Tate McRae se inspira em Britney Spears, mas nem tanto... e se diz uma nova versão do pop anos 2000

Dona do hit 'Greedy' é atração do sábado (29) do festival Lollapalooza, em SP. Ao g1, ela fala sobre dança, Grammy e redes sociais: 'Tenho uma relação de amor e ódio com o TikTok. g1 entrevista Tate McRae Com 13 anos, Tate McRae ficou em terceiro lugar no “So You Think You Can Dance”, um famoso reality de dança da TV americana. Alguns anos depois, a pequena Tate estava animada com um provável futuro como uma dançarina de alguma popstar. Seria um sonho, aliás. Mas ela se viu com um caminho traçado para ser ela mesma uma popstar, que estreia no Brasil nesta edição do Lollapalooza. Tate Rosner McRae começou a gravar covers piano e voz no YouTube, inspirada pelo “som anos 2000 do Timbaland”, em alusão ao produtor mais requisitado do pop dançante daquela década. Para vencer a timidez nos palcos e estúdios, diz ter criado uma persona, batizada por ela de Tatiana, “muito mais corajosa e desagradável” do que a Tate Real. A verdadeira Tate prefere dançar de olhos fechados e comer ovos cozidos e biscoitos de arroz com manteiga de amendoim no camarim. Dançarinas precisam de proteína, afinal. Nascida em Calgary, no estado de Alberta (segundo ela, “o Texas do Canadá”), ela começou a ser mais falada a partir de músicas como “One Day” e “You Broke Me First”. Eram canções lentas e introspectivas. Críticos mais apressados disseram que ela era a Billie Eilish canadense. Mas diferentemente da voz de “Bad Guy” e “Birds of feather”, Tate nunca mudou de patamar nessa fase mais alternativa. A cantora canadense Tate McRae aos 12 anos e em foto recente Divulgação/Facebook da cantora A virada na carreira veio com uma mudança de som e uma ajudinha do TikTok. Em 2024, o pop eletrônico “Greedy” chegou na parte mais alta das paradas do streaming, inclusive no Brasil. Foi a primeira vez que ela se viu realmente orgulhosa com um clipe. Dá para entender: ela dança como se dependesse daquela performance para continuar viva no competitivo mercado das divas pop. Nessa batalha para se firmar, ela tem o apoio de amigas famosas como Olivia Rodrigo, também atração do Lolla. Entre outros rolês juntas, ela a convidou para participar do clipe de “bad idea right?”. Tate conta com os mesmos empresários de Harry Styles e com um time de compositores requisitados no pop. Eles a ajudaram a mudar do indie pop arrastado para um som dançante super anos 2000. O principal deles é Ryan Tedder. Ele disse que os comentários de Tate sobre os arranjos "pareciam ter sido escritos por Quincy Jones". A frase já seria impressionante de qualquer jeito, mas há de se levar em conta que Tedder já trabalhou com cantoras como Adele, Anitta e Taylor Swift. No clipe de “Sports Car”, Tate coloca seu 1,72m para jogo. Ela mostra seu talento como dançarina, usa 12 looks diferentes e mostra que, definitivamente, é uma cantora de com forte influência do pop anos 2000. Na entrevista ao g1, ela relativiza esse rótulo, fala da estreia no Brasil, explica sua persona artística Tatiana e diz que não toparia viver Britney Spears no cinema, caso a convidassem. "Acho que seria muito difícil recriar a Britney Spears. Vai ser muito difícil recriar uma carreira assim em um filme." Tate também comenta o começo da carreira, quando era mais inocente, e sobre o TikTok, que a ajudou a estourar de vez. "Eu tenho uma relação de amor e ódio", ela explica. A cantora canadense Tate McRae Divulgação g1 - Tenho ouvido suas músicas e percebi uma transição de um som mais introspectivo e “bedroom pop” para um pop mais começo dos anos 2000. Você acha que essa transição atingiu seu potencial máximo neste álbum ‘So Close to What’? Tate McRae - Uau, que pergunta interessante... Eu pego muitas referências de músicas do começo dos anos 2000, mas não acho que o álbum inteiro seja assim. Acho que tem elementos disso, mas definitivamente parece uma combinação de músicas e sons que eu gosto e que ouço, às vezes uma referência aos anos 2000, mas às vezes não. Então, eu não saberia necessariamente como rotular esse som, mas talvez seja uma versão um pouco "Tate-ficada" deste “pop começo dos anos 2000”. g1 - Eu li também que você tentou ser ‘mais experimental’ quando gravou seu álbum mais recente . Pode nos contar mais sobre como isso está influenciando seu novo trabalho? Tate McRae - Eu entrei no estúdio com uma mentalidade mais aberta. Às vezes, tentei pensar "essa pode ser a pior música de todas, mas estou disposta a falhar para chegar a algo novo". Queria algo que fosse novo para mim, um som diferente. Sinto que tentei experimentar um pouco no meu processo de escrita e tentar novas maneiras de fazer música. g1 - Você costuma falar sobre sua persona no palco, a Tatiana. Quanto dessa persona é uma interação lúdica com seus fãs e quanto isso realmente te ajuda a se tornar uma popstar? Tate McRae - Isso meio que se tornou uma piada com meus fãs agora, mas é uma parte muito real de mim ao me apresentar. É como um interruptor que se liga e é como se eu estivesse possuída. Parece que sou tomada por uma criatura dife

Mar 21, 2025 - 05:30
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Tate McRae se inspira em Britney Spears, mas nem tanto... e se diz uma nova versão do pop anos 2000

Dona do hit 'Greedy' é atração do sábado (29) do festival Lollapalooza, em SP. Ao g1, ela fala sobre dança, Grammy e redes sociais: 'Tenho uma relação de amor e ódio com o TikTok. g1 entrevista Tate McRae Com 13 anos, Tate McRae ficou em terceiro lugar no “So You Think You Can Dance”, um famoso reality de dança da TV americana. Alguns anos depois, a pequena Tate estava animada com um provável futuro como uma dançarina de alguma popstar. Seria um sonho, aliás. Mas ela se viu com um caminho traçado para ser ela mesma uma popstar, que estreia no Brasil nesta edição do Lollapalooza. Tate Rosner McRae começou a gravar covers piano e voz no YouTube, inspirada pelo “som anos 2000 do Timbaland”, em alusão ao produtor mais requisitado do pop dançante daquela década. Para vencer a timidez nos palcos e estúdios, diz ter criado uma persona, batizada por ela de Tatiana, “muito mais corajosa e desagradável” do que a Tate Real. A verdadeira Tate prefere dançar de olhos fechados e comer ovos cozidos e biscoitos de arroz com manteiga de amendoim no camarim. Dançarinas precisam de proteína, afinal. Nascida em Calgary, no estado de Alberta (segundo ela, “o Texas do Canadá”), ela começou a ser mais falada a partir de músicas como “One Day” e “You Broke Me First”. Eram canções lentas e introspectivas. Críticos mais apressados disseram que ela era a Billie Eilish canadense. Mas diferentemente da voz de “Bad Guy” e “Birds of feather”, Tate nunca mudou de patamar nessa fase mais alternativa. A cantora canadense Tate McRae aos 12 anos e em foto recente Divulgação/Facebook da cantora A virada na carreira veio com uma mudança de som e uma ajudinha do TikTok. Em 2024, o pop eletrônico “Greedy” chegou na parte mais alta das paradas do streaming, inclusive no Brasil. Foi a primeira vez que ela se viu realmente orgulhosa com um clipe. Dá para entender: ela dança como se dependesse daquela performance para continuar viva no competitivo mercado das divas pop. Nessa batalha para se firmar, ela tem o apoio de amigas famosas como Olivia Rodrigo, também atração do Lolla. Entre outros rolês juntas, ela a convidou para participar do clipe de “bad idea right?”. Tate conta com os mesmos empresários de Harry Styles e com um time de compositores requisitados no pop. Eles a ajudaram a mudar do indie pop arrastado para um som dançante super anos 2000. O principal deles é Ryan Tedder. Ele disse que os comentários de Tate sobre os arranjos "pareciam ter sido escritos por Quincy Jones". A frase já seria impressionante de qualquer jeito, mas há de se levar em conta que Tedder já trabalhou com cantoras como Adele, Anitta e Taylor Swift. No clipe de “Sports Car”, Tate coloca seu 1,72m para jogo. Ela mostra seu talento como dançarina, usa 12 looks diferentes e mostra que, definitivamente, é uma cantora de com forte influência do pop anos 2000. Na entrevista ao g1, ela relativiza esse rótulo, fala da estreia no Brasil, explica sua persona artística Tatiana e diz que não toparia viver Britney Spears no cinema, caso a convidassem. "Acho que seria muito difícil recriar a Britney Spears. Vai ser muito difícil recriar uma carreira assim em um filme." Tate também comenta o começo da carreira, quando era mais inocente, e sobre o TikTok, que a ajudou a estourar de vez. "Eu tenho uma relação de amor e ódio", ela explica. A cantora canadense Tate McRae Divulgação g1 - Tenho ouvido suas músicas e percebi uma transição de um som mais introspectivo e “bedroom pop” para um pop mais começo dos anos 2000. Você acha que essa transição atingiu seu potencial máximo neste álbum ‘So Close to What’? Tate McRae - Uau, que pergunta interessante... Eu pego muitas referências de músicas do começo dos anos 2000, mas não acho que o álbum inteiro seja assim. Acho que tem elementos disso, mas definitivamente parece uma combinação de músicas e sons que eu gosto e que ouço, às vezes uma referência aos anos 2000, mas às vezes não. Então, eu não saberia necessariamente como rotular esse som, mas talvez seja uma versão um pouco "Tate-ficada" deste “pop começo dos anos 2000”. g1 - Eu li também que você tentou ser ‘mais experimental’ quando gravou seu álbum mais recente . Pode nos contar mais sobre como isso está influenciando seu novo trabalho? Tate McRae - Eu entrei no estúdio com uma mentalidade mais aberta. Às vezes, tentei pensar "essa pode ser a pior música de todas, mas estou disposta a falhar para chegar a algo novo". Queria algo que fosse novo para mim, um som diferente. Sinto que tentei experimentar um pouco no meu processo de escrita e tentar novas maneiras de fazer música. g1 - Você costuma falar sobre sua persona no palco, a Tatiana. Quanto dessa persona é uma interação lúdica com seus fãs e quanto isso realmente te ajuda a se tornar uma popstar? Tate McRae - Isso meio que se tornou uma piada com meus fãs agora, mas é uma parte muito real de mim ao me apresentar. É como um interruptor que se liga e é como se eu estivesse possuída. Parece que sou tomada por uma criatura diferente. É realmente louco. "Às vezes sinto que meu eu pessoal é tão autoconsciente e tão observador de tudo ao meu redor que, se eu subisse ao palco como eu mesma, ficaria realmente assustada. Então, ter essa pessoa que me domina me dá muito mais confiança no palco." Tate Mcrae, dona do hit 'Greedy' e atração do Lollapalooza 2025 Divulgação/Alvaro Cortes g1 - Agora tenho uma pergunta um pouco mais difícil, até capciosa: se você pudesse escolher só uma coisa para a sua carreira, qual seria: interpretar Britney Spears na cinebiografia dela ou ganhar um Grammy de Melhor Álbum? Tate McRae - Hm... Acho que seria muito difícil recriar a Britney Spears. Acho que isso é realmente... Acho que, independentemente, vai ser muito difícil recriar uma carreira assim em um filme. Acho que isso será realmente difícil. Então, não acho que poderia fazer isso. Acho que gostaria de ganhar um Grammy por álbuns. g1 - Eu perguntei isso porque li comentários de que você teria sido cotada para esse papel. E eu acho que você mandaria muito bem. Tate McRae - Ah, obrigada. g1 - A indústria da música tem sido desafiadora para as mulheres, especialmente em papéis como produtora e compositora. Amy Allen, que você conhece bem, ganhou o Grammy de compositora neste ano e foi a primeira mulher a vencer na história. Quais desafios você enfrentou nessa área dominada por homens e até que ponto a vitória de Amy é uma vitória para todas as mulheres? Tate McRae - Hm, eu me sinto muito abençoada por poder trabalhar com ela. Ela é tão boa, e tão inteligente, intelectual e sabe o que quer. Claro que é muito legal estar perto de mulheres inspiradoras como ela. Acho que a vitória dela é uma coisa gigante e sinto que, às vezes, pode ser complicado ser mulher nessa área. Pelo menos, na minha experiência pessoal, sendo uma jovem participando de sessões de composição e gravação, pode ser bem difícil ser levada a sério e fazer as pessoas realmente quererem ouvir suas ideias. Então, pessoas como Amy Allen vão mudando a indústria para melhor, na minha opinião. A cantora canadense Tate McRae Divulgação g1 - Você já disse que, quando se mudou para Los Angeles, sempre tentava ver o melhor nas pessoas, mas percebeu que não podia ser sempre assim. Como você conseguiu ir ficando menos boazinha e mais cautelosa, mas sem perder sua essência e seu lado doce e inocente? Tate McRae - Para mim, às vezes é difícil. Difícil mesmo. Acho que, naturalmente, eu tendo a sempre pensar o melhor das pessoas. Cresci assim. Cresci pensando que as pessoas sempre agem com bondade e claro que nem sempre é esse o caso. Acho que você só precisa confiar em seus instintos sobre as pessoas. Não se aproximar demais de pessoas que têm uma vibe estranha. Eu tento me aproximar de pessoas que me fazem bem. E eu acho também que nunca é demais ser gentil com todos. Acho que há muito ódio neste mundo e acho que nunca é demais dar um pouco mais de amor ao dia de alguém. g1 - Quando eu digo a palavra 'Brasil', quais são as primeiras coisas que vêm na sua cabeça? Tate McRae - Olha, honestamente, minha primeira página de fãs era uma página de fãs brasileira. Então, ouvi dizer que eles são apenas amantes de música barulhentos, ótimos em shows. Nunca estive lá, então estou apenas animada para ver como eles são em shows. Tate Mcrae Divulgação g1 - E eu acho que você sabe como esses fãs são intensos, nê? Você já deve ter lido muitos: ‘Por favor, venha para o Brasil.' Tate McRae - Eles têm falado isso nos últimos cinco anos ou mais, então estou animada, é claro. g1 - E o quão importante você acha que o TikTok foi para sua carreira? Aqui no Brasil, a maioria das pessoas conheceu sua música pelo aplicativo... Tate McRae - Bem, eu tenho uma relação de amor e ódio com o TikTok, porque tento largar meu telefone e não ficar viciada nele, mas o TikTok também é uma ótima maneira de obviamente conseguir exposição para que as pessoas encontrem minha música. Então, é complicado. g1 - Você disse que faz parte de um grupo de amigos artistas, incluindo a Olivia Rodrigo... Essas amizades impactam na sua vida pessoal e talvez te ajudam a se sentir mais 'normal'? Tate McRae - Eu me sinto sortuda, porque estou cercada por muitas pessoas que querem fazer grandes coisas na vida e que me inspiram. Quando estamos juntos, tem uma energia muito leve, sabe? É um grupo de amigos e amigas. Estar cercada por outras pessoas na indústria da música me faz muito bem. g1 - Você tem um passado como dançarina e hoje tem se firmado como cantora. Como manter a dança na sua vida e na sua carreira, sem ser só uma dançarina que canta? Tate McRae - Eu danço muito nesta turnê, muito mesmo. Então, para conseguir fazer tudo bem feito nos shows eu tenho que ensaiar durante muito tempo. Boa parte do tempo dos ensaios eu estou dançando sem parar. Por isso, eu acho que posso dizer que eu sou muito sortuda por poder continuar fazendo essas duas coisas que eu amo, ao mesmo tempo.