Day e Lara dispensam rótulo de 'nepo baby' na dupla e focam em força feminina e apego à essência: 'Não fazer só para chamar atenção'

Day e Lara conversam com o g1 com exclusividade A estrada de Day e Lara na música sertaneja guarda uma trajetória de quase dez anos de prestígio e personalidade. A dupla se consolidou desde 2016, primeiro na composição, com hits gravados por grandes estrelas do gênero, e depois como cantoras que atingiram marcas de milhões de execuções nas plataformas digitais. O caminho ainda teve sempre o foco de fortalecer o protagonismo feminino e minimizar a relação familiar de uma delas como um mecanismo de auxílio à carreira. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Isso porque Day é Dayane de Oliveira Camargo. Até aí, nada fora do comum. Mas o último nome entrega que ela pertence à família Camargo mais conhecida do Brasil. A cantora é neta de Francisco, filha de Werley Camargo e sobrinha de Zezé di Camargo e Luciano, uma das duplas mais importantes da história do sertanejo. O parentesco com famosos, antes sem um nome específico, atualmente passou a ser rotulado de "nepo baby", mas a artista sempre busca garantir que não teve facilidades. "O povo chama quem é de família com essas facilidades de 'nepo baby', né? Mas, honestamente, para o meu lado, foi até mais difícil, viu? A gente tem possibilidades de conselhos. E eu aproveito muito disso, mas também é uma responsabilidade grande, porque as pessoas pensam: se você vem da família que você veio, tem um suporte financeiro, abriu portas, e pelo contrário. O sobrenome Camargo não me abriu portas. Pode ter gerado curiosidade do público para conhecer o meu trabalho, mas abrir porta e colocar um centavo a mais na minha conta, jamais", disse Day. Em entrevista exclusiva ao g1 durante passagem pela região de Campinas (SP), Day e Lara falaram do orgulho e do desafio de serem relacionadas com um dos nomes mais icônicos do estilo, detalharam projetos e reforçaram o fio condutor que permeia a carreira: sempre valorizar a força das mulheres nos mais diversos segmentos, mas sem levantar bandeiras de forma vazia e manter a essência - como no último projeto, no qual elas apresentam um conceito de música + futebol. Veja no vídeo acima. "A gente é mulher, então, a gente gosta de se sentir conectada com outras mulheres. Temos outras artistas que trouxeram para música sertaneja o dialeto, a história da mulher, a essência, os sentimentos, e, sendo mulheres, a gente pode ter mais liberdade de cantar sobre o universo feminino. Então, a gente sempre vai trazer para nossos projetos algo diferente, mas lógico que é tudo feito com uma estratégia, mas sem desrespeitar quem nós somos na essência, entendeu? A gente não vai fazer algo só para chamar atenção, forçado", afirmou Lara. Day e Lara em entrevista ao g1 Estevão Mamédio/g1 Mais lugar de fala A dupla Day e Lara une duas amigas de Goiás e Minas Gerais, respectivamente, e continua um legado de mulheres da música sertaneja, como Inezita Barroso, Roberta Miranda e Marília Mendonça, entre outras, que buscam, além de cantar os sentimentos da mulher, trazer protagonismo a elas em qualquer segmento que queiram atuar. O último álbum, "Resenhas das Brabas", foi lançado neste mês e junta regravações e músicas inéditas. O conteúdo audiovisual mostra um ambiente comum à musica sertaneja, de churrasco e roda de amigos, mas com um elemento inusitado para este universo: a dupla apareceu na gravação com uniformes de futebol - uma paixão antiga de Lara. "Day e Lara é muito resenha também, então, ficou muito visceral, tanto o repertório das inéditas que nós gravamos e das regravações também que nós fizemos. A gente quis trazer o conceito também do futebol feminino misturado com o sertanejo feminino, que são dois lugares que a gente sente ainda que tem que ter mais lugar de fala. E foi aquela mistura gostosa de churrasquinho, cerveja, no sol quente, ali depois do futebol e moda sertaneja, né?", contou Lara. "Na internet hoje tem tanta coisa ao mesmo tempo, que a gente pensou assim: poxa, na hora que a pessoa tiver passando ali a tela do celular, que tipo de conteúdo que vai chamar a atenção? Cara, mulher jogando bola, né? A gente dá voz ainda para uma causa legal, para um esporte que precisa de mais visibilidade, que é o esporte feminino. E a Lara queria ser jogadora de futebol antes de ser cantora, quando criança", revelou Day. "Eu queria ser a Marta do futuro. Só isso", brincou Lara. A neta de Francisco A naturalidade com que Day fala que o sobrenome Camargo nunca abriu portas tem uma explicação simples. Apesar da felicidade de ter como referências e conselheiros dentro da família artistas que mudaram a história da música sertaneja, ela sempre fez questão de que a dupla trilhasse o próprio caminho e atingisse o sucesso pelo próprio talento. "A gente tá aqui plantando a nossa semente para que a nossa árvore cresça, para que a gente não tenha que descansar na sombra da árvore de ninguém.Claro que as nossas raízes são muito bem fincadas no ambiente familiar, no que a gente acredita sobre Deus, sobre energia, sobre espirituali

Ago 17, 2025 - 05:30
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Day e Lara dispensam rótulo de 'nepo baby' na dupla e focam em força feminina e apego à essência: 'Não  fazer só para chamar atenção'

Day e Lara conversam com o g1 com exclusividade A estrada de Day e Lara na música sertaneja guarda uma trajetória de quase dez anos de prestígio e personalidade. A dupla se consolidou desde 2016, primeiro na composição, com hits gravados por grandes estrelas do gênero, e depois como cantoras que atingiram marcas de milhões de execuções nas plataformas digitais. O caminho ainda teve sempre o foco de fortalecer o protagonismo feminino e minimizar a relação familiar de uma delas como um mecanismo de auxílio à carreira. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Isso porque Day é Dayane de Oliveira Camargo. Até aí, nada fora do comum. Mas o último nome entrega que ela pertence à família Camargo mais conhecida do Brasil. A cantora é neta de Francisco, filha de Werley Camargo e sobrinha de Zezé di Camargo e Luciano, uma das duplas mais importantes da história do sertanejo. O parentesco com famosos, antes sem um nome específico, atualmente passou a ser rotulado de "nepo baby", mas a artista sempre busca garantir que não teve facilidades. "O povo chama quem é de família com essas facilidades de 'nepo baby', né? Mas, honestamente, para o meu lado, foi até mais difícil, viu? A gente tem possibilidades de conselhos. E eu aproveito muito disso, mas também é uma responsabilidade grande, porque as pessoas pensam: se você vem da família que você veio, tem um suporte financeiro, abriu portas, e pelo contrário. O sobrenome Camargo não me abriu portas. Pode ter gerado curiosidade do público para conhecer o meu trabalho, mas abrir porta e colocar um centavo a mais na minha conta, jamais", disse Day. Em entrevista exclusiva ao g1 durante passagem pela região de Campinas (SP), Day e Lara falaram do orgulho e do desafio de serem relacionadas com um dos nomes mais icônicos do estilo, detalharam projetos e reforçaram o fio condutor que permeia a carreira: sempre valorizar a força das mulheres nos mais diversos segmentos, mas sem levantar bandeiras de forma vazia e manter a essência - como no último projeto, no qual elas apresentam um conceito de música + futebol. Veja no vídeo acima. "A gente é mulher, então, a gente gosta de se sentir conectada com outras mulheres. Temos outras artistas que trouxeram para música sertaneja o dialeto, a história da mulher, a essência, os sentimentos, e, sendo mulheres, a gente pode ter mais liberdade de cantar sobre o universo feminino. Então, a gente sempre vai trazer para nossos projetos algo diferente, mas lógico que é tudo feito com uma estratégia, mas sem desrespeitar quem nós somos na essência, entendeu? A gente não vai fazer algo só para chamar atenção, forçado", afirmou Lara. Day e Lara em entrevista ao g1 Estevão Mamédio/g1 Mais lugar de fala A dupla Day e Lara une duas amigas de Goiás e Minas Gerais, respectivamente, e continua um legado de mulheres da música sertaneja, como Inezita Barroso, Roberta Miranda e Marília Mendonça, entre outras, que buscam, além de cantar os sentimentos da mulher, trazer protagonismo a elas em qualquer segmento que queiram atuar. O último álbum, "Resenhas das Brabas", foi lançado neste mês e junta regravações e músicas inéditas. O conteúdo audiovisual mostra um ambiente comum à musica sertaneja, de churrasco e roda de amigos, mas com um elemento inusitado para este universo: a dupla apareceu na gravação com uniformes de futebol - uma paixão antiga de Lara. "Day e Lara é muito resenha também, então, ficou muito visceral, tanto o repertório das inéditas que nós gravamos e das regravações também que nós fizemos. A gente quis trazer o conceito também do futebol feminino misturado com o sertanejo feminino, que são dois lugares que a gente sente ainda que tem que ter mais lugar de fala. E foi aquela mistura gostosa de churrasquinho, cerveja, no sol quente, ali depois do futebol e moda sertaneja, né?", contou Lara. "Na internet hoje tem tanta coisa ao mesmo tempo, que a gente pensou assim: poxa, na hora que a pessoa tiver passando ali a tela do celular, que tipo de conteúdo que vai chamar a atenção? Cara, mulher jogando bola, né? A gente dá voz ainda para uma causa legal, para um esporte que precisa de mais visibilidade, que é o esporte feminino. E a Lara queria ser jogadora de futebol antes de ser cantora, quando criança", revelou Day. "Eu queria ser a Marta do futuro. Só isso", brincou Lara. A neta de Francisco A naturalidade com que Day fala que o sobrenome Camargo nunca abriu portas tem uma explicação simples. Apesar da felicidade de ter como referências e conselheiros dentro da família artistas que mudaram a história da música sertaneja, ela sempre fez questão de que a dupla trilhasse o próprio caminho e atingisse o sucesso pelo próprio talento. "A gente tá aqui plantando a nossa semente para que a nossa árvore cresça, para que a gente não tenha que descansar na sombra da árvore de ninguém.Claro que as nossas raízes são muito bem fincadas no ambiente familiar, no que a gente acredita sobre Deus, sobre energia, sobre espiritualidade. Eu fico muito feliz de estar inserida nesse meio, nessa família e ter crescido com isso, mas acredito que a gente esta aí para plantar a nossa semente e construir a nossa história. É muito mais sobre olhar como inspiração, e não precisa ser da família para olhar com esse olhar de inspiração, mas falar assim: beleza, agora eu faço meu caminho", ressaltou Day. Para além do sucesso que foram e são os tios, Day guarda um amor e um orgulho muito grande por ter conseguido conviver durante grande parte da vida com quem ela chama de "mentor" do fenômeno Zezé di Camargo e Luciano: Francisco Camargo, pai da dupla e avô da cantora. Seu Francisco é conhecido pela história de persistência e determinação para fazer com que os filhos se tornassem cantores de sucesso. A luta foi retratada em um dos filmes de maior repercussão da história do cinema brasileiro, "Dois Filhos de Francisco", lançado em 2005. "O seu Francisco era o grande artista, o grande gestor sem saber de gestão, marqueteiro, que mudou a história. Ele foi um segundo pai para mim. Então, tê-lo por perto em toda a minha história, até o dia que ele se foi, eu acho que foi algo muito importante, foi poderoso na minha carreira musical. Lógico, a gente tem o Zezé como o cabeceira, né? O que veio antes de todo mundo. O Luciano também que agregou à dupla. É uma história linda e estamos aqui construindo a nossa estrada, a nossa história. E quem sabe um dia vira filme também, a continuação, a neta do Francisco", completou Day. 'Geração do nem' Compositoras de sucessos de artistas como Zé Neto e Cristiano, Gusttavo Lima, Marília Mendonça, entre outros, Day e Lara atualmente tentam se adaptar ao que o mercado pede, com músicas que funcionem bem para o público jovem e as redes sociais, mas sem perder a essência de falar de amor, relacionamentos e das questões importantes para a mulher com profundidade. "A gente fala que a gente é a famosa geração do nem. A gente não é nem galera ali tipo Bruno e Marrone, mas a gente não é nem a galera nova tipo Ana Castela, sabe? A gente fica ali permeando. Eu tenho 32 anos, a Lara 31, então a gente flerta com a galera de 20, mas também flerta com a galera de 40. Então, aí às vezes você tem que produzir conteúdo e música para esses públicos. Você tem mais liberdade para brincar, mas tem uma certa dificuldade de bater firme num estilo", pontuou Day. "Acho que a gente também tem que trazer as tendências do mercado, mas não perder as raízes do que a gente tem. Acho que é muito disso. Não dá para ficar totalmente dependente do mercado, do que as pessoas consomem. Acho que a gente fala muito sobre isso, sobre se adaptar, né?", finalizou Lara. Day e Lara em entrevista ao g1 Estevão Mamédio/g1 Veja mais notícias da região no g1 Campinas