Paraibano gera, em média, 1,1 kg de lixo por dia, aponta levantamento
Paraibano gera, em média, 1.1 kg de lixo por dia, aponta levantamento Reprodução/TV Cabo Branco O paraibano gera, em média, 1,11 quilos de lixo por dia. O dado é do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), levantamos e analisados pelo Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação. Parece pouco, mas quando isso é descartado por uma cidade inteira, fica tudo muito maior. Em 2024, casas e estabelecimentos de João Pessoa produziram mais de 295 mil toneladas de resíduos, conforme dados da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur). A engenheira ambiental Carla Silva explica que resíduos são esses. “Nós temos o resíduo sólido urbano, que é esse lixo que a gente produz em casa, na cozinha, no banheiro. Temos também resíduos industriais, que são produzidos por grandes empresas, grandes indústrias. E temos resíduos gerados em grandes geradores, como grandes supermercados, shopping centers”, detalha. E para onde vão os resíduos gerados? Na Paraíba, 88% da população é coberta com a coleta de lixo na rua: 97,1% da população urbana e 53% da população rural, o que significa que 12% da população da Paraíba não tem coleta regular de lixo. Material descartado e coletado em João Pessoa e outras dez cidades da Paraíba é levado para um aterro sanitário, chamado de “Ecoparque” Reprodução/TV Cabo Branco O material descartado e coletado em João Pessoa e outras dez cidades da Paraíba é levado para um aterro sanitário, chamado de “Ecoparque”, que funciona por 24 horas, todos os dias. “A gente denomina Ecoparque porque não é só uma disposição final de resíduos. A gente agrega outras tecnologias para fazer o tratamento tanto da parcela que é decomposta da matéria orgânica, da disposição de resíduos, como outros tipos de resíduos. Então, Ecoparque é esse conjunto de tecnologias agregadas aqui dentro da nossa unidade”, explica o gerente regional do aterro, Ramon Brant. A localização é estratégica: fica a meia hora do Centro da capital, em uma área não habitada. A administração é feita por uma empresa privada, por meio de concessão, em uma área de 105 hectares, o equivalente a 150 campos de futebol. Os resíduos acumulados no local viram energia elétrica, que abastece até 13 mil casas por dia. Ramon Brant detalha o caminho percorrido pelo lixo até virar energia. “Você tem uma parcela desse resíduo que é matéria orgânica. Então essa matéria orgânica, ela realiza uma decomposição e, dessa composição, ela gera tanto o chorume, que é um resíduo líquido dessa decomposição, como o biogás, que é o resíduo gasoso dessa composição da matéria orgânica. O chorume, ele vai para a nossa estação de tratamento, o chorume, aqui, internamente, e o biogás, ele vem aqui para a usina de geração de energia elétrica”, enfatiza. Lixão do Róger Aline Oliveira/g1 Por muito tempo, muitas cidades não tinham um local como esse. Tudo era despejado nos chamados ‘lixões’. Em João Pessoa, por 45 anos, existiu o “Lixão do Róger”, uma realidade muito comum em toda a Paraíba. “No levantamento que foi feito, nós tínhamos 86% do estado tomados por lixões a céu aberto, que implica no comprometimento da saúde pública, no princípio da dignidade da pessoa humana, além de todos os impactos ambientais desse desses resíduos a céu aberto”, reforça a promotora de Justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Cláudia Cabral. No fim do ano passado, todas as cidades encerraram os seus lixões. Agora, o desafio é outro. “Hoje, nós estamos com 100% dos municípios sem lixões a céu aberto? Hoje eu já lhe digo que não, porque a gente já percebeu e já tem denúncias de alguns municípios com os lixões voltando. Nós vamos buscar também a implantação não só da regularização dos aterros sanitários, mas para chegar no aterro sanitário, o material tem um caminho percorrido. E esse caminho percorrido precisa ser observado, que é quando a gente se refere à política da coleta seletiva”, ressalta a promotora Cláudia Cabral. Em 2024, a Paraíba caiu nove posições em relação ao ano anterior e está em 20º lugar no ranking de reciclagem do país, de acordo com o Ranking de Competitividade. Apenas 3,6% da população paraibana tem acesso à coleta seletiva. Lixão do Róger, em João Pessoa Reprodução/TV Cabo Branco Consciência por meio da educação A consciência sobre a separação dos resíduos começa pela educação. É com essa proposta que a Escola Estadual Bráulio Maia Júnior, em Campina Grande, desenvolve o projeto “Recicla: Educação ambiental começa na base”, trazendo uma solução para tanto resíduo produzido e descartado em nosso estado. A estudante Maíza Gabriela da Silva participa do projeto e explica como funcionam os coletores. “Eu atuo principalmente na mobilização dos estudantes e no diálogo com outras instituições e também na coordenação do sistema das ‘waste drops’, que são essas caixinhas que ficam em cada sala de aula. A gente faz uma triagem depois que a gente leva para a Associação de Catadores da Arenza, que são os nossos principais parceir


Paraibano gera, em média, 1.1 kg de lixo por dia, aponta levantamento Reprodução/TV Cabo Branco O paraibano gera, em média, 1,11 quilos de lixo por dia. O dado é do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), levantamos e analisados pelo Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação. Parece pouco, mas quando isso é descartado por uma cidade inteira, fica tudo muito maior. Em 2024, casas e estabelecimentos de João Pessoa produziram mais de 295 mil toneladas de resíduos, conforme dados da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur). A engenheira ambiental Carla Silva explica que resíduos são esses. “Nós temos o resíduo sólido urbano, que é esse lixo que a gente produz em casa, na cozinha, no banheiro. Temos também resíduos industriais, que são produzidos por grandes empresas, grandes indústrias. E temos resíduos gerados em grandes geradores, como grandes supermercados, shopping centers”, detalha. E para onde vão os resíduos gerados? Na Paraíba, 88% da população é coberta com a coleta de lixo na rua: 97,1% da população urbana e 53% da população rural, o que significa que 12% da população da Paraíba não tem coleta regular de lixo. Material descartado e coletado em João Pessoa e outras dez cidades da Paraíba é levado para um aterro sanitário, chamado de “Ecoparque” Reprodução/TV Cabo Branco O material descartado e coletado em João Pessoa e outras dez cidades da Paraíba é levado para um aterro sanitário, chamado de “Ecoparque”, que funciona por 24 horas, todos os dias. “A gente denomina Ecoparque porque não é só uma disposição final de resíduos. A gente agrega outras tecnologias para fazer o tratamento tanto da parcela que é decomposta da matéria orgânica, da disposição de resíduos, como outros tipos de resíduos. Então, Ecoparque é esse conjunto de tecnologias agregadas aqui dentro da nossa unidade”, explica o gerente regional do aterro, Ramon Brant. A localização é estratégica: fica a meia hora do Centro da capital, em uma área não habitada. A administração é feita por uma empresa privada, por meio de concessão, em uma área de 105 hectares, o equivalente a 150 campos de futebol. Os resíduos acumulados no local viram energia elétrica, que abastece até 13 mil casas por dia. Ramon Brant detalha o caminho percorrido pelo lixo até virar energia. “Você tem uma parcela desse resíduo que é matéria orgânica. Então essa matéria orgânica, ela realiza uma decomposição e, dessa composição, ela gera tanto o chorume, que é um resíduo líquido dessa decomposição, como o biogás, que é o resíduo gasoso dessa composição da matéria orgânica. O chorume, ele vai para a nossa estação de tratamento, o chorume, aqui, internamente, e o biogás, ele vem aqui para a usina de geração de energia elétrica”, enfatiza. Lixão do Róger Aline Oliveira/g1 Por muito tempo, muitas cidades não tinham um local como esse. Tudo era despejado nos chamados ‘lixões’. Em João Pessoa, por 45 anos, existiu o “Lixão do Róger”, uma realidade muito comum em toda a Paraíba. “No levantamento que foi feito, nós tínhamos 86% do estado tomados por lixões a céu aberto, que implica no comprometimento da saúde pública, no princípio da dignidade da pessoa humana, além de todos os impactos ambientais desse desses resíduos a céu aberto”, reforça a promotora de Justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Cláudia Cabral. No fim do ano passado, todas as cidades encerraram os seus lixões. Agora, o desafio é outro. “Hoje, nós estamos com 100% dos municípios sem lixões a céu aberto? Hoje eu já lhe digo que não, porque a gente já percebeu e já tem denúncias de alguns municípios com os lixões voltando. Nós vamos buscar também a implantação não só da regularização dos aterros sanitários, mas para chegar no aterro sanitário, o material tem um caminho percorrido. E esse caminho percorrido precisa ser observado, que é quando a gente se refere à política da coleta seletiva”, ressalta a promotora Cláudia Cabral. Em 2024, a Paraíba caiu nove posições em relação ao ano anterior e está em 20º lugar no ranking de reciclagem do país, de acordo com o Ranking de Competitividade. Apenas 3,6% da população paraibana tem acesso à coleta seletiva. Lixão do Róger, em João Pessoa Reprodução/TV Cabo Branco Consciência por meio da educação A consciência sobre a separação dos resíduos começa pela educação. É com essa proposta que a Escola Estadual Bráulio Maia Júnior, em Campina Grande, desenvolve o projeto “Recicla: Educação ambiental começa na base”, trazendo uma solução para tanto resíduo produzido e descartado em nosso estado. A estudante Maíza Gabriela da Silva participa do projeto e explica como funcionam os coletores. “Eu atuo principalmente na mobilização dos estudantes e no diálogo com outras instituições e também na coordenação do sistema das ‘waste drops’, que são essas caixinhas que ficam em cada sala de aula. A gente faz uma triagem depois que a gente leva para a Associação de Catadores da Arenza, que são os nossos principais parceiros, fazendo as pessoas refletirem muito mais sobre as questões ambientais, as práticas da coleta seletiva”, observa a estudante. O projeto, inclusive, já recebeu prêmios nacionais, a exemplo do 2º lugar do Prêmio Educadores do Ano. O Prêmio, promovido pela Unifacisa e Fundação Pedro Américo, visa celebrar e incentivar práticas pedagógicas que se destacam pela inovação e qualidade. Escola Estadual Bráulio Maia Júnior, em Campina Grande Reprodução/TV Cabo Branco A coleta de resíduos é uma responsabilidade de todos nós e pode contribuir para a preservação do meio ambiente, para a melhoria da qualidade de vida e para a construção de um futuro mais sustentável para as próximas gerações. “Esses dias, nas nossas palestras, nas nossas conferências que a gente participa, a gente percebeu que ela não só começa na base, mas como ela precisa começar na base. Por quê? É muito mais fácil você ensinar algo para uma criança, ensinar algo para um adolescente que ainda está nessa fase de uma formação cidadã do que para um adulto, para um idoso que já tem algo na mente deles. Então, tudo que a gente faz hoje para os que estão na base vai refletir no nosso amanhã, na nossa futura geração”, reflete a estudante Maíza Gabriela. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba