Paciente aguarda há um ano por cirurgia após sofrer acidente e ter perna errada imobilizada em hospital: 'Indignação'

Maíra Vieira Coelho aguarda cirurgia no joelho há um ano TV Anhanguera/Reprodução Há um ano a diarista Maíra Vieira Coelho foi atropelada e precisou passar por uma cirurgia no joelho direito. No hospital, a perna errada foi imobilizada por engano e ela recebeu alta sem que o procedimento fosse realizado. Agora, devido ao problema no joelho, ela está com dificuldade para andar. "Estou com um sentimento de indignação mesmo, porque o que foi feito lá no Hospital Geral de Palmas foi toda essa perna que mobilizaram esse joelho [esquerdo], sendo que, na verdade, o que estava fraturado era esse [direito]. Eu questionei toda a vida sobre o meu joelho direito", contou em entrevista à TV Anhanguera. A Secretaria de Estado da Saúde informou que a paciente está na fila de espera por uma consulta com ortopedista e que o erro na imobilização do joelho está sendo analisado para que as medidas cabíveis sejam tomadas (veja nota completa abaixo). Veja os vídeos que estão em alta no g1 O acidente aconteceu em outubro de 2024, quando Maíra estava saindo de um supermercado e foi atropelada em Palmas. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento e depois transferida para o HGP. "Estava voltando de uma diária, aí eu parei no mercado para fazer uma comprinha. Eu estava vindo, quando um motorista de aplicativo passou e me atropelou. Desde então estou nessa angústia", explicou. LEIA TAMBÉM Operação investiga suspeita de 'fura-fila' e venda de cirurgias em hospital público do Tocantins Justiça condena líder e braço direito de grupo que usava aviões e submarino para o tráfico de drogas internacional Sem condições de pagar pelo procedimento e sem resposta do sistema público de saúde, a paciente decidiu recorrer à Justiça. O advogado que trabalha no caso, Gustavo Silva Santos, informou que um médico especialista havia classificado a situação de Maíra como urgente, mas que, mesmo assim, o caso dela foi tratado como eletivo. "O estado não apresenta nenhum tipo de justificativa. Em um atendimento que ela foi submetida no dia 27 de março, um médico especialista, um ortopedista classificou o caso dela como atendimento de emergência. O estado de Tocantins relegou esse tratamento dela como eletivo. Classificou como eletivo. Mesmo depois de um ano, depois dessa lesão, dessa fratura ter acontecido, de ela ter passado um período internada no HGP, ela não tem data para a realização dessa cirurgia", disse. Para Aline Albuquerque, membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), esses problemas podem ser evitados com o avanço na prevenção, capacitação de profissionais e transparência no atendimento. "Por meio de políticas de fomento do estímulo de políticas públicas, da educação dos profissionais, educação continuada para prevenção desses eventos adversos, de adoção nos hospitais de mecanismos, como dos protocolos relacionados à segurança do paciente, da própria conscientização dos pacientes sobre seus direitos", explicou. Íntegra da nota da Secretaria de Saúde A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida paciente consta, desde 09/2025, na fila da Central de Regulação Estadual, à espera de uma consulta em ortopedia e as equipes trabalham para o agendamento, conforme critério de avaliação médica, que prioriza os casos mais urgentes. A SES-TO destaca que mediante o relato de equívoco no procedimento, já determinou à unidade hospitalar que verifique o caso e tome as medidas cabíveis. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

Nov 5, 2025 - 05:30
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Paciente aguarda há um ano por cirurgia após sofrer acidente e ter perna errada imobilizada em hospital: 'Indignação'

Maíra Vieira Coelho aguarda cirurgia no joelho há um ano TV Anhanguera/Reprodução Há um ano a diarista Maíra Vieira Coelho foi atropelada e precisou passar por uma cirurgia no joelho direito. No hospital, a perna errada foi imobilizada por engano e ela recebeu alta sem que o procedimento fosse realizado. Agora, devido ao problema no joelho, ela está com dificuldade para andar. "Estou com um sentimento de indignação mesmo, porque o que foi feito lá no Hospital Geral de Palmas foi toda essa perna que mobilizaram esse joelho [esquerdo], sendo que, na verdade, o que estava fraturado era esse [direito]. Eu questionei toda a vida sobre o meu joelho direito", contou em entrevista à TV Anhanguera. A Secretaria de Estado da Saúde informou que a paciente está na fila de espera por uma consulta com ortopedista e que o erro na imobilização do joelho está sendo analisado para que as medidas cabíveis sejam tomadas (veja nota completa abaixo). Veja os vídeos que estão em alta no g1 O acidente aconteceu em outubro de 2024, quando Maíra estava saindo de um supermercado e foi atropelada em Palmas. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento e depois transferida para o HGP. "Estava voltando de uma diária, aí eu parei no mercado para fazer uma comprinha. Eu estava vindo, quando um motorista de aplicativo passou e me atropelou. Desde então estou nessa angústia", explicou. LEIA TAMBÉM Operação investiga suspeita de 'fura-fila' e venda de cirurgias em hospital público do Tocantins Justiça condena líder e braço direito de grupo que usava aviões e submarino para o tráfico de drogas internacional Sem condições de pagar pelo procedimento e sem resposta do sistema público de saúde, a paciente decidiu recorrer à Justiça. O advogado que trabalha no caso, Gustavo Silva Santos, informou que um médico especialista havia classificado a situação de Maíra como urgente, mas que, mesmo assim, o caso dela foi tratado como eletivo. "O estado não apresenta nenhum tipo de justificativa. Em um atendimento que ela foi submetida no dia 27 de março, um médico especialista, um ortopedista classificou o caso dela como atendimento de emergência. O estado de Tocantins relegou esse tratamento dela como eletivo. Classificou como eletivo. Mesmo depois de um ano, depois dessa lesão, dessa fratura ter acontecido, de ela ter passado um período internada no HGP, ela não tem data para a realização dessa cirurgia", disse. Para Aline Albuquerque, membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), esses problemas podem ser evitados com o avanço na prevenção, capacitação de profissionais e transparência no atendimento. "Por meio de políticas de fomento do estímulo de políticas públicas, da educação dos profissionais, educação continuada para prevenção desses eventos adversos, de adoção nos hospitais de mecanismos, como dos protocolos relacionados à segurança do paciente, da própria conscientização dos pacientes sobre seus direitos", explicou. Íntegra da nota da Secretaria de Saúde A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida paciente consta, desde 09/2025, na fila da Central de Regulação Estadual, à espera de uma consulta em ortopedia e as equipes trabalham para o agendamento, conforme critério de avaliação médica, que prioriza os casos mais urgentes. A SES-TO destaca que mediante o relato de equívoco no procedimento, já determinou à unidade hospitalar que verifique o caso e tome as medidas cabíveis. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.