasil. A ferramenta identifica quem está ligando — e, em alguns casos, até o motivo da chamada — mesmo quando o número não está salvo no celular. Para os consumidores, o serviço é gratuito e não é preciso instalar nada no celular. Mas nem todos os aparelhos são compatíveis (veja abaixo). Cabe às empresas que pretendem fazer ligações, como bancos e call centers, pagarem para adotar o recurso. E o volume de adesões, por enquanto, é pequeno, segundo a entidade responsável pela implementação do sistema. Como são as chamadas com o Origem Verificada. g1 “Hoje, o uso é restrito porque poucas empresas contrataram o serviço e nem todos os celulares são compatíveis com ele”, explica Ildeu Borges, gerente da ABR Telecom. A informação também foi confirmada pela Anatel. A ABR Telecom não revelou quais ou quantas empresas já aderiram ao sistema. O g1 procurou bancos e a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) sobre o uso da ferramenta. Apenas o Bradesco respondeu, informando que já testa o sistema. Quais celulares são compatíveis com o Origem Verificada Para que o recurso funcione, o celular precisa estar conectado a uma rede 4G ou 5G. Além disso, nem todos os aparelhos e sistemas operacionais conseguem suportar a tecnologia exigida pelo Origem Verificada (saiba mais abaixo). E, mesmo quando suportam, as informações exibidas na tela das chamadas autenticadas (como nome da empresa, logo, número de telefone e selo de verificação) podem variar de acordo com o celular. Segundo a ABR Telecom, estas são as marcas e versões compatíveis com o sistema, além do que cada uma exibe nas chamadas autenticadas: Apple com iOS 18.2 ou superior — disponível do iPhone 11 ao 16: exibe nome da empresa, número e logotipo. Samsung com Android 14 ou superior — disponível nos modelos Galaxy S23 e S22, entre outros (veja lista completa ao fim da reportagem): exibe todos os dados nome, número, logotipo, selo de verificação, motivo da ligação e “número validado”. Outros aparelhos com Android 11 a 14 — disponível nos modelos Motorola Razr 50 ou Motorola Edge 50 Neo, entre outros: mostram nome, número, selo e mensagem “número validado”. A expectativa da Anatel é que 75% dos smartphones em uso no país estejam aptos a receber chamadas autenticadas até o fim do primeiro semestre de 2025. Como funciona a Origem Verificada O sistema usa o protocolo internacional STIR/SHAKEN, que checa em tempo real se o número exibido corresponde, de fato, à empresa que está ligando. A validação é feita por meio de um banco de dados centralizado pela ABR Telecom, abastecido pelas operadoras. Quando a chamada começa, o sistema compara os dados da empresa com os registros da operadora. Se houver correspondência, a ligação é autenticada. Esse processo requer um nível tecnológico que, atualmente, não é suportado por todos os celulares. O objetivo do sistema é combater fraudes como o spoofing, em que criminosos usam números falsos — muitas vezes com prefixos como 0800 — para se passar por empresas confiáveis e tentar enganar o consumidor. Esse tipo de golpe geralmente envolve pedidos de dados sensíveis, como senhas ou códigos de segurança, alegando a necessidade de confirmar transações. Em um dos casos, mostrado pelo Profissão Repórter, uma mulher perdeu R$ 7.800 após ligar para um call center falso, onde os criminosos coletaram seus dados sob o pretexto de cancelar uma suposta fraude.