Sobretaxa dos EUA: exportadores brasileiros projetam prejuízos bilionários e pedem ajuda ao governo

Sobretaxa dos EUA: exportadores brasileiros projetam prejuízos bilionários e pedem ajuda ao governo Reprodução/TV Globo Os exportadores brasileiros em geral estão aflitos e pedem ajuda. A Confederação Nacional da Indústria afirmou que a medida imposta pelo governo americano compromete cadeias produtivas, reduz a produção, ameaça empregos e investimentos e contratos de longo prazo. A CNI considera que não há justificativa técnica ou econômica para o tarifaço. Mas, assim como outros setores, defende que não é o momento de o Brasil retaliar, mas sim de buscar soluções diplomáticas, negociar para convencer o governo americano de que a medida é ruim para os dois lados. A CNI propôs ao governo uma série de medidas para atenuar os efeitos da sobretaxa. Entre elas: Financiamento emergencial do BNDES para garantir capital de giro a empresas afetadas. A prorrogação do prazo para o pagamento de financiamentos do comércio exterior. O adiamento do pagamento de todos os impostos federais, inclusive contribuições previdenciárias, e depois a quitação parcelada em no mínimo seis meses, sem multa ou juros. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção disse que, à exceção dos cordéis de sisal, todos os produtos do setor serão sobretaxados. Por isso, considera essencial que o governo federal e os estaduais adotem medidas emergenciais para mitigar os efeitos sobre produção e emprego. Mesmo setores beneficiados com exceções — como o do alumínio — serão afetados. A Associação Brasileira do Alumínio disse que um terço das exportações ainda está sujeito ao tarifaço, o que, segundo a Abal, tornará inviável o acesso de vários produtos ao mercado americano. Os prejuízos totais ao setor poderão alcançar mais de R$ 1 bilhão até o final do ano. O setor de carnes, que não escapou do tarifaço, considera que a medida torna inviável o comércio com os Estados Unidos, mas espera reverter a medida. "As conversas continuarão, essa é a promessa do governo brasileiro, e a gente tem expectativa que essas conversas deem resultado num prazo mais rápido possível, pra que a gente possa retomar esse fluxo comercial", diz Roberto Peroso, presidente da Abiec. O setor da indústria de plástico estima uma perda de R$ 2 bilhões de reais com a sobretaxa. "O momento agora é de ter calma, é de ter uma estratégia de negociação, é de ter foco nessa negociação, para que a gente consiga colocar o máximo possível de produtos, principalmente aqueles mais relevantes, na tarifa de 10%, para que retorne para 10%. Nós precisamos também, em paralelo, ter um projeto de ações, uma sequência de ações para as empresas que vão ficar mais sacrificadas, elas vão ter um problema de fluxo de caixa, então tem que dar crédito pra essas empresas", comenta José Ricardo Roriz, presidente do conselho da Abiplast. LEIA TAMBÉM: CNI projeta impactos do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos no Amazonas Tarifaço de Trump: veja a íntegra do decreto que impõe tarifa de 50% ao Brasil

Jul 31, 2025 - 21:00
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Sobretaxa dos EUA: exportadores brasileiros projetam prejuízos bilionários e pedem ajuda ao governo

Sobretaxa dos EUA: exportadores brasileiros projetam prejuízos bilionários e pedem ajuda ao governo Reprodução/TV Globo Os exportadores brasileiros em geral estão aflitos e pedem ajuda. A Confederação Nacional da Indústria afirmou que a medida imposta pelo governo americano compromete cadeias produtivas, reduz a produção, ameaça empregos e investimentos e contratos de longo prazo. A CNI considera que não há justificativa técnica ou econômica para o tarifaço. Mas, assim como outros setores, defende que não é o momento de o Brasil retaliar, mas sim de buscar soluções diplomáticas, negociar para convencer o governo americano de que a medida é ruim para os dois lados. A CNI propôs ao governo uma série de medidas para atenuar os efeitos da sobretaxa. Entre elas: Financiamento emergencial do BNDES para garantir capital de giro a empresas afetadas. A prorrogação do prazo para o pagamento de financiamentos do comércio exterior. O adiamento do pagamento de todos os impostos federais, inclusive contribuições previdenciárias, e depois a quitação parcelada em no mínimo seis meses, sem multa ou juros. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção disse que, à exceção dos cordéis de sisal, todos os produtos do setor serão sobretaxados. Por isso, considera essencial que o governo federal e os estaduais adotem medidas emergenciais para mitigar os efeitos sobre produção e emprego. Mesmo setores beneficiados com exceções — como o do alumínio — serão afetados. A Associação Brasileira do Alumínio disse que um terço das exportações ainda está sujeito ao tarifaço, o que, segundo a Abal, tornará inviável o acesso de vários produtos ao mercado americano. Os prejuízos totais ao setor poderão alcançar mais de R$ 1 bilhão até o final do ano. O setor de carnes, que não escapou do tarifaço, considera que a medida torna inviável o comércio com os Estados Unidos, mas espera reverter a medida. "As conversas continuarão, essa é a promessa do governo brasileiro, e a gente tem expectativa que essas conversas deem resultado num prazo mais rápido possível, pra que a gente possa retomar esse fluxo comercial", diz Roberto Peroso, presidente da Abiec. O setor da indústria de plástico estima uma perda de R$ 2 bilhões de reais com a sobretaxa. "O momento agora é de ter calma, é de ter uma estratégia de negociação, é de ter foco nessa negociação, para que a gente consiga colocar o máximo possível de produtos, principalmente aqueles mais relevantes, na tarifa de 10%, para que retorne para 10%. Nós precisamos também, em paralelo, ter um projeto de ações, uma sequência de ações para as empresas que vão ficar mais sacrificadas, elas vão ter um problema de fluxo de caixa, então tem que dar crédito pra essas empresas", comenta José Ricardo Roriz, presidente do conselho da Abiplast. LEIA TAMBÉM: CNI projeta impactos do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos no Amazonas Tarifaço de Trump: veja a íntegra do decreto que impõe tarifa de 50% ao Brasil