Futebol, paixão e papel: O elo eterno entre a Tribuna do Paraná e o torcedor curitibano

O futebol sempre foi mais do que um simples esporte para o curitibano. É parte da rotina, da conversa, da identidade do nosso povo. E, por quase sete décadas, teve na Tribuna do Paraná o espelho dessa paixão. Desde as primeiras capas expostas nas bancas da cidade até os pôsteres que decoravam as paredes das […]

Nov 10, 2025 - 19:30
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Futebol, paixão e papel: O elo eterno entre a Tribuna do Paraná e o torcedor curitibano

O futebol sempre foi mais do que um simples esporte para o curitibano. É parte da rotina, da conversa, da identidade do nosso povo. E, por quase sete décadas, teve na Tribuna do Paraná o espelho dessa paixão. Desde as primeiras capas expostas nas bancas da cidade até os pôsteres que decoravam as paredes das casas, o jornal contou, com emoção e personalidade, a história de Athletico, Coritiba e Paraná Clube.

A última edição impressa da Tribuna, que chega às bancas nesta segunda-feira (10), marca o fim de um ciclo histórico. Mas, também o início de uma nova fase. O veículo seguirá 100% digital, com o mesmo propósito de sempre: informar, aproximar e gerar relevância com os conteúdos esportivos da nossa cidade.

Capas históricas e histórias marcantes: o futebol nas páginas da Tribuna

Para Eduardo Luiz Klisiewicz, coordenador de conteúdo da Tribuna há oito anos, é impossível separar o jornal do futebol de Curitiba.

“É simplesmente impossível desassociar a Tribuna da cobertura esportiva do nosso trio-de-ferro. Eu, você e muitas gerações de apaixonados por futebol se formaram olhando as capas expostas nas bancas de revistas espalhadas pela cidade. Os vitoriosos prontos para sorrir, os perdedores para se irritar. Mas todos para celebrar os feitos de seus times na capa dos jornais”, lembra Eduardo.

O jornalista recorda capas icônicas, que ficaram na memória do curitibano.

“O futebol de Curitiba era a alma do Jornal da Galera. Algumas capas históricas estão na boca do povo e na lembrança dos torcedores, como as que traziam as coberturas de títulos e conquistas, junto com o tradicional pôster de campeão. Teve a polêmica ‘De 4’, a do ‘Poodle’ e dezenas que merecem destaque. Nos últimos anos, produzimos algumas muito bonitas, como a que homenageou o craque Barcímio Sicupira, a que registrou a morte do Dirceu Krüger e também a do nosso querido Levi Mulford. Me orgulho de ter feito parte desses momentos”, completa.

O diretor da Tribuna, Rafael Tavares de Mello, que começou sua trajetória no jornal em 1996, também ressalta a importância do futebol para a Tribuna.

“O futebol sempre foi um carro-chefe para a Tribuna, ela era conhecida como referência, era o jornal da galera. Sempre conectada com isso. As capas de segunda e quinta eram as mais aguardadas, pois tratavam de futebol”, diz.

Tavares relembra também os bastidores de uma das capas mais polêmicas da história do jornal. Após um clássico Atletiba, em que o Coritiba venceu o Athletico em plena Arena da Baixada, por 4 a 2, a Tribuna estampou uma imagem icônica em sua primeira página.

“A capa mostrava o atacante Júlio César, do Athletico, e o número 4 em destaque. Foi polêmico, claro, mas refletia o sentimento do torcedor naquele dia. Na sequência, a torcida do Athletico queimou pilhas de jornais em frente à Arena, e até fizeram panfletos pedindo para não comprar mais a Tribuna. Foi tenso na época, mas hoje lembro com alegria. Aquela capa virou história”, recorda Tavares, destacando que a edição mais vendida da história do jornal foi a que celebrou o título brasileiro do Furacão, em 2001. “Foram mais de 42 mil exemplares vendidos”, relembra.

Com 27 anos de casa, o editor Carlos Borio reforça que o futebol sempre foi um dos pilares da Tribuna, e um dos principais motores de venda. Ele também ressalta a edição do título brasileiro rubro-negro, além de outras históricas, como as das conquistas do Brasileirão de 85 do Coritiba e a Série B de 92 do Paraná.

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“Era natural que o futebol ocupasse a maioria das capas, ainda mais com três times em Curitiba.A sequência de capas até chegar ao título do Brasileirão é uma das mais marcantes. Lembro que dei uma sugestão ao Charles, o diretor de redação da época, quando o Athletico passou para as oitavas de final: algo sobre estar a caminho do céu. E ele foi nessa linha, culminando na capa ‘NO CÉU’. Antes disso, já havia capas históricas, como a do título da Série B do Paraná, em 1992, e a do Coritiba, campeão brasileiro de 1985”, destaca.

Ao longo das décadas, a Tribuna testemunhou a transformação do jornalismo e do futebol, do papel e das bancas às telas.

“O impresso foi muito importante para a imprensa, o papel contou muitas histórias. Mas é inegável que as telas tomaram conta. O digital é fundamental para as empresas. A Tribuna segue nisso, continua na missão de ser relevante para Curitiba e inserida nas histórias do futebol”, conclui Tavares.

A partir de agora, a Tribuna do Paraná segue apenas na era do digital. Mas, o coração segue batendo no mesmo ritmo, o das arquibancadas, das ruas e das histórias de quem vive e ama o futebol e Curitiba.

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