O Conselho Deliberativo do Coritiba quer matar Renato Follador Jr. pela segunda vez
Entre as razões que obrigaram ao Coritiba FC a entregar-se a investidores estranhos à sua causa institucional, a mais relevante é a conduta do seu Conselho Deliberativo. É que com o tempo, foi incorporando-se à cultura do clube a sua absoluta falta de respeito àqueles que, bem ou mal, entregaram o seu ideal para comandá-los. Daí, […]
Entre as razões que obrigaram ao Coritiba FC a entregar-se a investidores estranhos à sua causa institucional, a mais relevante é a conduta do seu Conselho Deliberativo.
É que com o tempo, foi incorporando-se à cultura do clube a sua absoluta falta de respeito àqueles que, bem ou mal, entregaram o seu ideal para comandá-los. Daí, que certa vez escrevi que o Coritiba era vítima dos seus conselheiros de ocasião, isto é, vítima de si próprio.
E essa cultura continua sendo pregada.
O conselheiro Bryan Patrick da Silva Barros, vejam só, propôs e será deliberado neste dia 24 de novembro, a exclusão do nome de Renato Follador Junior, que identifica um setor localizado na curva Amâncio Mouro, no Estádio Couto Pereira.
Para ter-se a exata dimensão da violência da proposta é preciso imprimir uma breve recordação do recente passado do Coritiba.
Próximo da insolvência, a torcida do Coritiba recorreu a Renatinho Follador como a última esperança de salvar-se da humilhação da insolvência. Pressionado pela história do seu pai Renato, da sua família e da sua história de jogador e torcedor, Renatinho aceitou.
Em 2021, por recomendação médica na época da pandemia, retirou-se para Morretes. Com uma crise técnica, o Coritiba reclamou a sua volta. Renatinho contraiu o vírus COVID, foi internado em Campo Largo e não resistiu, alcançando o óbito. Quer dizer: Renato Follador Junior morreu pelo Coritiba.
A vida me ensinou que para respeitar uma pessoa não é necessário conhecê-la pessoalmente. Um simples ato pode ser o bastante para dar-lhe a qualidade do bom fazedor. Mas, também, para tratá-lo como portador de uma insensibilidade capaz de rasgar a história e provocar a morte de alguém pela segunda vez.
Aprovada a proposta, o Conselho Deliberativo do Coritiba, terá provocado a segunda morte do histórico Renato Follador Junior.
