Precisamos combater a hipocrisia que invadiu o futebol brasileiro
Temos observado, com justa preocupação, a mudança de comportamento dos profissionais do futebol quando são confrontados por jornalistas esportivos – especialmente quando se trata de uma repórter. As mulheres têm sofrido nas entrevistas em todos os cantos do país e é imprescindível que se mude o panorama, afinal elas atuam como jornalistas no mesmo nível […]
Temos observado, com justa preocupação, a mudança de comportamento dos profissionais do futebol quando são confrontados por jornalistas esportivos – especialmente quando se trata de uma repórter. As mulheres têm sofrido nas entrevistas em todos os cantos do país e é imprescindível que se mude o panorama, afinal elas atuam como jornalistas no mesmo nível (ou até melhor) do que os homens.
Precisamos combater a hipocrisia que invadiu o futebol brasileiro.
Atitudes oportunistas, moralismo de ocasião e insinuações levianas ultimamente transbordam por microfones, câmeras de televisão, páginas oficiais e redes sociais. Cartolas, técnicos e jogadores sugerem armações contra os respectivos times sem a mesma cerimônia com que se calam quando decisões equivocadas de árbitros ou do VAR os beneficiam.
Os jogadores e os treinadores esquecem de analisar os próprios erros e acertos durante os jogos mudando o foco para a arbitragem. Os apitadores têm errado – é verdade. Há muita incompetência e presunção de suas senhorias. Os fatos estão aí com as imagens gravadas jogo após jogo, sem que o setor competente da CBF consiga resolver a questão definitivamente.
Observa-se verdadeiro abismo entre as arbitragens dos principais campeonatos europeus com os nossos. Assim como, tecnicamente, até parece outro esporte em determinadas partidas, no apito as coisas também são diferentes, com a maior personalidade dos europeus que só recorrem ao VAR, como é recomendado, em último juízo.
Outro aspecto da hipocrisia generalizada são as atitudes e declarações de dirigentes, de executivos e mesmo de técnicos que se acham diante dos milhões que passaram a ganhar nos últimos anos. Dos jogadores nem levo em consideração, porque as suas afirmações estão intimamente ligadas ao baixo nível educacional e cultural que os caracterizam na quase totalidade das entrevistas.
Os dirigentes, remunerados ou não, fariam bem para a credibilidade do negócio chamado futebol se se unissem e fossem a CBF pedir mudanças no sistema de arbitragem e colocassem profissionais. Isso dá trabalho e significa mexer em vespeiro – dos quais são integrantes. Daí esbravejam, oferecem verdadeiros shows de reclamações e protestos, porém nada fazem para mudar o panorama visto da arquibancada.
E, por falar em arquibancada, o torcedor apaixonado aceita tudo, desde que o seu time vença o jogo ou ganhe um título de campeão.


