Guilherme Arantes reconta história da música ignorada por Vanusa ao ler texto do blog sobre álbum da artista em 1975
Guilherme Arantes diz não entender como Vanusa (1947 – 2020) recusou a canção 'Pedacinhos' para álbum de 1975 Divulgação ♫ PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR ♬ Na quarta-feira, 3 de setembro, publiquei texto aqui no Blog do Mauro Ferreira sobre Amigos novos e antigos, álbum de 1975 com que Vanusa (1947 – 2020) tentou em vão entrar no clube da MPB há 50 anos. O gancho do texto foi o show deste fim de semana em que Ivana Wonder abordará o repertório do disco em projeto do Sesc 24 de Maio (SP) sobre álbuns que fazem 50 anos em 2025. Para minha surpresa, ontem, 5 de setembro, Guilherme Arantes repostou o link do texto no Facebook do artista, dizendo que havia lido a publicação com interesse. O motivo foi que o compositor paulista ofereceu a Vanusa para o disco de 1975 uma música ignorada e/ou recusada pela cantora. A canção foi Pedacinhos (Bye bye so long), balada sobre separação que, descartada por Vanusa, seria gravada por Arantes somente em 1983 em single que carimbou com sucesso a volta do cantor para a gravadora Som Livre. Eu já sabia que Arantes havia oferecido Pedacinhos para Vanusa e que a cantora não tinha gravado a música. Mas não sabia que tinha sido para esse álbum de 1975 tão importante na discografia da artista. “Essa música seria sob medida para ela. Só que ( nunca entendi o porquê) a canção ficou de fora de disco da Vanusa. (...) Até hoje me pergunto: por que? Preconceito para comigo? Eu deixava a desejar? A música era fraca?”, especulou Guilherme Arantes na legenda da publicação. Não, a música não era fraca. Ao contrário. Bela canção, Pedacinhos resiste ao tempo como uma das baladas mais inspiradas do cancioneiro de Arantes. Como comentei na publicação do artista, talvez tenha sido o preconceito. Arantes estourou como cantor em 1976 ao iniciar carreira solo após integrar o grupo Moto Perpétuo. Em 1975, o artista ainda era desconhecido e, sim, isso pesa na hora de um cantor selecionar repertório para o disco. Não deveria ser assim, mas é. Muitos cantores gravam nomes, não músicas, e não falo necessariamente de Vanusa. Arantes inclusive somente conseguiu mandar a música para a cantora porque era amigo de Lincoln Olivetti (1954 – 2015) e Moracy do Val, produtores do álbum Amigos novos e antigos. Talvez a cantora nem tenha chegado a ouvir a canção. Talvez a música não tenha batido no coração de Vanusa, e mal nenhum há nisso. Talvez os produtores não tenham tido habilidade para mostrar para a cantora as possibilidades da canção... Vá saber... O fato é que Vanusa nem chegou a gravar Pedacinhos. “Lincoln Olivetti achou um absurdo (a música ter ficado fora do disco). Ele me contou um dia”, revela Arantes. Enfim, Vanusa está morta e Pedacinhos bate forte no coração dos seguidores de Guilherme Arantes. Vai ver que simplesmente não era para ser... No mais, viva Vanusa! Capa do álbum 'Amigos novos e antigos' (1975), de Vanusa Reprodução


Guilherme Arantes diz não entender como Vanusa (1947 – 2020) recusou a canção 'Pedacinhos' para álbum de 1975 Divulgação ♫ PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR ♬ Na quarta-feira, 3 de setembro, publiquei texto aqui no Blog do Mauro Ferreira sobre Amigos novos e antigos, álbum de 1975 com que Vanusa (1947 – 2020) tentou em vão entrar no clube da MPB há 50 anos. O gancho do texto foi o show deste fim de semana em que Ivana Wonder abordará o repertório do disco em projeto do Sesc 24 de Maio (SP) sobre álbuns que fazem 50 anos em 2025. Para minha surpresa, ontem, 5 de setembro, Guilherme Arantes repostou o link do texto no Facebook do artista, dizendo que havia lido a publicação com interesse. O motivo foi que o compositor paulista ofereceu a Vanusa para o disco de 1975 uma música ignorada e/ou recusada pela cantora. A canção foi Pedacinhos (Bye bye so long), balada sobre separação que, descartada por Vanusa, seria gravada por Arantes somente em 1983 em single que carimbou com sucesso a volta do cantor para a gravadora Som Livre. Eu já sabia que Arantes havia oferecido Pedacinhos para Vanusa e que a cantora não tinha gravado a música. Mas não sabia que tinha sido para esse álbum de 1975 tão importante na discografia da artista. “Essa música seria sob medida para ela. Só que ( nunca entendi o porquê) a canção ficou de fora de disco da Vanusa. (...) Até hoje me pergunto: por que? Preconceito para comigo? Eu deixava a desejar? A música era fraca?”, especulou Guilherme Arantes na legenda da publicação. Não, a música não era fraca. Ao contrário. Bela canção, Pedacinhos resiste ao tempo como uma das baladas mais inspiradas do cancioneiro de Arantes. Como comentei na publicação do artista, talvez tenha sido o preconceito. Arantes estourou como cantor em 1976 ao iniciar carreira solo após integrar o grupo Moto Perpétuo. Em 1975, o artista ainda era desconhecido e, sim, isso pesa na hora de um cantor selecionar repertório para o disco. Não deveria ser assim, mas é. Muitos cantores gravam nomes, não músicas, e não falo necessariamente de Vanusa. Arantes inclusive somente conseguiu mandar a música para a cantora porque era amigo de Lincoln Olivetti (1954 – 2015) e Moracy do Val, produtores do álbum Amigos novos e antigos. Talvez a cantora nem tenha chegado a ouvir a canção. Talvez a música não tenha batido no coração de Vanusa, e mal nenhum há nisso. Talvez os produtores não tenham tido habilidade para mostrar para a cantora as possibilidades da canção... Vá saber... O fato é que Vanusa nem chegou a gravar Pedacinhos. “Lincoln Olivetti achou um absurdo (a música ter ficado fora do disco). Ele me contou um dia”, revela Arantes. Enfim, Vanusa está morta e Pedacinhos bate forte no coração dos seguidores de Guilherme Arantes. Vai ver que simplesmente não era para ser... No mais, viva Vanusa! Capa do álbum 'Amigos novos e antigos' (1975), de Vanusa Reprodução