Retirada de tarifa de 40% de produtos brasileiros tem relação com a eleição parlamentar dos EUA, diz analista
Oliver Stuenkel analisa EUA zerarem tarifaço sobre produto do Brasil O professor de Relações Internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment, Oliver Stuenkel, diz acreditar que o anúncio dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% de alguns produtos brasileiros nesta quinta-feira (20) está diretamente ligado ao cenário eleitoral norte-americano de 2026. Na visão do especialista, o governo de Donald Trump usou tanto essa retirada quanto a redução das chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países em abril como instrumentos para conter o custo de vida no país, tema que deve influenciar a disputa parlamentar do próximo ano. Contexto: Trump tem maioria na Câmara dos Deputados federais, mas por uma margem pequena. Apenas sete parlamentares a mais que a oposição. As pesquisas para a eleição de 2026, que renova toda a Câmara, mostram que o partido de Trump, o Republicano, pode perder o controle da casa. O controle da inflação era uma das principais promessas de campanha de Trump em 2024. Os números mais recentes mostraram um desemprego em 4,3% e uma inflação em 3% ao ano — acima da meta do Banco Central americano. Uma pesquisa do instituto Ipsos mostrou que 59% dos americanos responsabilizam Trump pela alta dos preços ao longo do ano. Alguns produtos que subiram de preço nos Estados Unidos precisam ser importados para dar conta da demanda interna. Um jovem entrevistado pelo Jornal Nacional disse que sentiu a diferença dos preços depois do anúncio das tarifas, e outro diz que para as famílias que ganham menos está mais difícil fechar as contas. Segundo Stuenkel, se o partido republicano perder controle sobre a Câmara dos Deputados, "Trump será um presidente pato-manco durante o restante do seu mandato". Veja a análise completa de Oliver Stuenkel à Globonews no vídeo acima. Stuenkel acrescenta ainda que a vitória dos democratas nas eleições para os governos da Virgínia e de Nova Jersey no começo de novembro ressaltaram uma derrota política para o presidente dos Estados Unidos — e uma vitória para o ex-presidente Barack Obama, que apoiou as candidatas eleitas. "[Essa derrota nas eleições também mostra] um descontentamento dos americanos quanto ao crescente custo de vida [no país]", afirmou Stuenkel. O presidente Donald Trump Brendan Smialowski/AFP

Oliver Stuenkel analisa EUA zerarem tarifaço sobre produto do Brasil O professor de Relações Internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment, Oliver Stuenkel, diz acreditar que o anúncio dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% de alguns produtos brasileiros nesta quinta-feira (20) está diretamente ligado ao cenário eleitoral norte-americano de 2026. Na visão do especialista, o governo de Donald Trump usou tanto essa retirada quanto a redução das chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países em abril como instrumentos para conter o custo de vida no país, tema que deve influenciar a disputa parlamentar do próximo ano. Contexto: Trump tem maioria na Câmara dos Deputados federais, mas por uma margem pequena. Apenas sete parlamentares a mais que a oposição. As pesquisas para a eleição de 2026, que renova toda a Câmara, mostram que o partido de Trump, o Republicano, pode perder o controle da casa. O controle da inflação era uma das principais promessas de campanha de Trump em 2024. Os números mais recentes mostraram um desemprego em 4,3% e uma inflação em 3% ao ano — acima da meta do Banco Central americano. Uma pesquisa do instituto Ipsos mostrou que 59% dos americanos responsabilizam Trump pela alta dos preços ao longo do ano. Alguns produtos que subiram de preço nos Estados Unidos precisam ser importados para dar conta da demanda interna. Um jovem entrevistado pelo Jornal Nacional disse que sentiu a diferença dos preços depois do anúncio das tarifas, e outro diz que para as famílias que ganham menos está mais difícil fechar as contas. Segundo Stuenkel, se o partido republicano perder controle sobre a Câmara dos Deputados, "Trump será um presidente pato-manco durante o restante do seu mandato". Veja a análise completa de Oliver Stuenkel à Globonews no vídeo acima. Stuenkel acrescenta ainda que a vitória dos democratas nas eleições para os governos da Virgínia e de Nova Jersey no começo de novembro ressaltaram uma derrota política para o presidente dos Estados Unidos — e uma vitória para o ex-presidente Barack Obama, que apoiou as candidatas eleitas. "[Essa derrota nas eleições também mostra] um descontentamento dos americanos quanto ao crescente custo de vida [no país]", afirmou Stuenkel. O presidente Donald Trump Brendan Smialowski/AFP

