A Tribuna impressa se foi e me provocou um turbilhão de saudades
Em uma tarde, no mês de março de 1964, fui levado por um amigo até o estúdio da Rádio Clube Pontagrossense, que ficava a cinquenta metros do antigo Fórum da comarca onde meu pai era Juiz de Direito e eu, com 15 anos de idade, a pedido dele, estava ajudando nos preparativos para a eleição […]
Em uma tarde, no mês de março de 1964, fui levado por um amigo até o estúdio da Rádio Clube Pontagrossense, que ficava a cinquenta metros do antigo Fórum da comarca onde meu pai era Juiz de Direito e eu, com 15 anos de idade, a pedido dele, estava ajudando nos preparativos para a eleição que se aproximava, e nunca mais deixei de trabalhar em rádio.
Logo fui convidado para ser repórter geral no jornal Diário dos Campos e escrever uma coluna sobre futebol – Chuteiradas – no Jornal da Manhã.
Pronto, a minha vida mudou completamente bem do jeito que eu sonhava. Mas teve mais: no início de 1965 fui convidado para integrar a equipe de redação da sucursal dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, pertencentes ao novo governador do Estado, Paulo Pimentel.
No segundo semestre de 1965, com a remoção do meu pai, mais tarde Desembargador Armando Carneiro, Presidente do Tribunal de Alçada e do Tribunal de Justiça do Paraná, me transferi para a redação dos jornais na rua Barão do Rio Branco, em Curitiba, e para os estúdios da Rádio Guairacá, na mesma rua, mas em outro prédio na esquina com a rua José Loureiro.
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Foi uma escola inesquecível de jornalismo, de profissionalismo e, sobretudo, de vida, pois além dos colegas jornalistas de Ponta Grossa, Luis Carlos Zanoni e Gilberto Mezzomo, que haviam chegado na capital um ano antes, tive o privilégio de conviver com João Feder, João de Deus Freitas Neto, Hélio de Freitas Puglielli, José Mussa Assis, Aramis Millarch, Hugo Santana, Carlos Jung e tantos mais.
Na redação de esportes comandada pelo irreverente Albenir Amatuzzi, o fraterno Boluca – Boleslau Sliviani -, ao lado de Luis Alfredo Malucelli, Borba Filho, Nêgo Pessoa, Nelson Comell, Pedro Vianna, Levi Mulford, Irone Santos e Rafael Munhoz, especialista em crônica turfística.
O time de fotógrafos era excepcional e acompanhava os repórteres em todos os momentos, sob a liderança do impagável Xiquinho Zimermann também como diagramador, os históricos Oswaldo Jansen, Edson Jansen, Flávio Ogassawara e o velho Portão.
Foi uma experiência maravilhosa até que, em 1969, fui contratado pela Rádio Clube Paranaense e, pelos Diários e Emissoras Associados, para ser editor de esportes do jornal Diário do Paraná e da TV-Paraná Canal 6, afiliada da rede Tupy. O resto é história.
Estou escrevendo para a Gazeta do Povo desde 1984 e, nos últimos anos, também na Tribuna do Paraná, através do site Um Dois Esportes, novo fenômeno da comunicação esportiva paranaense e brasileira.
Continua sendo um privilégio e um prazer enorme poder continuar atuando profissionalmente no que mais se gosta, nesse fantástico mundo da comunicação, como publicitário, assessor de imprensa, redator, narrador, repórter e comentarista nos últimos sessenta e um anos.
Agora a Tribuna impressa se foi e me provocou um turbilhão de saudades.

