'Não era habitual chamar Moraes de professora', diz defesa do coronel Marcelo Câmara

Câmara foi denunciado pela PGR por tentativa de golpe de Estado e apresentou sua defesa ao STF na quinta-feira (6). Advogado disse que coronel não realizou monitoramento ilegal de Moraes e que usou fontes abertas para saber onde ministro do STF estava. O advogado de Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, disse que o coronel afirmou que "não era habitual chamar Moraes de professora". "Não era habitual chamar Moraes de 'professora'. Não tem outra coisa a não ser pedir desculpas por ter usado essa palavra". O termo "professora" para se referir ao ministro do STF, segundo Kuntz, foi utilizado foi Cid em uma conversa com Câmara, e que seu cliente apenas respondeu ao ex-ajudante. Ele ainda diz que Câmara, ao responder, não possuía o endereço de Moraes. "Ele responde apenas a cidade onde ele está, São Paulo, que era o que havia nas fontes abertas". O coronel, denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, não realizou monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizando "formas sofisticadas" e, sim, "realizando pesquisas na internet". "Câmara usou fontes abertas para monitorar Moraes. Ele usou a própria agenda aberta do ministro para saber onde ele estava. Ele usou pesquisas na internet, verificando não necessariamente a agenda oficial. Em momento algum esse monitoramento foi feito de forma sofisticada, como aponta o relatório da Polícia Federal (PF)", afirmou Kuntz ao Estudio i. Na quinta-feira (6), os advogados de Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) apresentaram sua defesa ao STF. As acusações estão ligadas à investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula (PT), então presidente eleito, em 2022. Kuntz, que disse que o termo "monitoramento" é errado e que o correto seria "acompanhamento", disse que Câmara o fez a mando de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O motivo do pedido era para saber onde Moraes estava porque o ex-presidente queria "um encontro pessoal e fora da agenda com Moraes para contar que iria viajar aos Estados Unidos". "O encontro não era oficial, não estava na agenda. Moraes não queria que fosse divulgado. Por conta disso, era necessário fazer um acompanhamento mais próximo, saber se estava na cidade, se estava livre, para saber se esse encontro [com Bolsonaro] aconteceria." Kuntz também negou que Câmara fará uma delação premiada. "Só faz delação quem é culpado de algo, assim como Mauro Cid o fez. Câmara sob hipótese alguma fará uma delação porque tem todo o interesse de esclarecer as coisas e não tem nada de errado nas suas ações."

Mar 7, 2025 - 16:30
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'Não era habitual chamar Moraes de professora', diz defesa do coronel Marcelo Câmara
Câmara foi denunciado pela PGR por tentativa de golpe de Estado e apresentou sua defesa ao STF na quinta-feira (6). Advogado disse que coronel não realizou monitoramento ilegal de Moraes e que usou fontes abertas para saber onde ministro do STF estava. O advogado de Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, disse que o coronel afirmou que "não era habitual chamar Moraes de professora". "Não era habitual chamar Moraes de 'professora'. Não tem outra coisa a não ser pedir desculpas por ter usado essa palavra". O termo "professora" para se referir ao ministro do STF, segundo Kuntz, foi utilizado foi Cid em uma conversa com Câmara, e que seu cliente apenas respondeu ao ex-ajudante. Ele ainda diz que Câmara, ao responder, não possuía o endereço de Moraes. "Ele responde apenas a cidade onde ele está, São Paulo, que era o que havia nas fontes abertas". O coronel, denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, não realizou monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizando "formas sofisticadas" e, sim, "realizando pesquisas na internet". "Câmara usou fontes abertas para monitorar Moraes. Ele usou a própria agenda aberta do ministro para saber onde ele estava. Ele usou pesquisas na internet, verificando não necessariamente a agenda oficial. Em momento algum esse monitoramento foi feito de forma sofisticada, como aponta o relatório da Polícia Federal (PF)", afirmou Kuntz ao Estudio i. Na quinta-feira (6), os advogados de Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) apresentaram sua defesa ao STF. As acusações estão ligadas à investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula (PT), então presidente eleito, em 2022. Kuntz, que disse que o termo "monitoramento" é errado e que o correto seria "acompanhamento", disse que Câmara o fez a mando de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O motivo do pedido era para saber onde Moraes estava porque o ex-presidente queria "um encontro pessoal e fora da agenda com Moraes para contar que iria viajar aos Estados Unidos". "O encontro não era oficial, não estava na agenda. Moraes não queria que fosse divulgado. Por conta disso, era necessário fazer um acompanhamento mais próximo, saber se estava na cidade, se estava livre, para saber se esse encontro [com Bolsonaro] aconteceria." Kuntz também negou que Câmara fará uma delação premiada. "Só faz delação quem é culpado de algo, assim como Mauro Cid o fez. Câmara sob hipótese alguma fará uma delação porque tem todo o interesse de esclarecer as coisas e não tem nada de errado nas suas ações."