Bandas de forró resgatam apelo nostálgico dos anos 1990 e fazem sucesso entre gerações no São João de Campina Grande: ‘forró das antigas está bem atual’
Vocalistas das bandas Limão com Mel, Cavalo de Pau e Mastruz com Leite, que se apresentaram neste domingo (15) no São João de Campina Grande, comentaram sobre o movimento de resgate das músicas de forró dos anos 1990 e sobre o interesse dos jovens nos sucessos do passado. Banda Cavalo de Pau no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 O Parque do Povo, em Campina Grande, viveu, na noite deste domingo (15), um daqueles momentos que misturam saudade, emoção e redescoberta. Apostando em sucessos que marcaram o forró romântico dos anos 1990, as bandas Limão com Mel, Mastruz com Leite e Cavalo de Pau transformaram o palco principal do São João de Campina Grande em uma máquina do tempo, com o detalhe de que grande parte do público eram jovens que nem eram nascidos quando essas músicas estouraram. Confira a programação do São João 2025 de Campina Grande Saiba tudo sobre as festas juninas na Paraíba São João 2025 na Rede Paraíba: cobertura tem programas, jornais e vários conteúdos especiais As atrações da noite deste domingo (15) foram três das principais representantes do chamado “forró eletrônico”, estilo musical que ganhou força a partir dos anos 1990 e consolidou as bandas Limão com Mel, Mastruz com Leite e Cavalo de Pau no cenário nordestino. A banda Mastruz com Leite, inclusive, retornou ao São João de Campina Grande após vários anos longe do evento. “Hoje, o forró das antigas está bem atual”, pontuou Eliane Fernandes, vocalista da banda Cavalo de Pau. Com repertórios marcados por temáticas românticas e forte presença de instrumentos como teclado, guitarra e bateria eletrônica, esses grupos ajudaram a popularizar uma nova vertente do forró, que passou a ocupar espaços de grande visibilidade no circuito musical da época. No São João 2025 de Campina Grande, essas mesmas bandas retornaram ao palco principal com apresentações focadas justamente nos sucessos que moldaram esse período. Limão com Mel, que subiu ao palco no início da madrugada desta segunda-feira (16), trouxe no repertório canções como “Toma conta de mim”, “Anjo querubim” e “De janeiro a janeiro”. A banda Mastruz com Leite apresentou sucessos como “Saga de um vaqueiro” e “Razões”, enquanto Cavalo de Pau mostrou ao público os clássicos como “Sede de te amar” e “Passos na areia”, que marcaram sua trajetória. O que se viu no Parque do Povo refletiu um fenômeno que vem ganhando espaço num recorte de tempo recente: a redescoberta do chamado “forró das antigas”. É um movimento que tem reconectado artistas às origens de suas carreiras e reacendido o interesse por composições que foram sucesso nas décadas de 1990 e 2000. Este resgate tem aparecido em projetos autorais, como o “Bem-vindo ao meu mundo”, de Wesley Safadão, e a turnê “O Forró é Pop”, de Xand Avião, ambos com destaque no São João 2025. A visão das bandas tradicionais de forró sobre essa revisitação aos sucessos do passado é de que o movimento contribui para manter o gênero vivo, resgatando a memória afetiva do público mais velho e, ao mesmo tempo, despertando o interesse de quem está tendo contato com essas canções pela primeira vez. “Eu acredito que sejam as letras que falam de amor e o amor nunca passa. O sertão também, pois falamos muito também de sertão. Essas coisas nunca passarão. Por isso que voltou muito o forró [das antigas], a gente está vendo aí muitos artistas regravando músicas do forró Cavalo de Pau, do Mastruz com Leite, então a gente está feliz demais porque tornam as músicas ainda mais atemporais”, explicou a vocalista Tayla Lima, da Cavalo de Pau. Segundo os integrantes da banda Cavalo de Pau, que se apresentaram neste domingo (15), o acolhimento do público mais jovem tem surpreendido positivamente. Muitos fãs conhecem as letras, interagem com as canções e demonstram identificação com histórias e melodias que atravessaram gerações. “É verdadeiramente emocionante. Eu já venho há 15 anos na banda Cavalo de Pau, e é emocionante porque você vê muitos jovens cantando, curtindo, dançando, e é uma gratidão. A gente tem de agradecer aos pais e aos avós que vem passando [a música da Cavalo de Pau] de geração em geração. Sem falar, também, das redes sociais, que hoje tem um peso enorme, e quando no TikTok, Instagram, e com isso vem resgatando muitos sucessos que até então muitos não conhecem publicamente, mas nas redes sociais vem se tornando muito mais forte, mais viral, e com isso a gente vem trazendo outras gerações, que também além da telinha do celular vem ao show curtir ao vivo”, comentou Eliane Fernandes, vocalista da banda Cavalo de Pau. Adma Andrade, vocalista da banda Limão com Mel, no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 A escolha de incluir sucessos do passado no repertório, segundo os artistas, também atende a um apelo popular. O público tem demonstrado desejo por esse reencontro musical, e as festas juninas, especialmente o São João de Campina Grande, se tornaram vitrines privilegiadas para isso. “Eu tenho um grande amigo que é um dos precurs


Vocalistas das bandas Limão com Mel, Cavalo de Pau e Mastruz com Leite, que se apresentaram neste domingo (15) no São João de Campina Grande, comentaram sobre o movimento de resgate das músicas de forró dos anos 1990 e sobre o interesse dos jovens nos sucessos do passado. Banda Cavalo de Pau no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 O Parque do Povo, em Campina Grande, viveu, na noite deste domingo (15), um daqueles momentos que misturam saudade, emoção e redescoberta. Apostando em sucessos que marcaram o forró romântico dos anos 1990, as bandas Limão com Mel, Mastruz com Leite e Cavalo de Pau transformaram o palco principal do São João de Campina Grande em uma máquina do tempo, com o detalhe de que grande parte do público eram jovens que nem eram nascidos quando essas músicas estouraram. Confira a programação do São João 2025 de Campina Grande Saiba tudo sobre as festas juninas na Paraíba São João 2025 na Rede Paraíba: cobertura tem programas, jornais e vários conteúdos especiais As atrações da noite deste domingo (15) foram três das principais representantes do chamado “forró eletrônico”, estilo musical que ganhou força a partir dos anos 1990 e consolidou as bandas Limão com Mel, Mastruz com Leite e Cavalo de Pau no cenário nordestino. A banda Mastruz com Leite, inclusive, retornou ao São João de Campina Grande após vários anos longe do evento. “Hoje, o forró das antigas está bem atual”, pontuou Eliane Fernandes, vocalista da banda Cavalo de Pau. Com repertórios marcados por temáticas românticas e forte presença de instrumentos como teclado, guitarra e bateria eletrônica, esses grupos ajudaram a popularizar uma nova vertente do forró, que passou a ocupar espaços de grande visibilidade no circuito musical da época. No São João 2025 de Campina Grande, essas mesmas bandas retornaram ao palco principal com apresentações focadas justamente nos sucessos que moldaram esse período. Limão com Mel, que subiu ao palco no início da madrugada desta segunda-feira (16), trouxe no repertório canções como “Toma conta de mim”, “Anjo querubim” e “De janeiro a janeiro”. A banda Mastruz com Leite apresentou sucessos como “Saga de um vaqueiro” e “Razões”, enquanto Cavalo de Pau mostrou ao público os clássicos como “Sede de te amar” e “Passos na areia”, que marcaram sua trajetória. O que se viu no Parque do Povo refletiu um fenômeno que vem ganhando espaço num recorte de tempo recente: a redescoberta do chamado “forró das antigas”. É um movimento que tem reconectado artistas às origens de suas carreiras e reacendido o interesse por composições que foram sucesso nas décadas de 1990 e 2000. Este resgate tem aparecido em projetos autorais, como o “Bem-vindo ao meu mundo”, de Wesley Safadão, e a turnê “O Forró é Pop”, de Xand Avião, ambos com destaque no São João 2025. A visão das bandas tradicionais de forró sobre essa revisitação aos sucessos do passado é de que o movimento contribui para manter o gênero vivo, resgatando a memória afetiva do público mais velho e, ao mesmo tempo, despertando o interesse de quem está tendo contato com essas canções pela primeira vez. “Eu acredito que sejam as letras que falam de amor e o amor nunca passa. O sertão também, pois falamos muito também de sertão. Essas coisas nunca passarão. Por isso que voltou muito o forró [das antigas], a gente está vendo aí muitos artistas regravando músicas do forró Cavalo de Pau, do Mastruz com Leite, então a gente está feliz demais porque tornam as músicas ainda mais atemporais”, explicou a vocalista Tayla Lima, da Cavalo de Pau. Segundo os integrantes da banda Cavalo de Pau, que se apresentaram neste domingo (15), o acolhimento do público mais jovem tem surpreendido positivamente. Muitos fãs conhecem as letras, interagem com as canções e demonstram identificação com histórias e melodias que atravessaram gerações. “É verdadeiramente emocionante. Eu já venho há 15 anos na banda Cavalo de Pau, e é emocionante porque você vê muitos jovens cantando, curtindo, dançando, e é uma gratidão. A gente tem de agradecer aos pais e aos avós que vem passando [a música da Cavalo de Pau] de geração em geração. Sem falar, também, das redes sociais, que hoje tem um peso enorme, e quando no TikTok, Instagram, e com isso vem resgatando muitos sucessos que até então muitos não conhecem publicamente, mas nas redes sociais vem se tornando muito mais forte, mais viral, e com isso a gente vem trazendo outras gerações, que também além da telinha do celular vem ao show curtir ao vivo”, comentou Eliane Fernandes, vocalista da banda Cavalo de Pau. Adma Andrade, vocalista da banda Limão com Mel, no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 A escolha de incluir sucessos do passado no repertório, segundo os artistas, também atende a um apelo popular. O público tem demonstrado desejo por esse reencontro musical, e as festas juninas, especialmente o São João de Campina Grande, se tornaram vitrines privilegiadas para isso. “Eu tenho um grande amigo que é um dos precursores dos maiores compositores, assim como Rita de Cássia, que é Luís Fidélis, e ele ficou muito feliz [com a onda de regravações de forró dos anos 90] pela regravação de Wesley [Safadão] por esse DVD de vaquejada, cantando ‘Seis Cordas’...são canções que ficaram para sempre. Então, essa nova geração viu os pais deles ouvirem essas canções, então chega um momento que vem novos ritmos musicais para que possam querer mudar nossa visão. A Limão com Mel nunca mudou a essência, a gente teve altos e baixos, mas sempre cantando canções românticas. E hoje a gente vê essa galera nova cantando, e chamando a gente para participar com eles, é uma coisa maravilhosa”, disse Edson Lima. Essa movimentação tem impacto direto na manutenção e na valorização do forró, capaz de dialogar com o passado sem perder espaço no presente. Para muitos artistas, revisitar esses repertórios é um compromisso com a história do forró. No público que esteve presente em bom número na arena de shows do Parque do Povo, era visível a mescla entre públicos de várias idades. Inclusive muitos jovens. Dentre eles, Jaqueline Nascimento, auxiliar administrativa, que estava acompanhada do companheiro e escolheu ir ao Parque do Povo neste domingo para aproveitar o forró das antigas e curtir as músicas a dois. “Porque é forró das antigas, uma coisa mais romântica, pra curtir como casal. A gente vai curtir muito”, disse Jaqueline. Fãs da banda Mastruz com Leite no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Próximo a Jaqueline, uma família se destacou. Carla Eloísa, de 12 anos, fã da banda Mastruz com Leite, estava acompanhada da mãe, do pai, e de outra irmã. “Eu gosto muito de Mastruz com Leite. Minha filha gosta muito e somos duas fãs da banda”, disse a mãe de Carla, Maria Eziane. Carla estava ansiosa para ouvir uma de suas músicas favoritas da banda, a canção “São João de todos os tempos”. Resgate recente aos sucessos do passado O resgate do repertório dos anos 1990 vem sendo adotado por artistas de diferentes gerações. Neste São João de 2025, especialmente em Campina Grande, nomes como Wesley Safadão e Xand Avião incluíram em seus shows releituras de canções que marcaram época nas décadas anteriores, consolidando o forró das antigas como uma tendência entre as grandes apresentações. A proposta, presente nos palcos e também em projetos audiovisuais, tem como objetivo revisitar composições de forte apelo popular, reconectando o público às origens do gênero e ao mesmo tempo ampliando sua circulação entre faixas etárias mais jovens. Wesley Safadão no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Wesley Safadão abriu seu show no Parque do Povo com a promessa de que a sua apresentação, em 7 de junho, seria o “maior show que o Parque do Povo já viu”. Durante a apresentação, o cantor homenageou ícones do forró como Flávio José e Luiz Gonzaga, além de incorporar elementos de música de vaquejada e sucessos que viralizaram nas redes sociais. O cenário que Safadão levou ao palco remetia a vilas nordestinas, com comidas típicas, efeitos pirotécnicos e ambientação cenográfica com fogueiras e quadrilhas juninas no palco. Wesley Safadão homenageia ícones do forró, mistura ritmos e lota Parque do Povo, em Campina Grande: ‘Maior show que o PP já viu’ A performance teve início com uma poesia em cordel, seguida pela canção “Seis Cordas” e várias músicas presentes no projeto “Bem-vindo ao Meu Mundo: Forró e Vaquejada”. Safadão também interpretou clássicos como “Retrato de um Forró”, “Numa Sala de Reboco” e “Carolina”. Em entrevista ao g1, ele explicou a proposta. “Quando eu montei, idealizei e fui gravar, sempre tratei ele como um presente para o nordestino. E deu muito certo. A galera entendeu a ideia, o repertório ficou muito bom, são 20/25 medleys num total de 50 músicas. Então, é um projeto muito grande, muito forte e uma homenagem. Se me perguntar: ‘Wesley, imaginava que seria tudo isso?’, não. Foi o melhor projeto dos meus últimos anos”, explicou Safadão ao g1. Xand Avião no São João 2025 de Campina Grande Natasha Leoni/Arte Produções Xand Avião, por sua vez, também ancorou sua apresentação na valorização das raízes do forró. O início do show de Xand, em 8 de junho, teve homenagem a Luiz Gonzaga com a música “A Vida do Viajante” e uma cenografia com dançarinos vestidos de cangaceiros. Logo após, o cantor reforçou o propósito da apresentação: “Quero lembrar que o maior artista do São João é o forró, não é ninguém”, afirmou antes de cantar “Eu Só Quero Um Xodó”, de Dominguinhos. Xand Avião exalta forró, repagina o gênero com toque pop e reforça legado nordestino em Campina Grande: ‘maior artista do São João é o forró’ A turnê O Forró é Pop, apresentada por Xand, misturou o tradicional e o moderno. O repertório incluiu faixas como “Razões”, da banda Mastruz com Leite, “Me Usa”, de Magníficos, e “Passos na Areia”, da banda Cavalo de Pau, todas com novos arranjos. O show ainda teve momento solo de Xand no triângulo, evocando a formação típica do trio nordestino, e terminou com sucessos dançantes e uma declaração ao público: “Se vai ser o melhor show do São João eu não sei, mas o melhor show da minha vida foi aqui!”. Antes de iniciar o show, em entrevista à Rede Paraíba de Comunicação, Xand comentou sobre a união entre os artistas de forró para o fortalecimento do gênero musical e unidade da comunidade forrozeira. “Quanto mais a gente estiver junto, mais o forró ganha. A gente antigamente tinha aquelas rixas, e quem mais faziam as rixas eram os fãs, mas tinha uma rixazinha, não vou mentir não. Era até bom naquele tempo, mas já passou, a gente tá ficando velho. Quanto mais a gente se unir, só quem ganha é o ritmo, e a gente tem que mostrar que o nosso forró tem qualidade como qualquer música do Brasil. Sou lutador do forró, sou nordestino, e espero que esse ritmo cresça e ganhe o mundo”, disse Xand. A presença dos dois artistas, que revisitaram o forró romântico e o repertório popular dos anos 1990, reforça o interesse crescente por esse tipo de resgate nas festas juninas. Ambos declararam o desejo de firmar seus shows como referência no São João de Campina Grande em 2025. A visão das bandas tradicionais de forró sobre essa revisitação aos sucessos do passado é de que o movimento tem papel fundamental na preservação da identidade cultural do gênero e na conexão com um novo público. Para os integrantes de grupos como Limão com Mel, Mastruz com Leite e Cavalo de Pau, mais do que um retorno nostálgico, se trata de reafirmar o valor artístico de um período que consolidou o forró como expressão popular nacional. “Se tem uma pessoa que pode falar de forró romântico sou eu [Edson Lima], não por estar me vangloriando. Eu sou um precursor dessa história e posso falar. De lá para cá a gente só gravou músicas falando de amor, canções que ficaram pra sempre. Essa nova geração as pessoas sempre fazem questão de perguntar para nós cantores românticos [sobre o interesse dos jovens], e é o momento deles, assim como tivemos o nosso. As músicas da gente ficaram para sempre, é tanto que agora muitos jovens cantores estão regravando as nossas canções lá dos anos 90, anos 2000, e a gente tá muito feliz. Para nós, eu representando todos os cantores, Batista [Lima], Aduílio [Mendes], Daniel Diau, Dão Lopes, Leno, Walkyria Santos, Berg Rabelo, eu represento eles assim porque a gente fez uma história maravilhosa que está sendo reconhecida hoje, depois de 30 anos. Isso é uma coisa gratificante”, explicou Edson Lima, vocalista da banda Limão com Mel. Segundo Gilly Araújo, vocalista da banda Mastruz com Leite, o sucesso recente de shows que apostam nesse repertório clássico mostra que existe uma demanda real do público por essa estética mais romântica e melódica, num formato nostálgico contemporâneo. “Graças a Deus está tendo essa volta [do interesse pelo forró das antigas]. Estava precisando do forró de verdade, de letras, de melodias, até porque há pouco tempo atrás você via algumas músicas que duravam 10/15 dias e pronto, sumiam do mercado musical. A gente fica feliz de ver as bandas regravando os sucessos. A gente fica feliz de ver as bandas gravando os sucessos, esse movimento todo de músicas da Cavalo de Pau, Limão com Mel, a gente já vem nessa parceria há muito tempo com essa galera, também com a Magníficos, todos juntos mantendo firme o projeto do forró de verdade, com letras bonitas, melodias lindas. O forró que a gente cresceu ouvindo”, disse o vocalista Gilly Araújo. Banda Mastruz com Leite no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Debates dentro do próprio segmento musical O fenômeno também reacendeu debates sobre preservação e adaptação do gênero. O cantor Flávio José, nome forte do forró tradicional, criticou algumas regravações feitas por artistas atuais, apontando que determinadas mudanças de ritmo ou estilo descaracterizam as composições originais. Flávio José critica regravações de músicas feitas para adequar a novos estilos: ‘falta de respeito’ Flávio José no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Referência do forró tradicional, Flávio José comentou, em 12 de junho, antes de sua apresentação no São João 2025 de Campina Grande, o impacto que essas reinterpretações causam em quem ajudou a construir o repertório musical das festas juninas. Para ele, ao g1, muitas dessas versões não representam uma inovação, mas uma descaracterização da essência das obras. “Eu não chamo de inovação, chamo de invasão. Como não posso mudar, tenho que aprender a conviver”, afirmou, ao analisar a presença cada vez maior de ritmos contemporâneos no espaço originalmente ocupado por gêneros como forró pé de serra, xote e baião. Apesar da crítica, o cantor reconheceu que a busca por músicas de qualidade do passado revela uma certa valorização da boa composição, embora lamente a forma como isso tem ocorrido. “Na verdade, eu diria que bateram no teto, já gravaram de tudo, agora não tem mais o que gravar e estão vindo refazer uma releitura de música de qualidade. Isso é importante também”, avaliou. Flávio José no São João 2025 de Campina Grande Natasha Leoni e Thallys Andrade/Arte Produções O tom mais duro surgiu ao falar de músicas de sua autoria ou do seu repertório afetivo que ganharam versões que, segundo ele, rompem com o sentimento original das composições. “Sempre que regravam eu acho legal, agora só acho uma falta de respeito quando regravam de uma maneira diferente do que foi feito. Porque não é brincadeira você pegar uma música ‘Seu olhar não mente’, ‘Tareco e mariola’ e tocar nesses ritmos aí que se dizem atuais e inovadores. Eu fico triste pra caramba. Porque a gente faz com tanto carinho e a gente vê tudo sendo tocado diferente. Me dá uma tristeza medonha”, declarou. O tema tem gerado repercussão entre músicos e fãs, especialmente neste período de festas juninas, em que diferentes vertentes do forró dividem espaço nas programações. ✅Veja todas as notícias sobre o São João na Paraíba através do canal do g1 PB Agenda A programação de shows no palco principal do Parque do Povo volta a dar uma pausa e retorna na quarta-feira (18), quando se apresentam no São João 2025 de Campina Grande os artistas Pedro Sampaio, com participação de Anitta, Murillo Huff, Marcynho Sensação, Eric Land e Matheus Felipe. Os shows têm início às 19h e seguem até as 3h da madrugada. Além do palco principal, o Parque do Povo também contará com apresentações de artistas locais e grupos de forró nas quatro Ilhas, nos dois Coretos e no Palco Cultural, cujas atrações começam a partir das 18h. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba