Mais de 6 milhões de brasileiros precisam da cirurgia bariátrica para perder peso
Mais de 6 milhões de brasileiros precisam da cirurgia bariátrica para perder peso Reprodução/TV Globo Mais de 6 milhões de brasileiros precisam da cirurgia bariátrica para perder peso. A procura é tanta no sistema público de saúde que os médicos defendem a criação de uma fila única para melhorar o atendimento. Se dependesse só de laudos e encaminhamentos, a Cristiane já teria feito a cirurgia bariátrica. São sete anos de espera. Ela chegou a fazer os exames pré-operatórios, mas a cirurgia nunca foi marcada. Agora, ela entrou na Justiça, junto com outras pacientes de Três Pontas, em Minas Gerais. "A gente fica assim até meio depressiva sabe, meia para baixo. A gente ficou muito envolvida, fez planos a gente deixou de fazer coisas com as nossas famílias, viagens para poder seguir a dieta, para poder fazer tudo certinho e chegar no fim a gente não ter nem resposta", diz Cristiane Pedro, empregada doméstica. A cirurgia bariátrica é hoje o único tratamento para obesidade disponível na rede pública de saúde. O número de cirurgias no SUS até aumentou. Foram mais de 5 mil em 2024, alta de 25% em dois anos. Mas no acumulado de janeiro a setembro de 2025 houve uma queda de 14,5%, na comparação com o mesmo período de 2024. O Sistema Único de Saúde tem hoje 120 centros habilitados para fazer a bariátrica. A maioria está no Sul e no Sudeste. Só há cinco na Região Norte. O diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica defende a criação de uma fila única, semelhante à dos transplantes. Segundo ele, são mais de seis milhões de pacientes que precisam da cirurgia. "Eu acredito que a melhor situação que a gente teria era criar, como no transplante, de uma fila nacional para o paciente aí nós entenderemos realmente que tem muita gente que está morrendo sem ter um tratamento. Obesidade é uma doença séria e nós não estamos tratando com a seriedade que ela merece", afirma Luiz Vicente Berti, diretor da SBCBM e ex-presidente da SBCBM. A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade uma epidemia global. No Brasil, 68% das pessoas têm sobrepeso. E desse total, quase metade está obesa. A tendência é que esses números continuem aumentando. A Federação Mundial de Obesidade prevê que em 2030 mais de 119 milhões de brasileiros estarão acima do peso. O que acende um alerta para uma série de doenças, como as do coração, diabetes e câncer. O mais novo recurso para combater a obesidade ainda é muito caro: as chamadas canetas emagrecedoras. Mesmo assim, a OMS divulgou, agora em dezembro, uma nova diretriz que recomenda o uso prolongado desses medicamentos em adultos obesos. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS já tinha se manifestado sobre o tema. E não aprovou a inclusão das canetas na rede pública por causa do custo elevado: R$8 bilhões por ano. O presidente da Federação Mundial de Obesidade, Bruno Halpern, diz que a expectativa é que a nova diretriz da OMS leve à redução de preços. "A diretriz da OMS também tem como objetivo deixar claro para Governos, até pra indústria, de que esses remédios são importantes que a gente precisa de políticas públicas para acesso a eles, para que exista mais conversa e com isso possa se baixar o preço", explica. O Ministério da Saúde declarou que vem promovendo uma série de ações, com toda a estrutura pública e privada do país, incluindo mutirões, para atender quem precisa da cirurgia bariátrica.

Mais de 6 milhões de brasileiros precisam da cirurgia bariátrica para perder peso Reprodução/TV Globo Mais de 6 milhões de brasileiros precisam da cirurgia bariátrica para perder peso. A procura é tanta no sistema público de saúde que os médicos defendem a criação de uma fila única para melhorar o atendimento. Se dependesse só de laudos e encaminhamentos, a Cristiane já teria feito a cirurgia bariátrica. São sete anos de espera. Ela chegou a fazer os exames pré-operatórios, mas a cirurgia nunca foi marcada. Agora, ela entrou na Justiça, junto com outras pacientes de Três Pontas, em Minas Gerais. "A gente fica assim até meio depressiva sabe, meia para baixo. A gente ficou muito envolvida, fez planos a gente deixou de fazer coisas com as nossas famílias, viagens para poder seguir a dieta, para poder fazer tudo certinho e chegar no fim a gente não ter nem resposta", diz Cristiane Pedro, empregada doméstica. A cirurgia bariátrica é hoje o único tratamento para obesidade disponível na rede pública de saúde. O número de cirurgias no SUS até aumentou. Foram mais de 5 mil em 2024, alta de 25% em dois anos. Mas no acumulado de janeiro a setembro de 2025 houve uma queda de 14,5%, na comparação com o mesmo período de 2024. O Sistema Único de Saúde tem hoje 120 centros habilitados para fazer a bariátrica. A maioria está no Sul e no Sudeste. Só há cinco na Região Norte. O diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica defende a criação de uma fila única, semelhante à dos transplantes. Segundo ele, são mais de seis milhões de pacientes que precisam da cirurgia. "Eu acredito que a melhor situação que a gente teria era criar, como no transplante, de uma fila nacional para o paciente aí nós entenderemos realmente que tem muita gente que está morrendo sem ter um tratamento. Obesidade é uma doença séria e nós não estamos tratando com a seriedade que ela merece", afirma Luiz Vicente Berti, diretor da SBCBM e ex-presidente da SBCBM. A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade uma epidemia global. No Brasil, 68% das pessoas têm sobrepeso. E desse total, quase metade está obesa. A tendência é que esses números continuem aumentando. A Federação Mundial de Obesidade prevê que em 2030 mais de 119 milhões de brasileiros estarão acima do peso. O que acende um alerta para uma série de doenças, como as do coração, diabetes e câncer. O mais novo recurso para combater a obesidade ainda é muito caro: as chamadas canetas emagrecedoras. Mesmo assim, a OMS divulgou, agora em dezembro, uma nova diretriz que recomenda o uso prolongado desses medicamentos em adultos obesos. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS já tinha se manifestado sobre o tema. E não aprovou a inclusão das canetas na rede pública por causa do custo elevado: R$8 bilhões por ano. O presidente da Federação Mundial de Obesidade, Bruno Halpern, diz que a expectativa é que a nova diretriz da OMS leve à redução de preços. "A diretriz da OMS também tem como objetivo deixar claro para Governos, até pra indústria, de que esses remédios são importantes que a gente precisa de políticas públicas para acesso a eles, para que exista mais conversa e com isso possa se baixar o preço", explica. O Ministério da Saúde declarou que vem promovendo uma série de ações, com toda a estrutura pública e privada do país, incluindo mutirões, para atender quem precisa da cirurgia bariátrica.

