Polícia do RJ confirma que traumas de queda mataram Juliana Marins, mas não descarta agonia antes da morte

Laudo aponta politraumatismo como causa da morte e admite possibilidade de sofrimento físico e psíquico antes do óbito. Juliana Marins Divulgação A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que a estudante Juliana Marins, de 22 anos, morreu em decorrência de múltiplos traumas causados por uma queda de altura. O laudo pericial do Instituto Médico-Legal (IML), elaborado com base no exame cadavérico, concluiu que a causa imediata foi hemorragia interna provocada por lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com impacto de alta energia cinética. Uma perícia já tinha sido feita na Indonésia, que apontava que a estudante morreu 20 minutos após uma queda e não teve hipotermia. Não ficou claro, entretanto, quando ocorreu esta queda. O corpo de Juliana foi encontrado quatro dias depois que ela caiu drante uma trilha no país asiático. Apesar de indicar que os ferimentos seriam, por si sós, letais em curto prazo, os peritos não descartam a possibilidade de um período agonal — intervalo de sofrimento físico e psíquico antes da morte efetiva. “Pode ter havido um período agonal antes da queda fatal, gerando sofrimento físico e psíquico, com intenso estresse endócrino, metabólico e imunológico ao trauma”, destaca um trecho do laudo. A estimativa exata do horário da morte foi considerada prejudicada devido às condições em que o corpo chegou ao IML, já embalsamado. A perícia também aponta que não é possível afirmar com segurança se houve outras quedas, mas confirma que os ferimentos são compatíveis com um único impacto de grande intensidade, que comprometeu órgãos vitais e estruturas como crânio, tórax, abdome, pelve, membros e coluna. Embora o exame não tenha identificado sinais de violência física anterior à queda — como contenção, luta ou tortura —, foram observadas marcas que indicam deslocamento do corpo após o impacto, possivelmente causadas pela inclinação do terreno. O tempo estimado de sobrevida após os ferimentos é de 10 a 15 minutos, mesmo que sem possibilidade de locomoção ou reação eficaz. O laudo também considera que fatores como estresse extremo, isolamento e ambiente hostil podem ter contribuído para a desorientação da vítima, dificultando sua capacidade de tomar decisões antes da queda. Foram identificadas lesões musculares e ressecamento nos olhos, mas não houve sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de drogas ilícitas. Apenas a substância venlafaxina — um antidepressivo — foi detectada, e exames toxicológicos complementares estão em andamento. Treze dias depois da morte, o corpo de Juliana Marins foi enterrado hoje, em Niterói

Jul 8, 2025 - 21:30
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Polícia do RJ confirma que traumas de queda mataram Juliana Marins, mas não descarta agonia antes da morte

Laudo aponta politraumatismo como causa da morte e admite possibilidade de sofrimento físico e psíquico antes do óbito. Juliana Marins Divulgação A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que a estudante Juliana Marins, de 22 anos, morreu em decorrência de múltiplos traumas causados por uma queda de altura. O laudo pericial do Instituto Médico-Legal (IML), elaborado com base no exame cadavérico, concluiu que a causa imediata foi hemorragia interna provocada por lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com impacto de alta energia cinética. Uma perícia já tinha sido feita na Indonésia, que apontava que a estudante morreu 20 minutos após uma queda e não teve hipotermia. Não ficou claro, entretanto, quando ocorreu esta queda. O corpo de Juliana foi encontrado quatro dias depois que ela caiu drante uma trilha no país asiático. Apesar de indicar que os ferimentos seriam, por si sós, letais em curto prazo, os peritos não descartam a possibilidade de um período agonal — intervalo de sofrimento físico e psíquico antes da morte efetiva. “Pode ter havido um período agonal antes da queda fatal, gerando sofrimento físico e psíquico, com intenso estresse endócrino, metabólico e imunológico ao trauma”, destaca um trecho do laudo. A estimativa exata do horário da morte foi considerada prejudicada devido às condições em que o corpo chegou ao IML, já embalsamado. A perícia também aponta que não é possível afirmar com segurança se houve outras quedas, mas confirma que os ferimentos são compatíveis com um único impacto de grande intensidade, que comprometeu órgãos vitais e estruturas como crânio, tórax, abdome, pelve, membros e coluna. Embora o exame não tenha identificado sinais de violência física anterior à queda — como contenção, luta ou tortura —, foram observadas marcas que indicam deslocamento do corpo após o impacto, possivelmente causadas pela inclinação do terreno. O tempo estimado de sobrevida após os ferimentos é de 10 a 15 minutos, mesmo que sem possibilidade de locomoção ou reação eficaz. O laudo também considera que fatores como estresse extremo, isolamento e ambiente hostil podem ter contribuído para a desorientação da vítima, dificultando sua capacidade de tomar decisões antes da queda. Foram identificadas lesões musculares e ressecamento nos olhos, mas não houve sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de drogas ilícitas. Apenas a substância venlafaxina — um antidepressivo — foi detectada, e exames toxicológicos complementares estão em andamento. Treze dias depois da morte, o corpo de Juliana Marins foi enterrado hoje, em Niterói