Homem condenado por matar policial é executado em Indiana, nos EUA, com injeção letal

Essa é a segunda vez em 15 anos que o estado pratica a execução. Durante o procedimento, dezenas de apoiadores da pena de morte permaneceram do lado de fora da prisão. Homem acusado de matar policial em 2000 é executado no estado de Indiana, nos EUA Departamento de Correções de Indiana via AP Um homem do estado de Indiana, nos Estados Unidos, foi executado por injeção letal nesta terça-feira (20), na segunda execução realizada no estado em 15 anos. Ele foi condenado pelo assassinato de um policial em 2000. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Benjamin Ritchie, de 45 anos, estava no corredor da morte em Indiana desde 2002, quando foi condenado por matar o policial Bill Toney, da cidade de Beech Grove, durante uma perseguição a pé. Ele foi executado na Prisão Estadual de Indiana, em Michigan City, segundo autoridades do Departamento de Correções do estado. De acordo com um comunicado, o processo começou pouco depois da meia-noite, e Ritchie foi declarado morto às 0h46 — 1h46 no horário de Brasília. Sua última refeição foi do restaurante Olive Garden, e ele expressou amor, apoio e paz a seus amigos e familiares, conforme o comunicado. Segundo a legislação estadual, ele pôde escolher cinco testemunhas para sua execução, incluindo seu advogado Steve Schutte, que relatou ter tido uma visão limitada do processo. “Eu não consegui ver o rosto dele. Ele já estava deitado”, disse Schutte. “Ele se sentou, teve um espasmo, e depois se deitou novamente.” A execução foi realizada poucas horas após a Suprema Corte dos EUA recusar-se a aceitar o caso, esgotando todas as opções legais de Ritchie para contestar a pena de morte. Dezenas de pessoas — tanto defensores da pena de morte quanto apoiadores do policial Toney — permaneceram do lado de fora da prisão. Indiana retomou as execuções em dezembro após anos de interrupção devido à escassez de drogas usadas na injeção letal nos Estados Unidos. As autoridades prisionais divulgaram fotos da câmara de execução antes da execução de Joseph Corcoran, mostrando um espaço que se assemelha a uma sala de cirurgia, com uma maca, luzes fluorescentes e uma sala de observação adjacente. Desde então, poucas informações adicionais foram oferecidas. Entre os 27 estados que ainda têm leis de pena de morte, Indiana é um dos dois que proíbem a presença de jornalistas como testemunhas. O outro é o Wyoming, que realizou apenas uma execução nos últimos 50 anos. A Associated Press e outros veículos de imprensa entraram com um processo federal em Indiana exigindo o acesso da mídia, mas um juiz federal negou um pedido de liminar na semana passada que teria permitido aos jornalistas testemunhar a execução de Ritchie e as futuras. O juiz entendeu que barrar a imprensa não viola a Primeira Emenda nem trata os jornalistas de maneira desigual. A execução de Indiana é uma das 12 agendadas em oito estados este ano. A execução de Ritchie e outras duas no Texas e no Tennessee serão realizadas nesta semana. LEIA MAIS: Trump x Harvard: governo diz que irá cortar mais US$ 60 milhões porque a universidade 'falhou em combater o assédio antissemita' Avião aborta decolagem para evitar colisão em aeroporto de Nova York O crime Ritchie tinha 20 anos quando ele e outras pessoas roubaram uma van em Beech Grove, perto de Indianápolis. Durante uma perseguição a pé, ele atirou em Toney, matando-o. Na época, Ritchie estava em liberdade condicional por uma condenação de furto em 1998. Toney, de 31 anos, trabalhava na Polícia de Beech Grove havia dois anos. Era casado e pai de dois filhos. Foi o primeiro policial da pequena corporação a ser morto por arma de fogo em serviço. Familiares falaram em uma audiência de clemência na semana passada a favor da execução. “Está na hora. Estamos todos cansados”, disse Dee Dee Horen, viúva de Toney. “É hora de encerrar esse capítulo da minha história, da nossa história. É hora de lembrarmos de Bill, de sua vida, e não de sua morte.” Apelações contra a sentença de morte Os advogados de Ritchie tentaram reverter a sentença de morte, argumentando que sua defesa original foi ineficaz por não ter investigado e apresentado provas de que ele sofria de transtornos do espectro alcoólico fetal e de exposição ao chumbo na infância. Os advogados atuais afirmam que Ritchie sofria de “graves danos cerebrais” porque sua mãe abusou de álcool e drogas durante a gravidez, e que ele tinha dificuldades em tomar decisões. Ele também foi diagnosticado com transtorno bipolar em 2005. Defensores dos direitos das pessoas com deficiência argumentaram que os danos cerebrais de Ritchie deveriam tê-lo excluído da pena de morte. “Isso foi um desperdício insensato, doloroso e inútil de tempo e dinheiro”, disse Schutte, acrescentando que Ritchie não era mais “a mesma pessoa que cometeu aquele crime”. O procurador-geral Todd Rokita afirmou que a execução homenageou o “sacrifício de Toney pela comunidade”. O governador republicano Mike Braun rejeitou o pedido de clemência d

Mai 20, 2025 - 04:30
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Homem condenado por matar policial é executado em Indiana, nos EUA, com injeção letal

Essa é a segunda vez em 15 anos que o estado pratica a execução. Durante o procedimento, dezenas de apoiadores da pena de morte permaneceram do lado de fora da prisão. Homem acusado de matar policial em 2000 é executado no estado de Indiana, nos EUA Departamento de Correções de Indiana via AP Um homem do estado de Indiana, nos Estados Unidos, foi executado por injeção letal nesta terça-feira (20), na segunda execução realizada no estado em 15 anos. Ele foi condenado pelo assassinato de um policial em 2000. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Benjamin Ritchie, de 45 anos, estava no corredor da morte em Indiana desde 2002, quando foi condenado por matar o policial Bill Toney, da cidade de Beech Grove, durante uma perseguição a pé. Ele foi executado na Prisão Estadual de Indiana, em Michigan City, segundo autoridades do Departamento de Correções do estado. De acordo com um comunicado, o processo começou pouco depois da meia-noite, e Ritchie foi declarado morto às 0h46 — 1h46 no horário de Brasília. Sua última refeição foi do restaurante Olive Garden, e ele expressou amor, apoio e paz a seus amigos e familiares, conforme o comunicado. Segundo a legislação estadual, ele pôde escolher cinco testemunhas para sua execução, incluindo seu advogado Steve Schutte, que relatou ter tido uma visão limitada do processo. “Eu não consegui ver o rosto dele. Ele já estava deitado”, disse Schutte. “Ele se sentou, teve um espasmo, e depois se deitou novamente.” A execução foi realizada poucas horas após a Suprema Corte dos EUA recusar-se a aceitar o caso, esgotando todas as opções legais de Ritchie para contestar a pena de morte. Dezenas de pessoas — tanto defensores da pena de morte quanto apoiadores do policial Toney — permaneceram do lado de fora da prisão. Indiana retomou as execuções em dezembro após anos de interrupção devido à escassez de drogas usadas na injeção letal nos Estados Unidos. As autoridades prisionais divulgaram fotos da câmara de execução antes da execução de Joseph Corcoran, mostrando um espaço que se assemelha a uma sala de cirurgia, com uma maca, luzes fluorescentes e uma sala de observação adjacente. Desde então, poucas informações adicionais foram oferecidas. Entre os 27 estados que ainda têm leis de pena de morte, Indiana é um dos dois que proíbem a presença de jornalistas como testemunhas. O outro é o Wyoming, que realizou apenas uma execução nos últimos 50 anos. A Associated Press e outros veículos de imprensa entraram com um processo federal em Indiana exigindo o acesso da mídia, mas um juiz federal negou um pedido de liminar na semana passada que teria permitido aos jornalistas testemunhar a execução de Ritchie e as futuras. O juiz entendeu que barrar a imprensa não viola a Primeira Emenda nem trata os jornalistas de maneira desigual. A execução de Indiana é uma das 12 agendadas em oito estados este ano. A execução de Ritchie e outras duas no Texas e no Tennessee serão realizadas nesta semana. LEIA MAIS: Trump x Harvard: governo diz que irá cortar mais US$ 60 milhões porque a universidade 'falhou em combater o assédio antissemita' Avião aborta decolagem para evitar colisão em aeroporto de Nova York O crime Ritchie tinha 20 anos quando ele e outras pessoas roubaram uma van em Beech Grove, perto de Indianápolis. Durante uma perseguição a pé, ele atirou em Toney, matando-o. Na época, Ritchie estava em liberdade condicional por uma condenação de furto em 1998. Toney, de 31 anos, trabalhava na Polícia de Beech Grove havia dois anos. Era casado e pai de dois filhos. Foi o primeiro policial da pequena corporação a ser morto por arma de fogo em serviço. Familiares falaram em uma audiência de clemência na semana passada a favor da execução. “Está na hora. Estamos todos cansados”, disse Dee Dee Horen, viúva de Toney. “É hora de encerrar esse capítulo da minha história, da nossa história. É hora de lembrarmos de Bill, de sua vida, e não de sua morte.” Apelações contra a sentença de morte Os advogados de Ritchie tentaram reverter a sentença de morte, argumentando que sua defesa original foi ineficaz por não ter investigado e apresentado provas de que ele sofria de transtornos do espectro alcoólico fetal e de exposição ao chumbo na infância. Os advogados atuais afirmam que Ritchie sofria de “graves danos cerebrais” porque sua mãe abusou de álcool e drogas durante a gravidez, e que ele tinha dificuldades em tomar decisões. Ele também foi diagnosticado com transtorno bipolar em 2005. Defensores dos direitos das pessoas com deficiência argumentaram que os danos cerebrais de Ritchie deveriam tê-lo excluído da pena de morte. “Isso foi um desperdício insensato, doloroso e inútil de tempo e dinheiro”, disse Schutte, acrescentando que Ritchie não era mais “a mesma pessoa que cometeu aquele crime”. O procurador-geral Todd Rokita afirmou que a execução homenageou o “sacrifício de Toney pela comunidade”. O governador republicano Mike Braun rejeitou o pedido de clemência de Ritchie na semana passada, sem dar explicações. A Suprema Corte de Indiana negou um pedido para interromper a execução. Os advogados de Ritchie recorreram à Justiça federal, mas o pedido foi rejeitado. O Tribunal de Apelações do 7º Circuito manteve a decisão no domingo. Procuradora dos EUA quer pena de morte para acusado de matar CEO